Astrogildo Rubenstar - O Detetive

Nem sei como explicar minha estória, é engraçada e ao mesmo tempo trágica, mas tentarei, sem delonga, explicar o que aconteceu comigo.

Sou moreno, tenho 1,66 de altura, 80 Kg, sou parrudo, barba média e cabelos curtos, por formação sou Professor de História, mas também sou apaixonado por desvendar mistérios e por isso me formei em Investigação Criminal e agora tenho uma licença para investigar crimes por conta própria.

Tenho um escritório no Centro da Capital Federal, em um Edifício de nome Brasil XXI, minha sala fica no décimo quinto andar e modéstia a parte tenho uma quantidade razoável de clientes, alguns muito importantes e outros nem tanto.

Uma onda de crimes começou a abalar a Capital Federal, importantes políticos começaram a ser assassinados e o assassino não deixava nenhum tipo de pista e quanto mais se investigava, menos se sabia. No dia 15 de outubro de 2018, as 19 horas, a Detetive Eva Standard da Décima Quinta Delegacia de Policia Civil entrou em contato comigo, marcando um horário para o dia seguinte, disse que tinha um assunto muito importante para falar e que no outro dia iria comparecer ao meu escritório para conversarmos.

Sempre chegava em meu escritório as 8:00h em ponto, fazia um bom café, colocava um bom jazz e ia ver as demandas do dia e ler alguns relatórios, a Detetive Standard estava marcada para as 9:00h e eu ainda tinha um tempinho para curtir meu café.

As 9:00h em ponto a campainha da sala tocou e quando abri a porta fiquei de boca aberta com a figura que estava parada a minha frente, era uma linda mulher, com 1,75 de altura, cabelos longos cacheados, deveria ter entre 55 a 65Kg, um perfume amadeirado maravilhoso.

- Bom dia Detetive Rubenstar!

- Bom dia, Detetive Standard! Faça a gentileza de entrar.

Começamos a conversar e a detetive me pôs a par de tudo o que estava acontecendo, me contou todos os detalhes e a situação era pior do que eu imaginava. Alguns políticos que ocupavam importantes cargos dentro do Governo, estavam sendo envenenados e o pior que ninguém tinha uma pista concreta do que realmente estava acontecendo e o porque desses assassinatos.

- A Polícia Federal já está no caso - Disse a Detetive Standard.

- Mas vamos poder continuar a investigação?

- Na surdina, sem que eles saibam.

- Muito bem, Detetive Standard, vamos por a mão na massa.

- Pode me chamar de Eva.

- Pode me chamar de Astrogildo.

Ainda com a Detetive Eva na minha sala, comecei a fazer algumas ligações, acionando uns contatos dentro do Governo e marquei algumas reuniões.

- Detetive Eva, hoje as 16:00h a senhorita está livre?

- Farei o possível, Astrogildo.

- Esteja aqui em meu escritório nesse horário, tenho uma reunião com o líder do Partido Democrático e ele vai me falar o que sabe.

- E como você conseguiu esse feito?

- Tenho muitos contatos dentro do Governo, isso foi fácil.

No horário marcado, a Detetive Eva estava em meu escritório e passou-se alguns minutos até que o Senador Albert Canhedo de Tavares chegasse ao meu escritório.

- Senador que satisfação em encontra-lo, fico muito grato que tenha aceitado meu convite para um drink.

- Astrogildo, você é um amigo muito querido, eu é quem fico muito feliz com esse convite.

Albert Canhedo de Tavares era um importante e influente político, era da Bahia e a muito tempo estava na vida pública, o homem era um baú de informações e segredos e se eu fizesse as perguntas certa, tudo iria sair bem.

- Senador o senhor sabe dos assassinatos, então eu vou ser bem direto com o senhor, tem algo que poderia me dizer para me ajudar nas investigações?

- Astrogildo, nos conhecemos a muito tempo e eu vou ser bem sincero com você. Tenho uma vida pública e uma boa imagem perante todos, existem algumas coisas que é melhor que fiquem ocultas para o bem de todos.

- Senador, compreendo muito bem a sua posição e sei que o senhor corre riscos também, mas é necessário achar e prender esse assassino, se não, a próxima vitima pode ser o senhor.

Eva estava sentada em uma poltrona e observava atenta toda a conversa e pelo que sei, tenho certeza que estava gravando tudo.

- Astrogildo, não quero que nada de ruim te aconteça, nesse meio político existem muitas pessoas gananciosas e que são capazes de tudo.

- Senador, não se preocupe, eu sei me cuidar, mas preciso que o senhor me ajude nessa missão.

- Antes de falar o que eu sei, eu gostaria de mais um drink.

Nisso, Eva levantou-se de onde estava sentada, foi até o bar, pegou a garrafa de whisky, gelo e serviu o Senador.

- E quem é essa bela jovem?

- Detetive Eva Standard, Senador.

- Satisfação minha jovem.

- Não por isso.

- Muito bem, vocês querem gravar o que eu vou dizer?

- Se o senhor permitir, eu gostaria. Disse Astrogildo.

- Sim, eu autorizo.

- Pode deixar Astrogildo, eu gravo - Disse a Detetive Eva.

- Então vamos ao relato. Existe uma pessoa de nome Férreo, ele é um importante Diplomata, tem muitos contatos, conhece milhares de pessoas, Senadores, Deputados, Empresário, enfim, muita gente mesmo, vou passar o contato dele para vocês e tenho certeza absoluta que ele sim, sabe muito mais do que eu.

- Eu conheço esse Diplomata - Disse Eva.

- Melhor ainda! Exclamou Astrogildo.

- Vou ligar para ele imediatamente e vou marcar um encontro, tenho certeza que ele irá me atender.

Eva dirigiu-se até a mesa de Astrogildo, pegou o telefone e fez uma ligação.

- Boa Tarde! Por gentileza, eu gostaria de falar com Marlon Férreo, aqui é Eva Standard.

A voz do outro lado disse para esperar um pouco que iria chamar o Senhor Férreo.

- Eva querida, a que devo a honra?

A detetive havia acionado o viva voz do telefone e assim, todos podiam ouvir a conversa.

- Marlon, querido, quanto tempo, não é mesmo?

- É sempre bom ouvir sua voz. - Disse Marlon Férreo.

- Vou ser direta com você. Esta sabendo desses assassinatos que estão ocorrendo com o auto escalão do Governo, gostaria de saber se tem alguma informação que poderia me ajudar.

- Querida Eva, gostaria que não se enfiasse no meio dessas pessoas, são muito perigosas e temo por sua vida.

- Marlon, eu agradeço sua preocupação, mas você me conhece muito bem e sabe que tenho que fazer meu serviço.

- Te conheço muito bem para saber que é uma cabeça dura e não vai desistir, pode vir a minha casa amanhã a tarde?

- Estarei lá.

Encontro marcado, Eva desligou o telefone e quando virou-se para os dois homens sentados a sua frente, eles estavam com uma expressão de surpresa.

- O que foi? Só porque sou mulher vocês acham que não sou capaz de conhecer gente importante e ter atitudes?

O silêncio pairou no ar, agora era esperar o dia e a hora do encontro para que Eva pudesse ter as informações necessárias para continuar a investigação.

Continua...