O Confronto
Em uma repartição pública, pessoas se aglomeram pelos andares em busca de resultados com tempo de espera prolongado. Um guarda orienta as pessoas perdidas. Quando em meio à multidão, surge um policial paramentado com colete e roupa da tropa de choque, com uma submetralhadora em mãos. O guarda se desloca até o sujeito, para alertá-lo de não ser permitido portar armas naquele recinto. O terceiro andar, o último do prédio, não menos congestionado de gente, segue com filas que pendem pelas escadas. Mais uma vez, a figura do policial armado um segundo guarda se irrita e comenta o absurdo do sujeito adentrar o local lotado portando arma em punho, deslocando-se para pedir que se retire do local.
Um tiro é disparado, pessoas correm. Alguns comentam o absurdo de policiais estarem se excedendo com esse tipo de gesto. Minutos depois, uma jovem loira, trajando roupas pretas, maquiagem escura, sobe amparada, a perna aparentemente ferida, sendo levada para uma das salas do terceiro andar. Comentários brotam, sobre civis sempre pagarem com equívocos de agentes de segurança. Mais um disparo. A correria se intensifica. Alguns chocados, lamentam toda essa violência por um motivo tão banal.
Da vidraça do último andar é possível ver um cordão de policiais, posicionado em frente o prédio. Em uma espécie de sacada do segundo andar, o policial paramentado que aponta a arma para baixo, onde estão os outros policiais. Um dos que ocupam a fileira de choque, aproxima-se e atira uma bomba de fumaça na direção do homem, que nem se move. O sujeito levanta submetralhadora, após uma rajada, passando a ponta do cano no rosto, rodeando o crânio e o capacete que usa. O cano quente e sujo de algum material que parecia sangue pela coloração, faz uma lista disforme que marca contornando sua fronte e capacete. no ato, é possível ver a expressão de ferocidade que arde em seus olhos, apavorando os espectadores.