Carta

Para todas as mulheres que se deitaram comigo,

Por debaixo dos lençóis sua mão quente vem acariciar a minha perna. Você é tão egoísta. Quando você quer, quer. Olho o celular. 3:15. Mas que tesão que eu to sentindo. Você mordendo os lábios com os olhos vermelhinhos e com bafo de cachaça. Ta do jeito que eu gosto. Do jeito que estaria no capítulo do livro, só que melhor escrito.

Já sobe por cima, roçando em mim. Manda eu fazer silêncio. Por quê você ta me mandando calar a boca? Porra! Mas isso não interesse quando mergulho meu narigão no meio das raízes do teu cabelo, que ta molhado só no couro cabeludo. Você me domina completamente. Me deu o bolo no happy hour ontem, mas mesmo to aqui, que nem um bobão, me satisfazendo com migalhas. Bom, deliciosamente apetitosas migalhas.

Meu nome é Fausto e eu gosto de sexo. Por Deus nosso senhor! Estou escrevendo isso aqui por que meu médico achou que era mais saudável do que bater uma punheta. Mas mesmo escrevendo eu sinto vontade. Vivo em pecado. Luxúria, Avareza, Inveja, Gula, Ira, Cobiça e Preguiça.

Bom, sabe de todos os momentos mais lindos que eu recordo das minhas relações? E a cara que você, ou melhor, vocês fazem. É um consentimento tácito. Eu sei tá! Essa risadinha, e como a minha mão desliza rápido quando ta esculpindo a sua cintura. Quero te beijar todas, aonde os outros nunca forma. Quero te conhecer! Vou agarrar a sua cara, e te olhar lá no fundo dos olhos, para mostrar que eu te quero – no sentido mais prazeroso e carnal. Vou botar minhas mãos grandes entre as suas orelhas, te olhar fixo, te fazer rir, te beijar a testa. Está ficando cedo; vamos dormir?

Ainda não? Tu ta me dando uma canseira. Venha aqui, deixa eu sentir o teu aroma natural e beijar a sua boca sem batom ou gloss. Posso suspirar sacanagem no seu ouvido? É por que ta muito sendo, só falando de sacanagem que eu consigo. Desculpa, eu sou doente mesmo. Não consigo nem gozar dentro. Só batendo uma sozinho olhando para o teto na escuridão, esperando para me sujar. Voi lá. Um bando de Faustinho no seu lençol. E por muita culpa de botar um filho no mundo que eu sou assim. Quando estiver livre novamente me procure. Eu estarei disponível.

Ass: Fausto Fagundes