Um amor para recordar

Meu nome é Maria e sou uma órfã que cresceu em um orfanato desde que meus pais morreram em um acidente de carro quando eu era apenas uma criança. Eu sempre soube que a vida não seria fácil, mas nunca poderia ter imaginado o que estava por vir.

Foi em 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, que tudo começou a mudar. Eu tinha 18 anos e estava ajudando as outras crianças no orfanato, quando os aviões começaram a sobrevoar a cidade. A guerra finalmente havia chegado até nós.

Eu me lembro de como foi assustador quando as bombas começaram a cair, de como as ruas ficaram vazias e as casas foram destruídas. O orfanato foi um dos poucos prédios que não foram atingidos, mas nós ainda sentíamos o medo e a incerteza.

Foi então que conheci o soldado americano, John. Ele foi enviado para ajudar na reconstrução da cidade e se voluntariou para visitar o orfanato e trazer suprimentos para nós. Ele era gentil, engraçado e tinha um sorriso que iluminava tudo ao seu redor. Eu me apaixonei por ele imediatamente.

John e eu começamos a nos encontrar sempre que ele tinha tempo livre. Nós passeávamos pela cidade destruída, falávamos sobre nossas vidas e sonhos, e eu me sentia como se nada mais importasse enquanto estivesse com ele.

Mas a guerra continuava, e John teve que voltar para a linha de frente. Eu me lembro de como eu chorei quando ele partiu, de como me senti sozinha novamente. Eu rezava todas as noites para que ele voltasse em segurança.

Meses se passaram e finalmente recebi uma carta de John. Ele estava voltando para a cidade, e eu mal podia esperar para vê-lo novamente. Quando ele chegou, nossos encontros continuaram e eu comecei a sentir que poderíamos ter um futuro juntos.

Mas um dia, John me contou que ele tinha que partir novamente. Eu me lembro de como meu coração doeu quando ele me abraçou e me disse adeus. Eu não tinha ideia de que seria a última vez que o veria.

Pouco depois, eu comecei a me sentir doente. Eu tinha febre, tosse e me sentia fraca o tempo todo. Fui levada ao hospital, onde me disseram que tinha leucemia. Eu sabia que isso significava que eu iria morrer.

John nunca soube da minha doença, eu não queria que ele se preocupasse. Mas eu o via em meus sonhos todas as noites, e esperava que ele estivesse bem, onde quer que estivesse.

Eu morri alguns meses depois, em um dia frio de inverno. Eu ainda me lembro de como me senti em paz quando finalmente fechei meus olhos, mas meu coração doeu por não poder ver John novamente.

A guerra acabou pouco depois, e a cidade foi reconstruída. Mas eu sempre serei a órfã que se apaixonou por um soldado americano, que morreu de leucemia antes que eles pudessem ter um futuro juntos.