A E SB Ó RN IA...
O lápisc o r r i a sobre o papel
Numa pressa de emoção
Mil ideias iam aparecendo
Na branca página
Tentava eu conter o avanço
Das letras doidas
Que criavam histórias misturadas
Difíceis de se entender
Larguei o lápis para o lado
Peguei a folha e a sacudi forte
Aí mesmo é que fiquei sem Norte
As rimas desencontradas riam de mim
Mais eu sacudia a folha
Menos eu conseguia contê-las
Ora falavam de alegria mistas de pavor
Por outras o céu azul virava multicor
Ás águas brejeiras
Ficavam em impávido silêncio
E o Sol resplandecia na madrugada
Um milharal florescia em violáceos tons
O hino da Pátria amada tinha sotaque suíço
Os violeiros pantaneiros usavam saias escocesas
De vivo xadrez vermelho
Parei por um instante antes da loucura total
Observei o ambiente onde eu me encontrava
Que sala era aquela Meu Deus!
Nem sabia em que casa estava!
Olhei para o meu corpo magro e nu
Como assim nu!
Haviam copos espalhados pela sala desarrumada
Olhei pela janela e era uma casa de bosque
Achei que havia surtado de vez
Voltando para a cadeira onde antes me achava
Tropecei em uma garrafa de whisky vazia
E ela não estava sozinha
Ao seu lado outra, com um resto de líquido azulado
Resolvi, ainda meio inerte na mente
Olhar outros cômodos da casa
Na cozinha pequena uma b ag un ça danada
Pratos sujos e copos meio vazios para todo lado
Só havia um quarto na casa então olhei para dentro e vi
Três morenas bem peladas jogadas de qualquer jeito no leito
Não lembrava de nada, nada, nada...
Pelo quarto também tinham além das roupas lançadas no
c
h
ã
o
Outras garrafas de bebidas diversas, já quase vazias
Parei na porta tentando concatenar as ideias
E dentro do cérebro apenas um imenso ponto de ?
E um vazio de dar dó, o que será que acontecera?
A cena parecia óbvia por certo, mas, eu não me recordava
Sacudi as moças tal qual fizera com a folha em branco na sala
E as assustei com certeza, tentavam se cobrir, também, não me reconheciam
Começaram a gritar e eu tentando explicar que não sabia onde estava
E elas também não tinham a menor ideia onde estavam
Perguntei se alguma era dona da casa, disseram que não
Que coisa mais doida, nos separamos e nos compomos, enfim
Na cozinha nos encontramos para debater os fatos
Parecíamos quatro loucos saídos de um hospício
Ninguém sabia de nada
De repente um cara de cabelos encaracolados entra na casa
Com um saco de pães e outro embrulho de compras
Dizendo que bom que ainda estávamos por ali
Nos contou a noite de lo uc ur a e afinal descobrimos
O motivo da e sb ór n ia alu cin ató ria...
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 23 de dezembro de 2015
Imagens - fonte - google
O lápis
Numa pressa de emoção
Mil ideias iam aparecendo
Na branca página
Tentava eu conter o avanço
Das letras doidas
Que criavam histórias misturadas
Difíceis de se entender
Larguei o lápis para o lado
Peguei a folha e a sacudi forte
Aí mesmo é que fiquei sem Norte
As rimas desencontradas riam de mim
Mais eu sacudia a folha
Menos eu conseguia contê-las
Ora falavam de alegria mistas de pavor
Por outras o céu azul virava multicor
Ás águas brejeiras
Ficavam em impávido silêncio
E o Sol resplandecia na madrugada
Um milharal florescia em violáceos tons
O hino da Pátria amada tinha sotaque suíço
Os violeiros pantaneiros usavam saias escocesas
De vivo xadrez vermelho
Parei por um instante antes da loucura total
Observei o ambiente onde eu me encontrava
Que sala era aquela Meu Deus!
Nem sabia em que casa estava!
Olhei para o meu corpo magro e nu
Como assim nu!
Haviam copos espalhados pela sala desarrumada
Olhei pela janela e era uma casa de bosque
Achei que havia surtado de vez
Voltando para a cadeira onde antes me achava
Tropecei em uma garrafa de whisky vazia
E ela não estava sozinha
Ao seu lado outra, com um resto de líquido azulado
Resolvi, ainda meio inerte na mente
Olhar outros cômodos da casa
Na cozinha pequena uma b ag un ça danada
Pratos sujos e copos meio vazios para todo lado
Só havia um quarto na casa então olhei para dentro e vi
Três morenas bem peladas jogadas de qualquer jeito no leito
Não lembrava de nada, nada, nada...
Pelo quarto também tinham além das roupas lançadas no
c
h
ã
o
Outras garrafas de bebidas diversas, já quase vazias
Parei na porta tentando concatenar as ideias
E dentro do cérebro apenas um imenso ponto de ?
E um vazio de dar dó, o que será que acontecera?
A cena parecia óbvia por certo, mas, eu não me recordava
Sacudi as moças tal qual fizera com a folha em branco na sala
E as assustei com certeza, tentavam se cobrir, também, não me reconheciam
Começaram a gritar e eu tentando explicar que não sabia onde estava
E elas também não tinham a menor ideia onde estavam
Perguntei se alguma era dona da casa, disseram que não
Que coisa mais doida, nos separamos e nos compomos, enfim
Na cozinha nos encontramos para debater os fatos
Parecíamos quatro loucos saídos de um hospício
Ninguém sabia de nada
De repente um cara de cabelos encaracolados entra na casa
Com um saco de pães e outro embrulho de compras
Dizendo que bom que ainda estávamos por ali
Nos contou a noite de lo uc ur a e afinal descobrimos
O motivo da e sb ór n ia alu cin ató ria...
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 23 de dezembro de 2015
Imagens - fonte - google