Origami_borboleta largado em frente à casa de Cleci Haubert/Lomba Grande/NH
Inusitado encontro
Trilhava o artista dos pincéis, aquela rua na cidadezinha do interior. Ele distribuía pequenos origamis de borboletas ao acaso em diferentes locais. Era a forma de levar um pouco de felicidade a quem os encontrassem.
Ele fotografava cada pequeno origami disseminado. Nem sabia ele a razão daquela atitude.
O pintor encontrara-se com o esposo da poetisa dos versos livres e entregou a ele, uma pequena borboleta alaranjada, afim de que ela compusesse poemas nela inspirados.
Os poemas foram compostos, logo após o recebimento da encomenda.
Naquela noite, a poetisa das letras livres recebera um e-mail do artista, contendo as fotos tiradas por ele. Havia também um desafio: tentar descobrir os locais onde as pequenas borboletas foram colocadas. Alguns lugares foram reconhecidos, outros não.
No dia seguinte, a poetisa fora até o mercado fazer algumas compras.
Alheia ao mundo, ela parara, ao ver uma pequena borboleta de papel vermelha pousada numa folhagem, bem próxima ao mercado.
Ela tomara o origami em suas mãos e colocara no bolso. Pensara: ”_ Levarei junto para fazer companhia à outra!”
Depois que fizera as compras, a poetisa lembrara-se do origami... Levara a mão ao bolso... Qual fora a sua surpresa: a borboleta não estava mais lá...
Por um momento, ela pensara em voltar ao mercado para procurá-la, mas refletiu:
“_Se ela se foi assim como veio, não era para mim!”
Felicidades a quem a encontrara depois disso, a poetisa desejara.
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Por indicação de Nilza Azzi, este conto serviu de inspiração aos amigos poetas de OFICINA DE SONETOS DO FÓRUM DO RL:
http://www.recantodasletras.com.br/forum/index.php?topic=4234.1455
No link acima, podes acompanhar toda a gestação deste belo sonteo, aqui publicado com a autorização de todos os seus autores.
Panapaná...
Baseado no conto de
Denise de Souza Severgnini,
"Inusitado Encontro"
O artista dos pincéis trilhara aquela rua
Tomado pelo amor que toca a alma, inspira.
Derramar forma e cor no mundo era sua lira...
Às suas mãos: seus cinzéis, a harmonia acentua.
E, dobrando os papéis, com arte perpetua.
Segue anônimo ator, semeia a paz, que aspira:
O Belo com louvor, é só o Bem que ele mira.
O pintor põe aos pés da poetisa, obra sua...
Versos livres – fiéis? Então responde a lua:
Mãos, o casulo, a flor. O origami conspira...
Panapaná de cor vermelha é o que ela admira.
E como num revés, o mimo desvirtua;
Foi-se assim como veio... Outrem seja feliz!
Pois sumiu nesse enleio a borboleta gris...
Diana Gonçalves/Edir Pina de Barros/Elischa Dewes/Dudu de Oliveira/Fiore Carlos/Ronaldo Rhusso
27/06/2009