OS TRÊS APAGADOS NAUSEABUNDOS

(dedicado aos amigos recantistas - Antônio Jadel, José Corrêa Martins Filho e Roberto Jun)

 

 

Gaze, bandagens, toldos de panos fiados pessoais, luzes apagadas d'almas, olhos cegos de falta de mar, cabeças baixas, só observando, a secura das areias mórbidas do deserto. Deserto de opções, secura por falta de lágrimas verdadeiras, pensares desumanos, interiores, urbanos e cruéis, cujos sorrisos só mesmo os últimos suspiros, conseguiam ver. Os corações gélidos, paravam de bater por dois segundos, em fervor de alegre comemoração, singularmente bélica, emoção final.

 

 

 

 

Os nomes eram comuns, nada soturnos, Jadel, Martins e Roberto, origens orientais medianas e sem umidade de águas boas, traços de passos secos pelos trajetos. Por onde caminhavam, só morte, só a escuridão nublava a vida.

 

Motivo? 

 

Nenhum, famílias destroçadas, amor apenas por alarde e pelo solo que arde e explode. Os membros superiores eram armados, os inferiores travados por esconderijos. 

 

Vontade!

 

Alcançar um novo dia...

Pensar vago...

Seguir as palavras, que se dizem perfeitas...

Matar...sem pensar...sem ter aroma de humano, só odor nauseabundo de extertor. Cem à direita, cem à esquerda e outros tantos corpos que se pula...para ter passagem livre pra seguir.

 

Conforme a nublagem vai escurecendo, os ombros envergam pra frente, os três se unem para sentirem-se miragens, o ar esfria, os olores baixam as suas cabeças.

 

Sendo noite em plena tarde, madrugada escura no raiar do Sol ou, falta de sombras nas explosões carnais, Roberto segue calado e sem emoções, Martins só permite o estalar dos dedos, fedendo à pólvora, a voz das mãos e, Jadel, não pede nada ao Universo, apenas rasga, corta e atira, desligando qualquer pensar dissociativo da realidade. Finitos infinitos tempos, talvez o poderoso Allah um dia, trasmutasse o mundo.

 

 

 

** Imagem - Fonte - br.pinterest.com