Conto 01 – O Suicida
Conto 01 – O Suicida
Um homem doente, cuja alma se assemelhava a uma escuridão perpétua. Rodrigues vagava pelos becos obscuros de sua própria mente, carregando o fardo de sua própria existência.
Sua mente era um labirinto tortuoso de pensamentos sombrios, onde a angústia dançava com a melancolia.
Rodrigues estava exausto de viver na periferia da sociedade, onde a indiferença dos outros o cercava como uma névoa sufocante.
Ele ansiava por conexão, por alguém que pudesse compreendê-lo. No entanto, cada interação parecia superficial e vazia, deixando-o ainda mais isolado em sua própria miséria.
Uma noite, enquanto contemplava o vazio do Cosmos, Rodrigues sentiu-se consumido pela terrível tentação do suicídio.
Ele filosofou sobre a ideia de se libertar do peso insuportável que carregava consigo. A morte parecia um refúgio, uma passagem para além das amarras que o mantinham prisioneiro de sua própria existência.
Rodrigues passou horas intermináveis refletindo sobre o desejo de morrer e o medo do desconhecido. A morte, para ele, era um abraço frio e familiar que prometia alívio, mas também o assustava.
A dualidade de emoções o atormentava, empurrando-o para o precipício da decisão
Então, numa noite particularmente sombria, Rodrigues encontrou um livro empoeirado em uma prateleira abandonada de uma livraria esquecida.
O título, 'Poesias & Maldições' chamou sua atenção.
Intrigado, ele abriu o livro e encontrou uma citação que ecoaria em sua mente para sempre 'A vida é um labirinto sem fim, aonde somente os suicidas encontram o seu caminho'
As palavras penetraram fundo em sua alma, despertando uma centelha de angústias dentro de si.
Ele percebeu que, embora a escuridão o envolvesse, havia uma esperança em uma velha espingarda que seu pai guardava no porão.
A partir daquele momento,Rodrigues decidiu enfrentar seu sofrimento de frente. Ele procurou a espingarda e a encontrou, e então, pediu ao Diabo que beijasse sua alma.
Sem pestanejar, escreveu um pequeno bilhete aonde dizia 'Eu juro que tentei' colocou a espingarda na sua garganta, deitou sobre a cama e explodiu sua traqueia
- Gerson De Rodrigues in Contos & Goétia
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