A morte

Eu sou Maria. Tenho 86 anos e estou internada em um asilo. Sinto-me cansada e triste, pois vejo meus amigos partirem um a um. A morte se tornou uma presença constante em minha vida, uma sombra que se aproxima cada vez mais.

Recordo-me das palavras de Clarice Lispector: "Ninguém é de ninguém, a não ser por um instante". A morte nos lembra disso, nos lembra que a vida é efêmera e que devemos aproveitá-la enquanto podemos.

Mas às vezes me sinto como a personagem de Virginia Woolf em "Mrs. Dalloway", presa em minhas memórias, incapaz de escapar do passado e do peso do tempo.

Vejo meus amigos partirem e me pergunto se fiz o suficiente por eles, se demonstrei meu amor e minha gratidão. A morte nos faz refletir sobre nossas escolhas e nossas prioridades, sobre o que realmente importa em nossas vidas.

Agora, aqui deitada em minha cama, sei que minha hora também está chegando. Sinto que é minha vez de partir, de deixar para trás esse mundo de dor e sofrimento.

Mas não tenho medo da morte. Na verdade, sinto uma certa paz ao pensar que logo estarei com meus entes queridos que partiram antes de mim.

Sei que não voltarei, que minha vida está chegando ao fim. Mas espero que aqueles que ficarem lembrem-se de mim com amor e saudade, e que minha vida tenha deixado uma marca positiva neste mundo passageiro.

E assim, com esses pensamentos, eu me despeço deste mundo e me entrego aos braços da morte, pronta para a próxima jornada.

Waldryano
Enviado por Waldryano em 02/03/2023
Código do texto: T7731067
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