Sem saída
Vinte e um ano e já havia vivido todos os horrores, estrupada pelo pai, aterrorizada pelos irmãos viciados, e filha de uma mãe que ainda não saberei decifrar. Nunca vi uma dor daquela dimensão, aquela menina de 21 anos marcada, aterrorizada pelas mazelas humanas, amedrontada e paralisada pela dor de existir, alimentando os Montros do próprio sofrimento, podendo escolher entre a depressão diária e a morte de sua juventude, amaldiçoada pelo silêncio afiado de sua angustia. Carregando um peso esmagador da responsabilidade de prover as pessoas que deveriam cuidar dela.
Ela tem medo de encontrar a saída, e desta forma se perder no alívio egoísta da liberdade. Ela não alça voôs porque as correntes da responsabilidade sangra sua alma e a mata a cada segundo.