DOIS QUE NÃO ERAM UM PAR
                         (micro conto / terror e mistério)



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Dois... nem um, nem três, 2, o fetiche da vez, mórbida imaginação, gesso, concreto ou cimento cobrindo o sangue moreno, inocente e oportuno...
 
 
 
A pobre Iolanda pensou, que o bucólico passeio no parque do lago, seria romântico, o nascimento do primeiro amor, barquinho flutuando nas águas claras e calmas, guarda-sol protetor rendado, combinando com o vestido amarelo bebê, cabelos castanhos, cacheados com primor, pele morena clara bem luminosa, olhos brilhando de expectativa e tudo se acabou num 2 invertido, o anzol que lhe privou dos sentidos, dos sentimentos e lhe proporcionou apenas a redenção de um último suspiro. Seu corpo tirado da copa de uma árvore no final do parque, estava inchado , com um 2 que um dia fora sangrado gravado no peito, coberto por uma massa espessa, que ninguém soube precisar se era concreto, cimento ou gesso. Deitado sobre uma cama de campanha, não muito distante dali, o jovem Eduardo louro, lindo e de perfil aquilino, brincava com algarismos soltos de ferro, sonhando com o númerol 8...infinitas possibilidades...



* Imagem - Fonte - Google
Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 13/12/2019
Reeditado em 13/12/2019
Código do texto: T6818358
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