O PINGENTE
Lilian Vargas Gold e Olavo Severo Gold, eram um casal fiel às festas achampanhadas da nata da sociedade, casal belíssimo, riquíssimo e acrescente-se a isso todos os demais superlativos, pareciam não pertencer ao mesmo Universo dos outros mortais abastados, um amor de dar inveja. Tudo perfeito demais, gentis, generosos, simpáticos, engajados ecologicamente, sempre atentos às doações para diversas obras sociais.
Já entre quatro paredes...
O amor do passado virou um tormento, seus corações e mentes permaneciam os mesmos por assim dizer, mas, seus países baixos desejavam agora desbravar novas fronteiras.
Sob o luxo e beleza havia um cadafalso montado, um abismo profundo, armários deslumbrantes, repletos de máscaras de felicidade e alegria dependuradas apenas para exibição na sociedade.
Atrás painéis por detrás de enormes camas de casal, quartos separados, chaveados por cada um deles em separado, com criadagem de silêncio regiamente pago, atenta. Não dormiam juntos há pelo menos seis anos, quando as traições de Olavo e Lilian, já estavam ficando difíceis de esconder, então os quartos secretos foram construídos. Juntos – perfeição. Nas alcovas separadas – placebos ardentes, só para aliviar as tensões. Silenciosos, sinuosos ou atléticos corpos entravam e saiam em surdina com os bolsos e bolsinhas repletos de mimos caríssimos e dinheiro, serviços sexuais prestados com lastro de contratos de confidencialidade.
Não havia felicidade para nenhum dos dois, apenas cumpriam um pacto de aparências, haja vista as grandes somas envolvidas, mas, até quando isso duraria Olavo não se preocupava, mas, Lilian em certo momento se interessou por um dos seus amantes, muito mesmo na verdade, o deus ruivo Luiz Santini, um socialite falido deslumbrante e bem dotado, não via a hora de acabar com aquele pacto imbecil, mas, Olavo estava irredutível e isso a consumia por dentro, Lilian começou a querer se livrar dele dentro da mente e tirá-lo de seu caminho, isso lhe trouxe pensamentos macabros.
Dois novos meses se passaram e a fome por Luiz não aplacava, Lilian tomou uma decisão sozinha, acabaria com a vida de Olavo. Com um agrado milionário e cobrando um favor antigo de um farmacêutico sem escrúpulos, cuja pele salvara um dia, conseguiu uma droga que faria com que ele sangrasse até morrer sem deixar vestígios que pudessem ligá-la ao crime. Faria seu papel de viúva desesperada, venderia todas as empresas e sairia do País com seu deus ruivo Luiz Santini. Tudo isso ao mesmo tempo lhe causava alegria, mas, também a deixava com uma pontinha de remorso, foram tempos muito bons quando o relacionamento com Olavo estava no início. Sacudiu a cabeleira acobreada e só focou no fim do entrave aos seus planos.
Depois de uma festa para a caridade chegaram em casa exauridos e calados, mas, inesperadamente Lilian lhe faz convite inusitado. Ela pediu que tomassem um último drink antes de se recolherem, ele estranhou, mas, não recusou. Ela preparou os drinks, brindaram a mais uma noitada frutífera, sem muitos diálogos se despediram e foram para seus respectivos quartos.
Com o dia já quase amanhecendo (tempo estimado pelo farmacêutico pilantra), Lilian encarna a esposa dedicada e desesperada, seus gritos acordam toda a criadagem. Ao invadirem o quarto de Olavo, a cena dantesca chocou a todos, até fez com que a doce Rosinha copeira, desmaiasse. Olavo sobre a cama, retorcido sobre muito sangue, estava praticamente translúcido, como se todo o seu sangue tivesse se esvaído.
Mandos e desmandos aconteceram, médico, polícia, uma correria doida, uma Lilian inconsolável pediu para ficar um instante a sós como ‘amado’ marido, o que lhe foi concedido. Com uma frieza esquisita ela tira do bolso do robe de seda um cordão com uma gotinha de cristal vazia e a preenche com o sangue de Olavo, um mimo para guardar de lembrança pelos velhos tempos. Se desmanchando em lágrimas ela deixa que outros familiares que apareceram, tomem as decisões por si.
Depois de um luto curto e uma tristeza bem encenada, quinze dias depois chama seu advogados e pede que tomem todas as providências para que o império fosse vendido e depois de todas as despesas e indenizações pagas, o capital fosse transferido para uma conta que ela indicou, não conseguiria ficar mais no Brasil onde tudo lhe trazia Olavo à memória, era duro demais para ela. Merecia um Oscar pela atuação.
Seus desejos foram cumpridos, se despediu com presentes e mimos de todos os que lhe eram caros ou quase e rumando para seu jatinho particular voou para Paris, onde numa casa espetacular em Deauville, sobre os aconchegantes lençóis de seda, seu deus ruivo Luiz Santini a aguardava nu em pelo.
*Imagem - Fonte - Google
*reduza.com.br
‘Quem via aquele pescoço lindo, alvo e tão delicado, ornado por um finíssimo colar com pingente vermelho, jamais poderia supor tamanha crueldade...’
Lilian Vargas Gold e Olavo Severo Gold, eram um casal fiel às festas achampanhadas da nata da sociedade, casal belíssimo, riquíssimo e acrescente-se a isso todos os demais superlativos, pareciam não pertencer ao mesmo Universo dos outros mortais abastados, um amor de dar inveja. Tudo perfeito demais, gentis, generosos, simpáticos, engajados ecologicamente, sempre atentos às doações para diversas obras sociais.
Já entre quatro paredes...
O amor do passado virou um tormento, seus corações e mentes permaneciam os mesmos por assim dizer, mas, seus países baixos desejavam agora desbravar novas fronteiras.
Sob o luxo e beleza havia um cadafalso montado, um abismo profundo, armários deslumbrantes, repletos de máscaras de felicidade e alegria dependuradas apenas para exibição na sociedade.
Atrás painéis por detrás de enormes camas de casal, quartos separados, chaveados por cada um deles em separado, com criadagem de silêncio regiamente pago, atenta. Não dormiam juntos há pelo menos seis anos, quando as traições de Olavo e Lilian, já estavam ficando difíceis de esconder, então os quartos secretos foram construídos. Juntos – perfeição. Nas alcovas separadas – placebos ardentes, só para aliviar as tensões. Silenciosos, sinuosos ou atléticos corpos entravam e saiam em surdina com os bolsos e bolsinhas repletos de mimos caríssimos e dinheiro, serviços sexuais prestados com lastro de contratos de confidencialidade.
Não havia felicidade para nenhum dos dois, apenas cumpriam um pacto de aparências, haja vista as grandes somas envolvidas, mas, até quando isso duraria Olavo não se preocupava, mas, Lilian em certo momento se interessou por um dos seus amantes, muito mesmo na verdade, o deus ruivo Luiz Santini, um socialite falido deslumbrante e bem dotado, não via a hora de acabar com aquele pacto imbecil, mas, Olavo estava irredutível e isso a consumia por dentro, Lilian começou a querer se livrar dele dentro da mente e tirá-lo de seu caminho, isso lhe trouxe pensamentos macabros.
Dois novos meses se passaram e a fome por Luiz não aplacava, Lilian tomou uma decisão sozinha, acabaria com a vida de Olavo. Com um agrado milionário e cobrando um favor antigo de um farmacêutico sem escrúpulos, cuja pele salvara um dia, conseguiu uma droga que faria com que ele sangrasse até morrer sem deixar vestígios que pudessem ligá-la ao crime. Faria seu papel de viúva desesperada, venderia todas as empresas e sairia do País com seu deus ruivo Luiz Santini. Tudo isso ao mesmo tempo lhe causava alegria, mas, também a deixava com uma pontinha de remorso, foram tempos muito bons quando o relacionamento com Olavo estava no início. Sacudiu a cabeleira acobreada e só focou no fim do entrave aos seus planos.
Depois de uma festa para a caridade chegaram em casa exauridos e calados, mas, inesperadamente Lilian lhe faz convite inusitado. Ela pediu que tomassem um último drink antes de se recolherem, ele estranhou, mas, não recusou. Ela preparou os drinks, brindaram a mais uma noitada frutífera, sem muitos diálogos se despediram e foram para seus respectivos quartos.
Com o dia já quase amanhecendo (tempo estimado pelo farmacêutico pilantra), Lilian encarna a esposa dedicada e desesperada, seus gritos acordam toda a criadagem. Ao invadirem o quarto de Olavo, a cena dantesca chocou a todos, até fez com que a doce Rosinha copeira, desmaiasse. Olavo sobre a cama, retorcido sobre muito sangue, estava praticamente translúcido, como se todo o seu sangue tivesse se esvaído.
Mandos e desmandos aconteceram, médico, polícia, uma correria doida, uma Lilian inconsolável pediu para ficar um instante a sós como ‘amado’ marido, o que lhe foi concedido. Com uma frieza esquisita ela tira do bolso do robe de seda um cordão com uma gotinha de cristal vazia e a preenche com o sangue de Olavo, um mimo para guardar de lembrança pelos velhos tempos. Se desmanchando em lágrimas ela deixa que outros familiares que apareceram, tomem as decisões por si.
Depois de um luto curto e uma tristeza bem encenada, quinze dias depois chama seu advogados e pede que tomem todas as providências para que o império fosse vendido e depois de todas as despesas e indenizações pagas, o capital fosse transferido para uma conta que ela indicou, não conseguiria ficar mais no Brasil onde tudo lhe trazia Olavo à memória, era duro demais para ela. Merecia um Oscar pela atuação.
Seus desejos foram cumpridos, se despediu com presentes e mimos de todos os que lhe eram caros ou quase e rumando para seu jatinho particular voou para Paris, onde numa casa espetacular em Deauville, sobre os aconchegantes lençóis de seda, seu deus ruivo Luiz Santini a aguardava nu em pelo.
*Imagem - Fonte - Google
*reduza.com.br