RUAS SOMBRIAS (miniconto)




Becos, vielas, travessas dos inversos
Abissais degetos das marginais
A postos na densa obscuridade

Vítimas desavisadas nas ruas sombrias
Instigando crimes com sofreguidão
Silêncios sorrateiros saindo da espreita
Gritos, rasgos, sangue, sons de facão

Alvoroço em cortinas desfraldadas
Apitos, sirenes, corpos caídos, comoção
Trotes de passos fugidios insolentes

Lágrimas de dor molhando as calçadas
Corações dilacerados, miúdas moedas no chão
Sapatinhos graciosos e lenços agonizando no passadiço 
Terno claro rasgado do ventre à gravata

Parcos despojos divididos entre 'irmãos de armas'
Canelas infantas multiplicando longias risadas
Pouca fé, muito furor em mentes embebedadas

Madrugada fugindo para o despertar do dia
Sol brilhante invadindo infâme, ruas, becos e vielas
Impactadas pelos fatos noturnos sombrios 
Veladas à espera de muitas respostas...




*Imagem - Fonte - Google
*citywallpaperhd.com