ESMERALDA ESCARLATE (angústia/trato/decepção)
'Rara, como ela era rara...e cara...nada a satisfazia, mas, Olavo era louco por ela, a ponto de trocar sua vida para lhe dar a cobiçada esmeralda escarlate...'
Numa festa na fazenda principal de Jadel, Olavo a conheceu, um sonho de mulher, daqueles sonhos que não se quer acordar, ela não andava...deslizava, não olhava...mergulhava n´alma, não sorria...encantava, foi um tiro certeiro e reto dentro de seu coração, seus quatro pneus arriaram e num simples instante ele pertencia inteiramente a ela...atração fatal.
Quando ela lhe foi apresentada deve tê-lo achado bobo, pois mal conseguia balbuciar, tremia por dentro como uma vara verde e fina ao vento, sentia-se inclusive ruborizado, que situação ridícula, mas, não conseguia controlar.
Festa rolando, muita bebida boa, perfumes maravilhosos e ele só conseguia segui-la com o olhar recluso de cobiça, se sentia um menino encontrando o primeiro amor, então ela se aproxima...a fala lhe falta, as pernas bambas denunciam seu nervosismo, que mulher era aquela, unia fascinação e desejo brotando pelos poros e a voz dela, não era da Terra, quase que Olavo desmaiou, conseguiu se controlar um pouco. Ela lhe pedia para acender um cigarro e ele quase o acendeu com a desejo que o consumia. Ele não fumava, mas, tão rápido quanto possível chamou um garçom atendê-la, ela agradeceu e entabulou um conversa corriqueira sobre o clima da festividade, do anfitrião e ele foi se acalmando inebriado pelo perfume adocicado que exalava dela. A conversa foi fluindo, ela olhava dentro dos olhos dele de forma gulosa, algo nele estava se remexendo e o deixando sem graça, mas, ela nem se abalava, parecia estar se divertindo com a situação. Tentando disfarçar foi atrás de novos drinques para os dois, aproveitou para passar disfarçadamente um gelo no rosto e se recompor. Voltou mais controlado e mais falante, convidou-a para dançar, nem tão certo se conseguiria, enfim, era ver para crer. Ela se aconchegou ao corpo dele e se naquele instante lhe tivesse pedido o céu, ele iria buscar, completamente cego por ela.
Ao fim da noite um beijo avassalador o fez escravo dela, em poucos minutos o mundo deixou de existir, presente apenas Belle Noir, ‘A Deusa’...
Mais um encontro na semana seguinte e Olavo prisioneiro de um amor tão grande, sucumbe em sua primeira noite de tórrido desejo, Belle Noir o fez ver estrelas durante o dia, a noite e a madrugada, nunca conhecera uma mulher assim, dona de si e com muita classe na sala se desvendava impetuosamente vadia na cama, ele enlouquecia a cada encontro. Começou a cobri-la de mimos, presentes caros, ele tinha muitas posses e não se cansava de querer agrada-la, mas, por mais que lhe fizesse todas as vontades ela parecia nunca estar plenamente satisfeita. Joias eram os presentes que mais apreciava e ciente disso ele lhe ofertava com presentes cada vez mais caros e raros. A volúpia das noites ardentes, o cegavam. Ela um dia se apaixonou por um diamante caríssimo num leilão e Olavo, mesmo precisando baixar toda uma aplicação bancária o deu de presente para ela, o agradecimento voluptuoso o deixou de cama por três dias. Ela enviou uma enfermeira para cuidar dele e só lhe retornou as ligações com a voz mais cálida do mundo, quando ele se refez, estranho comportamento, alegou que não queria deixa-lo excitado e ele aceitou suas desculpas com um lindo colar de esmeraldas de um verde muito raro, dilapidando ainda mais o seu patrimônio, Belle Noir valia cada centavo que ele possuísse para satisfazê-la, pobre Olavo.
Os meses se passavam e o casal não se desgrudava, a aparência de Olavo era pálida e a de Belle, exuberante. Ela nunca o levou a sua própria casa, um dia Olavo se deu conta de quem nem sequer sabia em que região da cidade ela morava, pois sempre era ela que o buscava na empresa. Um dia lhe fez esta pergunta e ela disse que não se dava com os pais muito bem e tinha sua ala da casa separada deles e foi só o que conseguiu saber dela e na verdade ele pouco se importava, ela já era a rainha de seu reino que estava ficando mais pobre a cada dia, mas, nem o céu era o limite se fosse para agradar Belle Noir. Mais tarde ele saberia o porquê de seu sobrenome Noir combinar tanto com ela...só que o Sol talvez não estivesse mais brilhando para Olavo quando se descobrisse isso...
Numa viagem às Maldívias, entre beijos e águas deslumbrantes, o paraíso se reconfigurou, num jornal que apreciavam a tardinha, Belle Noir vê o anúncio que na Suíça um exemplar da esmeralda mais rara do mundo - a Esmeralda Escarlate, estaria sendo leiloado por uma fortuna inominável e a reação de Belle Noir quase enlouqueceu Olavo, era uma quantia impensável, somente se vendesse a própria vida talvez pudesse dar um lance que arrematasse aquela pedra raríssima, ao demonstrar a situação a reação dela foi um choque pra ele
- Se me amasse de verdade, me faria esta vontade!
E assim dizendo se desceu as escadas do chalé, correu pela areia e se atirou ao mar, mas, ela não sabia nadar, em poucos minutos um Olavo em total desespero se atirava nas águas para salvá-la, sendo seguido por dois funcionários do lugar, graças à Deus foi a tempo e depois do socorro devidamente medicada, ela se recuperava no enorme leito macio, diante de um Olavo deveras estarrecido. À noite olhando para a Lua pediu que ao Demônio que trocasse sua alma pelo valor que precisaria para conseguir a Esmeralda Escarlate para ela, mas, perder aquela mulher, jamais...
Depois que voltaram da viagem, a empresa de Olavo prosperava de vento em popa, seus diretores estavam impressionados como todas as ações e investimentos de uma hora para a outra estavam tendo tanto lucro. E o tal leilão da pedra já se aproximava ávido, Olavo exultava.
Jadel elogiava o amigo e lhe pedia conselhos, até mesmo lhe propôs uma sociedade, pois com as duas fortunas juntas seriam um portento empresarial, mas, Olavo ficou de pensar. Uma luzinha se acendeu, pois quem sabe se ele tivesse o controle acionário, não poderia conseguir o valor do lance mais rápido. Nada tinha sentido ou escrúpulos para ele, só dar a pedra de presente para a sua amada. Nos confins do Inferno, o Demo se regogizava...Jadel estava lascado, não sabia onde estava se metendo, visando apenas os lucros, nem estranhou quando Olavo apareceu em sua empresa, já com advogados e contador com contrato pronto e tudo, pois o amigo, nem sequer lhe tinha dado a resposta anteriormente e achou que foi tudo muito rápido. Mas, trâmites apurados de ambas as partes, acordos selados e um império cada vez mais rico surgiu no ramo empresarial. Faltavam três dias para o leilão na Suíça.
Numa animação imensa, Belle Noir fez as malas com tudo que tinha de melhor, Olavo estranhou que ela estivesse levando todas as suas jóias e melhores roupas, mas, como entender as mulheres. Ela também fez a mala dele com muito bom gosto, Olavo estava imensamente feliz por estar proporcionando esta enorme alegria para a sua amada, parecia esquecido do trato com o Demo, só que a memória do mal é boa demais, pobre homem...
Partiram sem muito alarde, como numa viagem de curtas férias em comemoração à fusão das empresas milionárias, ninguém estranhou nada. Lá chegando se hospedaram num dos melhores hotéis da cidade, jantaram à sós e fizeram amor torridamente, o dia seguinte seria o grande dia. Não tentava entender as mulheres, mas, percebeu que Belle Noir não desfez suas malas, só retirou o necessário para a noite e para a manhã do leilão, nem perguntou nada deixou passar em branco a sua dúvida. Enfim no caminho da afamada casa do leiloeiro, Olavo teve a impressão de ter visto Jadel na saída do hotel, mas, com um beijo agradecido nem fez qualquer comentário, tantas pessoas se parecem...
A cifra alcançada no arremate da rara Esmeralda Escarlate foi astronômica e todos parabenizavam Olavo e Belle Noir pela conquista tão cobiçada. Olavo morria por dentro ciente de que seu patrimônio e parte do que cabia à Jadel estava naquela pedra brilhante e vermelha, como explicar isso quando voltassem era ainda um mistério para ele, não pensou nas consequências de seu abrupto ato. Com toda segurança eles recebem a pedra dos sonhos de Belle Noir e encaminhados para uma sala reservada, pele pede para admirar a pedra sozinha por um pequeno instante, como sempre Olavo faz a sua vontade, se afasta voltando em cinco minutos e encontra Belle extasiada e com o olhar um tanto nervoso. Então ela lhe pede,
- Amor, por favor guarde a pedra no cofre do nosso banco aqui próximo, depois de amanhã, faremos sua retirada antes de viajarmos com todos os aparatos de segurança necessários, vamos curtir esta noite só nossa
Olavo se derreteu inteiro, mas, se controlando deixou a amada no hotel e foi tomar as providências necessárias. Na volta encomendou o melhor champanhe para a suíte e foi ter com Belle Noir. Qual não foi a sua surpresa ao não encontra-la, tampouco quaisquer de seus pertences. Ligou para a recepção do hotel e lhe informaram que um homem tinha vindo busca-la, Olavo entrou em desespero, tentou todas as formas de contato com ela sem sucesso. Louco de preocupação sentia seu corpo como se aquecendo e as forças lhe faltando. Ligou novamente para a recepção e perguntou se podiam descrever o homem que saíra com a esposa, foi o seu maior impacto, a descrição era a de Jadel. Imediatamente ligou para a empresa e descobriu que há três dias ninguém sabia do paradeiro dele, havia saído do escritório no mesmo dia em que ele e Belle Noir viajaram, avisando que talvez estaria de volta dali a três dias, ninguém ficou com algum tipo de preocupação até aquela manhã, quando alguns banqueiros começaram a estranhar os valores que foram sacados das contas.
Desligando rapidamente, sem dar satisfação, fechou a conta do hotel, deixando instruções que despachassem sua bagagem no primeiro voo para a sua residência no Brasil remunerando regiamente o gerente do hotel para tal. O corpo de Olavo queimava, mas, não sentia sua pele avermelhar, um bafo quente lhe chegava às orelhas de quando em vez, coisa estranha...teve mesmo a impressão de ouvir uma gargalhada em surdina dentro da própria cabeça.
Alguma coisa, uma sensação doída o fez correr até o banco e pedir para abrirem o cofre e graças aos céus a Esmeralda Escarlate se encontrava lá, só que teve um rompante de dúvida e pedindo uma cortesia ao funcionário do banco, ligou para o perito do leiloeiro solicitando que avaliasse a pedra no próprio banco antes que embarcasse para o Brasil. O homem estranhou, mas, foi ao encontro dele e o pânico tomou conta de Olavo, assim que o perito atestou ser uma belíssima falsificação o que acabara de analisar. O mundo desapareceu aos pés de Olavo, já não queimava fervia...começou a ligar os pontos:
- A impressão de visto Jadel no dia de sua chegada, as reações de Belle Noir, a viagem inesperada de Jadel, fora ludibriado a nível estratosférico, tudo fora tramado milimetricamente, inclusive a falsificação e a troca da pedra. Como fora tolo em deixar Belle Noir sozinha com a esmeralda.
Sua decepção rasgava o coração, foi percebendo que já via seu corpo estendido no piso espelhado do banco e ele em chamas suspenso no ar, observando as reações das pessoas. Mudando de cenário avista Belle Noir e Jadel num jatinho particular aos beijos e só o que ele sentiria a partir daquele momento, era o fogo intenso e abrasador que seria sua eternidade.
* Imagem - Fonte - Google
Quando ela lhe foi apresentada deve tê-lo achado bobo, pois mal conseguia balbuciar, tremia por dentro como uma vara verde e fina ao vento, sentia-se inclusive ruborizado, que situação ridícula, mas, não conseguia controlar.
Festa rolando, muita bebida boa, perfumes maravilhosos e ele só conseguia segui-la com o olhar recluso de cobiça, se sentia um menino encontrando o primeiro amor, então ela se aproxima...a fala lhe falta, as pernas bambas denunciam seu nervosismo, que mulher era aquela, unia fascinação e desejo brotando pelos poros e a voz dela, não era da Terra, quase que Olavo desmaiou, conseguiu se controlar um pouco. Ela lhe pedia para acender um cigarro e ele quase o acendeu com a desejo que o consumia. Ele não fumava, mas, tão rápido quanto possível chamou um garçom atendê-la, ela agradeceu e entabulou um conversa corriqueira sobre o clima da festividade, do anfitrião e ele foi se acalmando inebriado pelo perfume adocicado que exalava dela. A conversa foi fluindo, ela olhava dentro dos olhos dele de forma gulosa, algo nele estava se remexendo e o deixando sem graça, mas, ela nem se abalava, parecia estar se divertindo com a situação. Tentando disfarçar foi atrás de novos drinques para os dois, aproveitou para passar disfarçadamente um gelo no rosto e se recompor. Voltou mais controlado e mais falante, convidou-a para dançar, nem tão certo se conseguiria, enfim, era ver para crer. Ela se aconchegou ao corpo dele e se naquele instante lhe tivesse pedido o céu, ele iria buscar, completamente cego por ela.
Ao fim da noite um beijo avassalador o fez escravo dela, em poucos minutos o mundo deixou de existir, presente apenas Belle Noir, ‘A Deusa’...
Mais um encontro na semana seguinte e Olavo prisioneiro de um amor tão grande, sucumbe em sua primeira noite de tórrido desejo, Belle Noir o fez ver estrelas durante o dia, a noite e a madrugada, nunca conhecera uma mulher assim, dona de si e com muita classe na sala se desvendava impetuosamente vadia na cama, ele enlouquecia a cada encontro. Começou a cobri-la de mimos, presentes caros, ele tinha muitas posses e não se cansava de querer agrada-la, mas, por mais que lhe fizesse todas as vontades ela parecia nunca estar plenamente satisfeita. Joias eram os presentes que mais apreciava e ciente disso ele lhe ofertava com presentes cada vez mais caros e raros. A volúpia das noites ardentes, o cegavam. Ela um dia se apaixonou por um diamante caríssimo num leilão e Olavo, mesmo precisando baixar toda uma aplicação bancária o deu de presente para ela, o agradecimento voluptuoso o deixou de cama por três dias. Ela enviou uma enfermeira para cuidar dele e só lhe retornou as ligações com a voz mais cálida do mundo, quando ele se refez, estranho comportamento, alegou que não queria deixa-lo excitado e ele aceitou suas desculpas com um lindo colar de esmeraldas de um verde muito raro, dilapidando ainda mais o seu patrimônio, Belle Noir valia cada centavo que ele possuísse para satisfazê-la, pobre Olavo.
Os meses se passavam e o casal não se desgrudava, a aparência de Olavo era pálida e a de Belle, exuberante. Ela nunca o levou a sua própria casa, um dia Olavo se deu conta de quem nem sequer sabia em que região da cidade ela morava, pois sempre era ela que o buscava na empresa. Um dia lhe fez esta pergunta e ela disse que não se dava com os pais muito bem e tinha sua ala da casa separada deles e foi só o que conseguiu saber dela e na verdade ele pouco se importava, ela já era a rainha de seu reino que estava ficando mais pobre a cada dia, mas, nem o céu era o limite se fosse para agradar Belle Noir. Mais tarde ele saberia o porquê de seu sobrenome Noir combinar tanto com ela...só que o Sol talvez não estivesse mais brilhando para Olavo quando se descobrisse isso...
Numa viagem às Maldívias, entre beijos e águas deslumbrantes, o paraíso se reconfigurou, num jornal que apreciavam a tardinha, Belle Noir vê o anúncio que na Suíça um exemplar da esmeralda mais rara do mundo - a Esmeralda Escarlate, estaria sendo leiloado por uma fortuna inominável e a reação de Belle Noir quase enlouqueceu Olavo, era uma quantia impensável, somente se vendesse a própria vida talvez pudesse dar um lance que arrematasse aquela pedra raríssima, ao demonstrar a situação a reação dela foi um choque pra ele
- Se me amasse de verdade, me faria esta vontade!
E assim dizendo se desceu as escadas do chalé, correu pela areia e se atirou ao mar, mas, ela não sabia nadar, em poucos minutos um Olavo em total desespero se atirava nas águas para salvá-la, sendo seguido por dois funcionários do lugar, graças à Deus foi a tempo e depois do socorro devidamente medicada, ela se recuperava no enorme leito macio, diante de um Olavo deveras estarrecido. À noite olhando para a Lua pediu que ao Demônio que trocasse sua alma pelo valor que precisaria para conseguir a Esmeralda Escarlate para ela, mas, perder aquela mulher, jamais...
Depois que voltaram da viagem, a empresa de Olavo prosperava de vento em popa, seus diretores estavam impressionados como todas as ações e investimentos de uma hora para a outra estavam tendo tanto lucro. E o tal leilão da pedra já se aproximava ávido, Olavo exultava.
Jadel elogiava o amigo e lhe pedia conselhos, até mesmo lhe propôs uma sociedade, pois com as duas fortunas juntas seriam um portento empresarial, mas, Olavo ficou de pensar. Uma luzinha se acendeu, pois quem sabe se ele tivesse o controle acionário, não poderia conseguir o valor do lance mais rápido. Nada tinha sentido ou escrúpulos para ele, só dar a pedra de presente para a sua amada. Nos confins do Inferno, o Demo se regogizava...Jadel estava lascado, não sabia onde estava se metendo, visando apenas os lucros, nem estranhou quando Olavo apareceu em sua empresa, já com advogados e contador com contrato pronto e tudo, pois o amigo, nem sequer lhe tinha dado a resposta anteriormente e achou que foi tudo muito rápido. Mas, trâmites apurados de ambas as partes, acordos selados e um império cada vez mais rico surgiu no ramo empresarial. Faltavam três dias para o leilão na Suíça.
Numa animação imensa, Belle Noir fez as malas com tudo que tinha de melhor, Olavo estranhou que ela estivesse levando todas as suas jóias e melhores roupas, mas, como entender as mulheres. Ela também fez a mala dele com muito bom gosto, Olavo estava imensamente feliz por estar proporcionando esta enorme alegria para a sua amada, parecia esquecido do trato com o Demo, só que a memória do mal é boa demais, pobre homem...
Partiram sem muito alarde, como numa viagem de curtas férias em comemoração à fusão das empresas milionárias, ninguém estranhou nada. Lá chegando se hospedaram num dos melhores hotéis da cidade, jantaram à sós e fizeram amor torridamente, o dia seguinte seria o grande dia. Não tentava entender as mulheres, mas, percebeu que Belle Noir não desfez suas malas, só retirou o necessário para a noite e para a manhã do leilão, nem perguntou nada deixou passar em branco a sua dúvida. Enfim no caminho da afamada casa do leiloeiro, Olavo teve a impressão de ter visto Jadel na saída do hotel, mas, com um beijo agradecido nem fez qualquer comentário, tantas pessoas se parecem...
A cifra alcançada no arremate da rara Esmeralda Escarlate foi astronômica e todos parabenizavam Olavo e Belle Noir pela conquista tão cobiçada. Olavo morria por dentro ciente de que seu patrimônio e parte do que cabia à Jadel estava naquela pedra brilhante e vermelha, como explicar isso quando voltassem era ainda um mistério para ele, não pensou nas consequências de seu abrupto ato. Com toda segurança eles recebem a pedra dos sonhos de Belle Noir e encaminhados para uma sala reservada, pele pede para admirar a pedra sozinha por um pequeno instante, como sempre Olavo faz a sua vontade, se afasta voltando em cinco minutos e encontra Belle extasiada e com o olhar um tanto nervoso. Então ela lhe pede,
- Amor, por favor guarde a pedra no cofre do nosso banco aqui próximo, depois de amanhã, faremos sua retirada antes de viajarmos com todos os aparatos de segurança necessários, vamos curtir esta noite só nossa
Olavo se derreteu inteiro, mas, se controlando deixou a amada no hotel e foi tomar as providências necessárias. Na volta encomendou o melhor champanhe para a suíte e foi ter com Belle Noir. Qual não foi a sua surpresa ao não encontra-la, tampouco quaisquer de seus pertences. Ligou para a recepção do hotel e lhe informaram que um homem tinha vindo busca-la, Olavo entrou em desespero, tentou todas as formas de contato com ela sem sucesso. Louco de preocupação sentia seu corpo como se aquecendo e as forças lhe faltando. Ligou novamente para a recepção e perguntou se podiam descrever o homem que saíra com a esposa, foi o seu maior impacto, a descrição era a de Jadel. Imediatamente ligou para a empresa e descobriu que há três dias ninguém sabia do paradeiro dele, havia saído do escritório no mesmo dia em que ele e Belle Noir viajaram, avisando que talvez estaria de volta dali a três dias, ninguém ficou com algum tipo de preocupação até aquela manhã, quando alguns banqueiros começaram a estranhar os valores que foram sacados das contas.
Desligando rapidamente, sem dar satisfação, fechou a conta do hotel, deixando instruções que despachassem sua bagagem no primeiro voo para a sua residência no Brasil remunerando regiamente o gerente do hotel para tal. O corpo de Olavo queimava, mas, não sentia sua pele avermelhar, um bafo quente lhe chegava às orelhas de quando em vez, coisa estranha...teve mesmo a impressão de ouvir uma gargalhada em surdina dentro da própria cabeça.
Alguma coisa, uma sensação doída o fez correr até o banco e pedir para abrirem o cofre e graças aos céus a Esmeralda Escarlate se encontrava lá, só que teve um rompante de dúvida e pedindo uma cortesia ao funcionário do banco, ligou para o perito do leiloeiro solicitando que avaliasse a pedra no próprio banco antes que embarcasse para o Brasil. O homem estranhou, mas, foi ao encontro dele e o pânico tomou conta de Olavo, assim que o perito atestou ser uma belíssima falsificação o que acabara de analisar. O mundo desapareceu aos pés de Olavo, já não queimava fervia...começou a ligar os pontos:
- A impressão de visto Jadel no dia de sua chegada, as reações de Belle Noir, a viagem inesperada de Jadel, fora ludibriado a nível estratosférico, tudo fora tramado milimetricamente, inclusive a falsificação e a troca da pedra. Como fora tolo em deixar Belle Noir sozinha com a esmeralda.
Sua decepção rasgava o coração, foi percebendo que já via seu corpo estendido no piso espelhado do banco e ele em chamas suspenso no ar, observando as reações das pessoas. Mudando de cenário avista Belle Noir e Jadel num jatinho particular aos beijos e só o que ele sentiria a partir daquele momento, era o fogo intenso e abrasador que seria sua eternidade.
* Imagem - Fonte - Google