Saudades
Em meio ao meu luto, não compreendo como proceder, sei que nunca mais verei o meu amor, todavia, não consigo controlar meu instinto.
Neste fim de tarde, ao olhar para a imensidão que outrora é o infinito, vejo o por do sol, deixar-me mais uma vez, com a minha saudade.
A saudade do amor que eu sentia por ele.
— Por quê? Tu fostes de modo prematuro, e me deixastes desesperada?
O desespero de te amar me chama todos os dias.
Para esta colina, onde preciso decidir:
Se vou.
Ou se fico.
Ir é tão fácil, somente me jogar, pudera ninguém sentirá a minha falta no vilarejo, nem tentará me buscar neste despenhadeiro.
Ir deixaria me mais próximo seria somente nós dois.
— Meu Deus! por qual razão me deixastes? Não deveria, tu sabe que és a minha vida.
Lágrimas caem neste fim de tarde, e eu sei que a noite chegará e mais uma vez vou ficar, pois não tenho coragem de concretizar.
Este romance trágico que é te amar.
Entregar-me ao vento, e sentir o gosto amargo da morte daqui donde posso controlar meu corpo é tão fácil de sentir.
Um simples passo e nada mais...
Me vesti de modo belo, com uma vestimenta que me trará a eternidade.
— Mas como será esta eternidade?
— Teria eu algum perdão pelo desvaneio que estou prestes a praticar?
— Terei eu algum retrospecto positivo para entregar na minha passagem?
O entardecer é rápido, preciso tomar a minha decisão.
— Vou, ou fico?
Nosso amor será eterno finalmente? — Estarei contigo para sempre meu amor?
Eu não gostaria que fosse desta maneira, meu choro é a minha fraqueza, que preciso findar.
A noite chegou e mais uma vez, eu desço desta montanha, de sofrimento, amanhã estarei novamente no mesmo lugar, na mesma escolha, de ir ou ficar. Preciso jogar fora estas saudades que estão me transformando neste espectro que tanto me entristece. — Amor, como eu te amo!