Um conto fictício inspirado em um fato que ocorreu agorinha 12 de Agosto de 2019
João homem da lida, cuidava do seu terreiro como ninguém, apesar de morar na cidade grande, mantinha os costumes da roça.
A sua irmã também, vizinha prestativa com a sua criação de galinhas era um achado para o Senhorzinho, gostava de comer a sua gemada pela manhã, para ficar com os ossos fortes e a idade já avançada, ajudava nas juntas, coisa de velho.
A criação de galinha lhe geravam nos finais de semana, uma galinha caipira que só a irmã dele sabia fazer.
Entretanto neste cenário, de calmaria e felicidade, existia um Bingo. Um cão vira-lata como os demais.
João pegou dês de cedo pra criar, o último da ninhada, mantinha solto o bicho.
Dava de comer as lavagens que restavam, não era de gastar com ração.
O cachorro criado no terreiro. Certo dia ideou de olhar para o quintal da vizinha. Ouve-se aquela gritaria.
Era a irmã tocando com a vassoura.
O animal, todo feliz, veio com o pintinho na boca. Entrou na casinha feita de restos de tapume. E saboreou a sua conquista.
A irmã, esperou com raiva, o irmão, contou do sucedido. Era um absurdo o que lhe acontecera. O irmão com fogo nos olhos, foi lá e surrou o animal.
— Sua peste! De agora pra frente vai ficar preso.
O coitado do cão que era criado solto, rateou uns dias. Nas noites que queria esticar as patas, chorava.
O velho, que sabia lidar com bicho, ia lá e jogava um balde de água, logo o cachorro abaixava o rabo e acostumava com a pouca comida, e com a pouca água.
Olhava pra cerca e pensava nas galinhas, nos pintos e naquela fartura. Coisa de cão, você não iria entender.
Certo dia quando o velho estava limpando o terreiro, com a foice afiada, ia tirando o mato que subia perto da cerca.
Olhou para a casinha mal feita, e observou que o cachorro sumira.
— Desgraçado, logo pensou.
Procurou, por todo o lado, e nada do animal.
Escutou no galinheiro da irmã. Os cócodécos, logo entendeu: — Esta lá.
A irmã desta vez veio limpando as mãos tinha depenado um frango pro final de semana, interrompida pela bagunça que estava movimentando o quintal.
— Ara, João de novo este cão fazendo fuzue no meu galinheiro!
E nada do cachorro. A irmã, olhava com repreensão pro vizinho, logo a botadeira havia sumido!
De noite não deu outra, o cachorro voltou pra casinha velha, saborear a galinha que com muito custo conseguiu catar e empurrar pro mato.
O seu João, pensava naquela criação com aquele vício desgraçado. Foi tirou o resto da galinha e enterrou, o cachorro olhava sabendo que tinha feito algo que desagradou o dono, com uma cara de coitado que dava dó. O velho amarrou de modo eficaz desta vez, tinha escapado da coleira, que não segurava bem aquele corpo esqueletico.
Dormiu pensando na surra que iria dar no animal, e colocar o bicho no lugar dele de submissão.
No outro dia, depois de tomar café, viu a irmã de longe da janela, ela obervando o irmão, logo fechou-lhe na cara a sua janela, antes falou bem alto. — Arrume sua cerca e esqueça a galinhada!
O velho saiu pra surrar o animal. Pegou uma cinta, pra coçar o lombo do bicho.
No momento que pegou a cinta viu também a foice, o sangue subiu nos olhos e foi.
O cachorro se esperneava entendendo que iria levar uma coça
O velho pegou e deu a primeira foiçada.
O cachorro estribuchou tentando fugir da coleira, desta vez, quase a enforcando.
Os outros cachorros do terreiro que respeitavam o velho, chegaram pra ver.
O velho foi dando as foiçadas cinco no total.
Queria ver o cachorro morto, era um bicho desgraçado, comedor de galinha, logo finalizou a vida daquele animal.
O que o velho não contava era que o fuzue, chamou atenção de um vizinho, que passou com o celular na mão e fez o vídeo daquele ato cruel.
Voltei aqui dia 15/08/2019 para te atualizar sobre o que aconteceu com o Senhorzinho (que eu ficcionei neste conto)
Recebeu uma multa de 3mil reais por maltrato a animal
E seus outros 7 cachorros foram 'tomados' e estão para a doação em uma Ong.