COLETÂNEA - microcontos
I
Olavinho rastejou tanto, se humilhou tanto, se encolheu sobremaneira que perdeu a noção da linha tênue entre realidade e loucura. Em sua hospedagem no sanatório, passava o dia inteiro de braços abertos encostado num muro, como se hera fosse, só saindo de lá sob sedação.
II
Suas retas eram curvas, suas lombadas, ébrias. Belle afogou-se em tristezas espetadas nas veias, em furores de pílulas brilhantes e nos perfumes adocicados que lhe davam fome, ruiu num meio fio bem no centro do ponto de encontro habitual de seus pares.
III
Cláudia, vivia envolvida nos brilhos, lapidava amigos, lustrava caras de pau, polia relações comeciais, expunha em suas vitrines d'alma apenas interesses financeiros. Passou pela vida como um raio de luz riscando o céu de quando em quando, sempre sozinha. Em sua despedida fúnebre, apenas Fernanda e Cecília, suas amigas de infância relegadas ao passado sem berço, compareceram...por puro escárnio.
I
Olavinho rastejou tanto, se humilhou tanto, se encolheu sobremaneira que perdeu a noção da linha tênue entre realidade e loucura. Em sua hospedagem no sanatório, passava o dia inteiro de braços abertos encostado num muro, como se hera fosse, só saindo de lá sob sedação.
II
Suas retas eram curvas, suas lombadas, ébrias. Belle afogou-se em tristezas espetadas nas veias, em furores de pílulas brilhantes e nos perfumes adocicados que lhe davam fome, ruiu num meio fio bem no centro do ponto de encontro habitual de seus pares.
III
Cláudia, vivia envolvida nos brilhos, lapidava amigos, lustrava caras de pau, polia relações comeciais, expunha em suas vitrines d'alma apenas interesses financeiros. Passou pela vida como um raio de luz riscando o céu de quando em quando, sempre sozinha. Em sua despedida fúnebre, apenas Fernanda e Cecília, suas amigas de infância relegadas ao passado sem berço, compareceram...por puro escárnio.