Tragédia em Família
De ontem para hoje, o pior aconteceu. Como chuva torrencial, o que estava previsto para à década, ocorreu nesta noite. À bem da verdade, foi tragédia anunciada; mas como boa família brasileira, não tomamos providência e a mortandade, sangue, cápsulas de balas de rifle, 765, escopeta foi preciso para amenizar, apaguizar a situação aterrorizante, por qual passamos. Parecia confronto pelo tráfico nos morros do Rio. Uma insanidade, confesso! Confronto incivilizado; mas necessário, se deixássemos, comiam a casa. Por sorte, não é de madeira.
Minha mãe ao ver, não resistiu; teve um AVC fulminante e ...; não sei, tomara Deus! Minhas irmãs, por serem mais novas, estão na UTI neo natal. Meu pai coitado, cambaleava com a bacamarte, velha como ele. Brioso, chefe de família e responsável homem de bem, foi o primeiro dar alarde e pedir socorro com um tiro. Como a espingarda estava enferrujada, acertou o pé. Como os eleitores brasileiros fazem regularmente, deu um tiro no pé, por sorte foi levado ao hospital e passa bem. Dever ter alta na quinta.
Sobrou então, para eu e meus irmãos ir à luta em defesa da família gambiarreiro. E não fugimos, ao contrário, temos legados, sangue nas veias. Foi o que fizemos: derramamos sangue . Somos maus, vis, verdugos e matamos, mesmo. Implacáveis!
Dando tiros a torto e a direito, matamos todas elas. Não ficou uma. Fizemos BO e agora estamos esperando a perícia técnica para aliviarmos desse confronto sangrento. E óbvio, tomaremos cuidado máximo, mantendo em casa um potente fornicidada pra formigas e cupins. Prejuízo de açúcar, nunca mais; da matança, do combate na madrugada, sobrou apenas o sangue nas paredes, no piso da casa e as latas vazias na prateleira. Infelizmente não deu tempo, comeram tudo, deliciaram com os torrões de açúcar; mas morreram todas. Aqui não!
Temos que nos defender, pois a infestação é grande; mas agora a insetaiada já sabe onde estão se metendo. E até o presente momento que escrevia esse conto de terror, não sobrevoou por aqui, um mosquito, sequer. Sumiram os pernilongos, ratos, baratas, grilos, sapos, moriçocas, gatos., moscas varejeiras, fungos, bactérias; tudo, metemos fogo sem dó. Sumiram, não apareceu um, zumbizando. Entre o meu e o deles, que seja o sangue deles. Entre as lágrimas de minha mãezinha e a da deles, prefiro que os olhos da mãe deles derramem lágrimas. Aqui não! Não vem, que não tem.
Tinha mais a relatar deste meu terror noturno, mas vou encerrar: ligação do hospital. O quê, nossa mãe morreu? Putz, não vou chorar, pelo menos enquanto estiver escrevendo. Perigo de encharcar a folha de lágrima. Incrível, o que uma invasão de formigas às duas latas de meio litro cada uma, pela metade de açúcar, fez! Tenho que ser forte; ou melhor: temos que ser fortes meus irmãos. Já estou indo. Não, diga isso; triste demais passar na floricultura para comprar uma coroa de flores! É muito terror para uma só noite.
P.S.: a mentira faz parte da verdade humana, mas como tudo evolui, fantasia, mentiras, ficção, terror, recaíram em faque neus - detesto inglesismos