'CARNEAVAL' serpentes repentinas (miniconto)


'Festa pagã, esbórnia para todo lado
 Carnes soltas, quase nuas com aval
 Libido pulsando, olhar antenado'



Boêmia, sim este era o nome da bela gata malhada que estava soltinha e feliz no baile de rua. Junto com Fernanda e Cecília eram um trio generosamente bem delineado, morena, loira e ruiva fantasiadas de felinas, gata, onça e tigresa, sairam de casa para curtir o Carnaval, como metas do dia, beber, se divertir e beijar muitos carinhas sem compromisso, o que acontece no Carnaval fica no Carnaval, prazer com aval liberado. Lá pelas tantas da noite, muitas bocas beijadas, as digitais pelos corpos suados eram incontáveis, aí surge um carinha lindo, com short e envolvido numa serpente falsa, seus olhos eram de um verde profundo hipnotizante, foi imediato o envolvimento com Boêmia a gata. Com um nome desses era fácil entabelar uma conversa, com uma boa lábia então...

Tigresa  e Onça se entreolhando com a Gata, resolveram atacar em conjunto, o rapaz era lindo, todas queriam conhecer o prazer daquela boca carnuda, ele não se fez de rogado, pagou energéticos com whisky para as felinas, foram muitos beijos e línguas ébrias. A esbórnia tão desejada por elas chegou mais rápido com a adrenalina e os feromônios latejantes. O Gato convidou as moças para um bailinho particular na casa de um amigo, bem próximo dali, tinha até um grupo tocando Carnaval à beira da piscina, indo juntas não viram perigo, toparam logo a festa e seguiram o rapaz entre beijos e apalpadas permitidas. As felinas nem estranharam que ele tivesse aberto a porta com uma chave própria, trôpegas entraram numa saleta minúscula vazia com música alta de Carnaval, muitas luzes giravam no teto, chegava até a atordoar, pois a bebedeira deixava as cabeças bem pesadas. Num saco ao lado da porta, o Gato pegou um grande punhado de confetes e jogou sobre as moças dizendo
- Agora vem as serpentinas, apertou um botão na parede que abriu um alçapão no teto de onde elas caíram...muitas serpentes venenosas...não serpentinas. O Gato, saiu fechando a porta, ficou por duas horas do lado de fora ouvido os gritos alucinantes misturados à música alta, quando tudo silenciou, voltou para a rua para continuar curtindo o Carnaval.




* Dedicado às escritoras do Recanto Fefa Rodrigues e Cecília D'ávila.
Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 02/03/2019
Reeditado em 02/03/2019
Código do texto: T6588067
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