O CRISTALINO DO LAGO MIA
Sem nada para fazer, um à toa assumido, Nestor passeava pelo lago à noite, adorava ver seu espelho d´água refletindo o luar e os astros brilhantes. Tinha uma aversão mórbida a gatos, seu maior prazer era pegar os bichanos que circulavam pelo lugar e quebrar-lhes os pescoços, para em seguida atirá-los no lago, sentia uma alegria lhe preencher o peito com isso. Nem se recordava mais, de quantos já havia matado.
As pessoas que apreciavam a paisagem estranhavam aqueles miados doídos, que eram ouvidos em suas andanças pelo lago espelhado, era difícil encontrar gatos por ali durante o dia, mas, os miados sofridos, eram constantes.
Num entardecer bem quente e abafado, o lago apareceu brotado de gatos mortos boiando, um alvoroço para a Prefeitura, que episódio teria acontecido ali?
Muitos curiosos se amontoavam pela beira do lago para ver o que sucedera, então, um menino de rua se aproxima de um policial e confirma ter visto por duas vezes, um homem quebrar o pescoço de gatos e atirá-los dentro do lago, afirmou ter ficado com medo que o camarada fizesse alguma coisa com ele, então, preferiu se calar e ficar bem escondido para não ser notado. Descreveu o homem e para azar de Nestor, que não era um homem comum, nem bem quisto no lugar, pois fazia contas que não pagava, importunava moças que liam nos bancos da pracinha e era um vagabundo de porte médio e cabeça alongada, suas feições eram aquilinas, o que não era comum naquela localidade, logo ele foi localizado e por pouco não morreu, foi salvo a tempo de ser totalmente linchado pela população.
Na cadeia disse que não fazia ideia do motivo, de estarem fazendo tanto alarde com aquela situação, os gatos não serviam para nada mesmo!
O delegado era também o dono de um abrigo de gatos, achou justa a pena alternativa de fazer com que Nestor cuidasse dos gatos de lá, embora sendo vigiado de perto, deixando ele bem ciente, que se alguma coisa acontecesse de anormal, sua penalidade extraoficial, seria uma surra incomensurável. Nestor era um à toa, mas, jamais um ignorante, gostava muito da sua própria pele.
Só que sua aversão aos felinos, que ele mesmo não sabia de onde teria surgido, falou mais alto. Na segunda semana trabalhando no gatil, ele afogou uma ninhada inteira de gatinhos, mas, foi descoberto por um visitante que tinha a intenção de adotar um casal de bichinhos. Desta vez Nestor se deu mal de verdade, o homem era um gigante perto dele, deu-lhe uma surra homérica, quase lhe arriou os quartos, o socorro chegou rápido, mas, Nestor disse ter caído da escada e o delegado fez de conta que acreditara, pois no fundo achou muito bem feito o acontecido, fechou os olhos para qualquer punição que o homem pudesse ter direito e enfiou o judiado Nestor na cadeia, iria amargar uma pena boa, pelo menos até que o povo esquecesse a sua cara.
Lenda ou não, muitos comentavam que à noite à beira do lago, o cristalino do espelho d´agua miava.
Sem nada para fazer, um à toa assumido, Nestor passeava pelo lago à noite, adorava ver seu espelho d´água refletindo o luar e os astros brilhantes. Tinha uma aversão mórbida a gatos, seu maior prazer era pegar os bichanos que circulavam pelo lugar e quebrar-lhes os pescoços, para em seguida atirá-los no lago, sentia uma alegria lhe preencher o peito com isso. Nem se recordava mais, de quantos já havia matado.
As pessoas que apreciavam a paisagem estranhavam aqueles miados doídos, que eram ouvidos em suas andanças pelo lago espelhado, era difícil encontrar gatos por ali durante o dia, mas, os miados sofridos, eram constantes.
Num entardecer bem quente e abafado, o lago apareceu brotado de gatos mortos boiando, um alvoroço para a Prefeitura, que episódio teria acontecido ali?
Muitos curiosos se amontoavam pela beira do lago para ver o que sucedera, então, um menino de rua se aproxima de um policial e confirma ter visto por duas vezes, um homem quebrar o pescoço de gatos e atirá-los dentro do lago, afirmou ter ficado com medo que o camarada fizesse alguma coisa com ele, então, preferiu se calar e ficar bem escondido para não ser notado. Descreveu o homem e para azar de Nestor, que não era um homem comum, nem bem quisto no lugar, pois fazia contas que não pagava, importunava moças que liam nos bancos da pracinha e era um vagabundo de porte médio e cabeça alongada, suas feições eram aquilinas, o que não era comum naquela localidade, logo ele foi localizado e por pouco não morreu, foi salvo a tempo de ser totalmente linchado pela população.
Na cadeia disse que não fazia ideia do motivo, de estarem fazendo tanto alarde com aquela situação, os gatos não serviam para nada mesmo!
O delegado era também o dono de um abrigo de gatos, achou justa a pena alternativa de fazer com que Nestor cuidasse dos gatos de lá, embora sendo vigiado de perto, deixando ele bem ciente, que se alguma coisa acontecesse de anormal, sua penalidade extraoficial, seria uma surra incomensurável. Nestor era um à toa, mas, jamais um ignorante, gostava muito da sua própria pele.
Só que sua aversão aos felinos, que ele mesmo não sabia de onde teria surgido, falou mais alto. Na segunda semana trabalhando no gatil, ele afogou uma ninhada inteira de gatinhos, mas, foi descoberto por um visitante que tinha a intenção de adotar um casal de bichinhos. Desta vez Nestor se deu mal de verdade, o homem era um gigante perto dele, deu-lhe uma surra homérica, quase lhe arriou os quartos, o socorro chegou rápido, mas, Nestor disse ter caído da escada e o delegado fez de conta que acreditara, pois no fundo achou muito bem feito o acontecido, fechou os olhos para qualquer punição que o homem pudesse ter direito e enfiou o judiado Nestor na cadeia, iria amargar uma pena boa, pelo menos até que o povo esquecesse a sua cara.
Lenda ou não, muitos comentavam que à noite à beira do lago, o cristalino do espelho d´agua miava.