TERÇO DAS CONTAS CAÍDAS (miniconto)
Sua vida era só de orações, joelhos gastos no genuflexório, testa úmida de água benta, pecados mudos calados na sacristia. Seu olhar ao mar era escuro, preto e branco, como as contas de seu terço. Alma vendida ao vermelho à beira do cais, desejos e anseios dissonantes instigando, então, em troca de fama e ouro se rendeu. Quando a razão de seu ser acordou, já era tarde, o Sol não mais brilhava, as ondas e o céu não tinham mais cor, seu olhar baço sangrava e peito rasgado de dor gemia. Com fogo, a gargalhada do tridente a levou, ficando sob a cinzenta areia, as contas caídas do seu companheiro terço.
Sua vida era só de orações, joelhos gastos no genuflexório, testa úmida de água benta, pecados mudos calados na sacristia. Seu olhar ao mar era escuro, preto e branco, como as contas de seu terço. Alma vendida ao vermelho à beira do cais, desejos e anseios dissonantes instigando, então, em troca de fama e ouro se rendeu. Quando a razão de seu ser acordou, já era tarde, o Sol não mais brilhava, as ondas e o céu não tinham mais cor, seu olhar baço sangrava e peito rasgado de dor gemia. Com fogo, a gargalhada do tridente a levou, ficando sob a cinzenta areia, as contas caídas do seu companheiro terço.