Profano - Donzela do Gelo
Profano
Tudo está as escuras no velho lugar
A esta altura nada é claro para nós
Na lápide fria nossos corpos quentes
Recebem a doce brisa
É tão maravilhosa esta escuridão
Pés fincados nesta terra fria
Teus olhos que não vejo
E tua respiração que escuto lentamente
Este cheiro, estes corpos e tua excitação
Sou uma menina e não posso vencê-lo
Vejo o muro caiado do cemitério
E alamedas de altos túmulos de mármore
Quanta ousadia deitar-se neste solo santo
Caminhos de cascalhos frios e úmidos
Olhando para teus olhos vejo o céu nublado
Ao beijar tua boca tenho a única estrela visível
Meu corpo tênue a cobrir o teu e as confissões
Ouvindo teus murmúrios te guardando em mim
Passeando entre paredes de pequenas lápides
Enfim o êxtase. E chego a gritar pelo teu nome.