FACÕES E FALCÕES (mini conto) 

Luiz amava seus falcões,  bem treinados eram implacáveis nas caçadas matutinas, nunca perdiam uma presa, à mesa de seu dono e treinador jamais faltava uma preá, um pombo e com sorte, um belo coelho. Luiz sabia, que a recompensa pelas certeiras empreitadas, os tornava fiéis, mas, não dóceis, um pé atrás era sinônimo de cautela. A outra paixão era seus diversos e afiadíssimos facões, os mantinha prontos para o uso, por puro prazer, nunca fizera uso deles, exceto um mais gasto, com que tratava as presas que os seus falcões traziam. Luiz numa noite sem nuvens e de Lua clara, estando sem sono resolveu tirar a proteção noturna que vendava seus falcões, para saber como reagiriam. Aves diurnas como eram, se assustaram e com vôos descordenados, em bicadas cruéis de defesa, acabaram por derrubar alguns facões sobre Luiz, que zonzo pelo ataque e com dores fortes pelo corpo, tendo um facão cravado na coxa, fraquejava. O sangue jorrava farto e rubro. Ele morava distante da cidade, sabia que a veia femural havia sido atingida, o bicos desesperados o sangravam mais e mais, sentindo um enorme arrependimento o consumir e a vida ir se apagando, com um suor frio escorrendo pela espinha...
Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 02/02/2017
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