CHACOALHAR DE OSSOS

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O RUÍDO SECO

Tales não conseguia dormir, estava transpirando demasiadamente, nem estava tão quente assim, havia uma ansiedade dentro do peito que não conseguia explicar, seus ouvidos não percebiam, mas, sua cabeça tinha a sensação de um chacoalhar de ossos.

A FEBRE

Tales suava incontrolavelmente, a cor do líquido que saia de seus poros, era esbranquiçada meio que cinza claro, cor de osso. Sua cabeça ardia, sentia como se as suas carnes, se desprendessem, a dor começava a ficar inclemente.

A PROSTRAÇÃO

Tales perdia a noção da realidade, se era um pesadelo, ele precisava acordar,  pois em dores profundas, em delírios morria.

A REALIDADE OU NÃO?

Tales desperta apenas nos olhos, nada sente abaixo do pescoço que estava molengo, a visão surreal de seus ossos flutuando sobre ele, se chocando de quando em vez, o aterrorizou, Tales era só carne e líquido, lívido observava a cena digna dos horrores da Idade Média, só que ao inverso, não descamou-se ou retalhou-se as carnes, ficando os ossos expostos, suas carnes no mesmo lugar estavam e o barulho de seus ossos flutuando e chacoalhando, no ar do quarto, o fazia implorar aos céus pra morrer.

A MÓRBIDA REDENÇÃO

As preces de Tales foram atendidas, um espírito vermelho e negro, com uma foice, separou suas carnes vazias dos ligamentos e tudo se juntou num redemoinho de fumaça fétida, que sumiu num buraco negro que se abriu no espaço claro do teto.
Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 24/11/2016
Reeditado em 26/11/2016
Código do texto: T5833923
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