RASTEJANTE MORENO
Aquela morena face, estava atrelada a um corpo esguio, que por vielas escuras, na calada da noite, se esgueirava com seus olhos embaçados, à caça da próxima vítima. Não demora muito e uma moça, saindo de uma fábrica que funcionava ali perto, segue apressada para chegar logo em casa, exaurida, depois de um dia trabalho estafante. Vai se dirigindo por uma das vielas, sem muita atenção à sua volta, apenas pressa. A morena face de olhos embaçados, dá seu bote certeiro, o soco de força descomunal a joga no chão, quase desfalecida, um lenço de cheiro entorpecente, apaga seus sentidos. A moça simples de rosto suave, parecia saída de um quadro antigo, meio bucólico, quiçá, campesino, acorda sobressaltada e cheia de medo, ainda sentindo um certo torpor nos membros, tenta visualizar o ambiente, que é sombrio, com forte cheiro de carne crua, parecia um açougue vazio. Conseguindo movimentar a cabeça, com mais facilidade, se percebe nua e apesar e não sentir dor, vê suas pernas com rasgos profundos e cobertas de sangue ressequido, já se sentia apavorada, olhando de esguelha para a esquerda da mesa onde estava presa com correntes, seu pavor se agiganta, um homem esguio de morena tez e olhos embaçados, se aproxima a passos lentos, quase rastejantes, com um enorme facão na mão e um sorriso escrachado e mórbido nos lábios finos. À primeira estocada, um grito animal foge da garganta da moça, com rosto de quadro acorrentada, uma lacinante fenda, se abre em seu ventre que jorra sangue por sobre a mesa fria. Um novo golpe no centro do peito, tira seu último suspiro, deixando em seus ouvidos, somente um riso sarcástico ao longe, um gelado de abandono vai apagando sua pequena luz...definitivamente...
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 06 de abril de 2016.
(rascunho finalizado, enfim publicado)
Aquela morena face, estava atrelada a um corpo esguio, que por vielas escuras, na calada da noite, se esgueirava com seus olhos embaçados, à caça da próxima vítima. Não demora muito e uma moça, saindo de uma fábrica que funcionava ali perto, segue apressada para chegar logo em casa, exaurida, depois de um dia trabalho estafante. Vai se dirigindo por uma das vielas, sem muita atenção à sua volta, apenas pressa. A morena face de olhos embaçados, dá seu bote certeiro, o soco de força descomunal a joga no chão, quase desfalecida, um lenço de cheiro entorpecente, apaga seus sentidos. A moça simples de rosto suave, parecia saída de um quadro antigo, meio bucólico, quiçá, campesino, acorda sobressaltada e cheia de medo, ainda sentindo um certo torpor nos membros, tenta visualizar o ambiente, que é sombrio, com forte cheiro de carne crua, parecia um açougue vazio. Conseguindo movimentar a cabeça, com mais facilidade, se percebe nua e apesar e não sentir dor, vê suas pernas com rasgos profundos e cobertas de sangue ressequido, já se sentia apavorada, olhando de esguelha para a esquerda da mesa onde estava presa com correntes, seu pavor se agiganta, um homem esguio de morena tez e olhos embaçados, se aproxima a passos lentos, quase rastejantes, com um enorme facão na mão e um sorriso escrachado e mórbido nos lábios finos. À primeira estocada, um grito animal foge da garganta da moça, com rosto de quadro acorrentada, uma lacinante fenda, se abre em seu ventre que jorra sangue por sobre a mesa fria. Um novo golpe no centro do peito, tira seu último suspiro, deixando em seus ouvidos, somente um riso sarcástico ao longe, um gelado de abandono vai apagando sua pequena luz...definitivamente...
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 06 de abril de 2016.
(rascunho finalizado, enfim publicado)