O SAPO - VAPT-VUPT
Era assim que tudo começava, quando a febre assassina chegava, era só vapt-vupt, sem qualquer escolha ou inspiração, pardo ser de enormes olhos verdes esbugalhados, como um enorme sapo de pestanas gigantescas, onde estavam depositadas duas esmeraldas sem compaixão ou formosura. As vítimas, pobre coitadas, tão simples ou engalanadas, tinham suas cabeças arrancadas, por um único golpe de afiado facão, o pardo sapo de olhos esmeraldados, lambia o sangue para limpar o facão, seguindo direto, para uma nova mórbida investida.
Preferia becos e vielas, sempre à noite, quando podia ficar na penumbra, só aguardando um desatento passar, então, era só vapt-vupt, de um golpe só, nunca falhava, as vozes em sua cabeça, apenas gritavam sem cessar.
-Mate, mate, mate!
Ficava por segundos, observando o corpo ensanguentado, sorrindo, seu sorriso de sapo pardo, com os olhos verdes apestanados arregalados, com tremenda satisfação, arrancava o fígado delas e os punha em um saco plástico, grosso e preto, depois retornava ao seu barraco sobre um rio podre assoreado, abria uma cerveja, brindava com as vozes em sua mente, comia com gosto, o fígado frito de suas vítimas e adormecia saciado, tranquilamente...
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 16 de fevereiro de 2016.
Era assim que tudo começava, quando a febre assassina chegava, era só vapt-vupt, sem qualquer escolha ou inspiração, pardo ser de enormes olhos verdes esbugalhados, como um enorme sapo de pestanas gigantescas, onde estavam depositadas duas esmeraldas sem compaixão ou formosura. As vítimas, pobre coitadas, tão simples ou engalanadas, tinham suas cabeças arrancadas, por um único golpe de afiado facão, o pardo sapo de olhos esmeraldados, lambia o sangue para limpar o facão, seguindo direto, para uma nova mórbida investida.
Preferia becos e vielas, sempre à noite, quando podia ficar na penumbra, só aguardando um desatento passar, então, era só vapt-vupt, de um golpe só, nunca falhava, as vozes em sua cabeça, apenas gritavam sem cessar.
-Mate, mate, mate!
Ficava por segundos, observando o corpo ensanguentado, sorrindo, seu sorriso de sapo pardo, com os olhos verdes apestanados arregalados, com tremenda satisfação, arrancava o fígado delas e os punha em um saco plástico, grosso e preto, depois retornava ao seu barraco sobre um rio podre assoreado, abria uma cerveja, brindava com as vozes em sua mente, comia com gosto, o fígado frito de suas vítimas e adormecia saciado, tranquilamente...
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 16 de fevereiro de 2016.