PARDOS MURMÚRIOS NO CAIS IMPONENTE (mini conto)

Murmúrios
pardos em cabeças encapuzadas, espreitavam, louros cabelos longos, em corpo lânguido felino após a caça, desavisado e imprudente. Na calada da beira do cais imponente e farto de bêbados, meretrizes e marinheiros no afã do cio rápido. Por detrás de uma pilastra sob uma luz morna e pálida, nenhum outro passo, andava por aquele ponto específico do cais. Murmúrios pardos, dão o bote em surdina, sufocam os louros cabelos longos, de pomo de Adão saltado, que não pôde sequer reagir, murmúrios pardos eram muito mais fortes do que ele, se entrega para não ser espancado, é seviciado e oferecido de um para outro murmúrio pardo, se gui da men te. Após o farto banquete, roubam sua bolsinha prateada com os míseros ganhos da noite e fogem deixando à beira do cais imponente, os louros cabelos longos, devassado, invadido, desmaiado, tendo por testemunha, apenas, a luz  pálida e  morna, ao lado da pilastra concreta e fria.

 
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 21 de outubro de 2015.
Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 21/10/2015
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