MENTE VAZIA (micro conto)

Lâminas frias, metálicos artifícios de tortura. A pele negra, de carne dura, precisava de mais pressão nos cortes, dolorida trama, enredada pela pele clara notívaga. Pele negra inocente presa, inofensiva vítima, desacordada, não sentia suas carnes sendo  re ta lha das  em rápidos lanhos. A pele clara mórbida e nociva, cumpria seu papel insano, babando. Motivo não existia para tal intento, apenas, a mente vazia de sentimentos e um nada para fazer. Só agir brutal, lhe satisfazia. Num golpe tacanho e misericordioso, a pele clara, traça no pescoço da pele negra um risco profundo, avermelhado e mortal. A pele clara abandona o ambiente sombrio, sem testemunhas, deixando a pele negra dormindo, o seu sono final.  

 
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 16 de outubro de 2015.



 
Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 16/10/2015
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