Legião Parte V
Capítulo V
{A Batalha}
Tyson resolvera encarar um grupo de neonazistas, sabendo que costumavam arrumar brigas fenomenais e espancarem transeuntes a esmo nas ruas da cidade. Imaginou que encontraria uma bela briga e foi direto a casa que servia de Q.G. do grupo. Ao adentrar com um carro que roubara nas imediações, atropelou três membros, inclusive passando sobre as pernas do terceiro. Saiu do carro com seu soco inglês armado e desferindo golpes que colocavam a nocaute quem aparecia em seu caminho. Dentes sendo cuspidos, fraturas expostas nas faces e pernas quebradas, com chutes dados por Jessy. De repente, um estampido, havia levado um tiro no ombro direito. Os desgraçados usavam arma de fogo. Logo vieram outros com correntes e barras de ferro. Jessy conseguiu desarmar dois sujeitos, usando as próprias armas contra os atiradores, alvejando-os na cabeça.
Os membros daquele grupo usavam a cabeça raspada, ostentavam tatuagens e roupas com emblemas relacionados a simbologia hitlerista. Cartazes com fotos do Führer estavam por todas as paredes, além de bandeiras fascistas. Jessy foi atacada de surpresa e surrada por pedaços de pau de barras de ferro, seu crânio se espalhou pelo chão do lugar e barras pontiagudas perfuraram seu tórax e todas as partes que conseguiram espetar. Tyson, furioso, investira com mais violência contra os adversários. Estava em desvantagem e demonstrava sinais de cansaço, que logo viria a sucumbir. Mas o cenário mudara de configuração a partir da aparição de Malcom. Sua arte de matar era magnífica. Acertava os pontos certos com disparos precisos, servindo-se desde armas de fogo até outros objetos encontrados no local. Os corpos iam caindo e no final restaram apenas um casal. Pediu que Tyson se retirasse.
O local era bem afastado, justamente para o grupo poder ter privacidade. Costumavam promover festas com disparos de armas de fogo e algumas vezes torturavam pessoas que capturavam pelas ruas para espancá-las por dias. Não era muito visitados pela polícia, já que autoridades da região era ligadas aos membros, alguns fazendo parte do grupo, já que era uma comunidade com tradição racista. Malcom pode brincar com aqueles corpos como desejava, até se cansar deles. Tudo que fazia era sob os olhares aflitos do casal capturado. Em seguida resolveu se dedicar aos únicos que restaram vivos. Mas para sua surpresa, outro membro da Legião aparecera. Seu nome era Leonel, um dos mais temidos membros da irmandade. Ao chegar, Malcom percebeu que deveria se retirar.
Com suas mãos delicadas, Leonel deixara os dois prisioneiros nus. Inicialmente, com uma faca enferrujada cortara o pênis do rapaz e quando começara a gritar, colocou o membro em sua boca e enfaixou com fita adesiva, fazendo com que se engasgasse com o sangue e começasse a sufocar e convulsionar. Já com um bisturi que trouxera no bolso externo de sua jaqueta, começara a cortar pequenas porções da moça, provando a carne. Um corte preciso no seio esquerda e provou uma porção daquela parte gordurosa. Arrancou um pedaço de um dos lábios vaginais e mastigou calmamente olhando para os olhos da vítima em pânico. Com precisão, arrancou com um corte rápido o clitóris e mastigou por um bom tempo. Fez uma incisão do ânus até a vagina e deixou o sangue borrifar em seu rosto, causando desfalecimento da jovem, ajoelhando-se sobre o corpo e dando mordidas vorazes, engolindo porções de carne com pele e pelos, provando da carne exposta nos ferimentos. Saciando sua vontade de carne humana. Os corpos foram recolhidos e levados a um local onde pudesse queimá-los. As partes que tivera interesse em provar posteriormente, foram separadas em potes de plástico e cuidadosamente guardadas em seu carro. Fez a limpeza do local e depois se dirigiu ao banheiro do recinto onde trocou a roupa e tomou um demorado banho quente. Queimou também as roupas que havia utilizado e por fim todo aquele lugar. Restando apenas um amontoado de ferros e cinzas.
“1
Um estrangeiro, voltando de uma viagem ao Terceiro Reich
Ao ser perguntado quem realmente governava lá, respondeu:
O medo.
2
Amedrontado
O erudito pára no meio de uma discussão e observa
Pálido, as paredes finas do seu gabinete. O professor
Não consegue dormir, preocupado
Com uma frase ambígua que o inspetor deixou escapar.
A velha senhora na mercearia
Coloca os dedos trêmulos sobre a boca, para conter
O xingamento sobre a farinha ruim. Amedrontado
O médico vê as marcas de estrangulamento em seu paciente, e cheios de medo
Os pais olham os filhos como se olhassem para traidores.
Mesmo os moribundos
Amortecem a voz que sai com dificuldade, ao
Despedirem-se dos seus parentes.
3
Mas também os camisas-marrons
Têm medo do homem que não levanta o braço
E ficam aterrorizados diante daquele
Que lhes deseja um bom dia.
As vozes agudas dos que dão ordens
Têm tanto medo quanto os guinchos
Dos porcos a esperar a faca do açougueiro, e os mais gordos traseiros
Transpiram medo nas cadeiras de escritório.
Impelidos pelo medo
Eles irrompem nas casas e fazem buscas nos sanitários
E é o medo que os faz
Queimar bibliotecas inteiras. Assim
O temor domina não apenas os dominados, mas também
Os dominadores.
4
Por que
Temem tanto a palavra clara?
5
Em vista do poder imenso do regime
De seus campos de concentração e câmaras de tortura
De seus bem nutridos policiais
Dos juízes intimidados ou corruptos
De seus arquivos com as listas de suspeitos
Que ocupam prédios inteiros até o teto
Seria de acreditar que ele não temeria
Uma palavra clara de um homem simples.
6
Mas esse Terceiro Reich lembra
A construção do assírio Tar, aquela fortaleza poderosa
Que, diz a lenda, não podia ser tomada por nenhum exército, mas que
Através de uma única palavra clara, pronunciada no interior
Desfez-se em pó.”
(Bertold Brecht)