ESCOMBROS MACABROS
Entre muros de pedra, súditas ruínas de um passado mórbido e distante, resplandece uma roseira insólita e florida, seu olor é misterioso e de veneno adocicado. Ao redor dos escombros dos muros, vários corpos esqueléticos absurdamente sorridentes, estranho cenário, desavisados seres.
Contam que certa vez, apesar de avisos envelhecidos colocados nas estradas próximas, dois rapazes em férias, sem dar nota aos avisos espalhados, colheram rosas para ofertá-las às jovens namoradas, que os acompanhavam na aventura. Ao entregá-las e elas aspirarem o doce aroma das flores, viram horrorizados, quase que imediatamente, suas queridas companheiras ressecarem sorridentes à sua frente, um espetáculo macabro. Correram como loucos em busca de ajuda, mas, ninguém quis colaborar, disseram que aquele lugar era amaldiçoado e que esse era o motivo, de terem sido colocados vários avisos pelos acessos das estradas. Avisos esses, ao que parecia, ninguém cuidava de ler.
Por muitas vezes tentaram cortar a maldita roseira, mas, ela sempre crescia em poucas horas, já tinham percebido que o problema era cheirar suas flores, não havia perigo em tocá-la. Depois de infrutíferas tentativas, ninguém daquele lugar se dignava mais, a voltar lá, por nada mesmo, tinham verdadeiro pavor daquelas ruínas mórbidas.
Contam que os escombros eram de um antigo palácio, onde encarceravam as donzelas perdidas de um reino antigo, deixavam-nas presas sem alimento ou água até que definhassem por completo, quando tinham certeza de suas mortes, às enterravam onde hoje vive a roseira, A lenda ou não, foi sendo passada boca a boca, por gerações e com o passar dos tempos o lugar deixou de ser utilizado para aprisionar as cativas e ficou por décadas abandonado, foi quando surgiu a temível roseira de flores venenosas, talvez fosse uma praga rogada pelas criaturas sacrificadas, naquele palácio dos horrores.
Pelo sim pelo não, todo o povo, há muitos e muitos anos, mandava rezar missas e outros ritos, pelas almas que ali pereceram e ainda hoje pereciam, por não dar a devida atenção aos avisos. Nada que fizessem adiantava, a roseira do mal, permanecia intacta e floridamente macabra, no seu mistério adocicado.
Quem sabe um dia, essa página possa ser virada definitivamente, então, até os dias de hoje, a incógnita pergunta permanece, como extirpar todo aquele mórbido monumento, historicamente repassado boca a boca, por gerações e gerações, para que não houvessem mais vítimas sorridentes e ressequidas, no entorno dos sombrios muros.
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 30 de junho de 2015.
Contam que certa vez, apesar de avisos envelhecidos colocados nas estradas próximas, dois rapazes em férias, sem dar nota aos avisos espalhados, colheram rosas para ofertá-las às jovens namoradas, que os acompanhavam na aventura. Ao entregá-las e elas aspirarem o doce aroma das flores, viram horrorizados, quase que imediatamente, suas queridas companheiras ressecarem sorridentes à sua frente, um espetáculo macabro. Correram como loucos em busca de ajuda, mas, ninguém quis colaborar, disseram que aquele lugar era amaldiçoado e que esse era o motivo, de terem sido colocados vários avisos pelos acessos das estradas. Avisos esses, ao que parecia, ninguém cuidava de ler.
Por muitas vezes tentaram cortar a maldita roseira, mas, ela sempre crescia em poucas horas, já tinham percebido que o problema era cheirar suas flores, não havia perigo em tocá-la. Depois de infrutíferas tentativas, ninguém daquele lugar se dignava mais, a voltar lá, por nada mesmo, tinham verdadeiro pavor daquelas ruínas mórbidas.
Contam que os escombros eram de um antigo palácio, onde encarceravam as donzelas perdidas de um reino antigo, deixavam-nas presas sem alimento ou água até que definhassem por completo, quando tinham certeza de suas mortes, às enterravam onde hoje vive a roseira, A lenda ou não, foi sendo passada boca a boca, por gerações e com o passar dos tempos o lugar deixou de ser utilizado para aprisionar as cativas e ficou por décadas abandonado, foi quando surgiu a temível roseira de flores venenosas, talvez fosse uma praga rogada pelas criaturas sacrificadas, naquele palácio dos horrores.
Pelo sim pelo não, todo o povo, há muitos e muitos anos, mandava rezar missas e outros ritos, pelas almas que ali pereceram e ainda hoje pereciam, por não dar a devida atenção aos avisos. Nada que fizessem adiantava, a roseira do mal, permanecia intacta e floridamente macabra, no seu mistério adocicado.
Quem sabe um dia, essa página possa ser virada definitivamente, então, até os dias de hoje, a incógnita pergunta permanece, como extirpar todo aquele mórbido monumento, historicamente repassado boca a boca, por gerações e gerações, para que não houvessem mais vítimas sorridentes e ressequidas, no entorno dos sombrios muros.
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 30 de junho de 2015.