FATO MACABRO
Pétalas de rosas vermelhas e brancas, espalhadas pelo chão, desenhando um lindo caminho, ladeado por velas perfumadas iluminando suavemente a trilha para seu ninho de amor. Ela anda bem devagar, aproveitando o momento e adiando a surpresa ardente, que com certeza a espera. Ao se aproximar da porta do quarto, ao final do corredor, ouve o leve tilintar de taças, então ela abre a porta bem devagar...
A cena com que se depara é, por assim dizer surreal, seu lindo marido esquartejado em cima da cama de casal ensanguentada, um casal sentado na beirada da cama, nus com taças de champanhe nas mãos, os corpos salpicados de sangue, facões jogados aos pés do criado mudo.
Ela silenciou um grito de pavor no fundo da garganta, com os olhos esbugalhados. Tomada por uma força poderosa, ela tira os sapatos, corre para fora de casa levando suas chaves e as chaves do marido, e tranca a porta pelo lado de fora, desce atropeladamente, os três lances de escada de seu prédio, sai para a rua soltando gritos aterrorizantes, o que chamou a atenção dos vizinhos. Aos berros relatou o que presenciara, então, várias pessoas começaram a ligar para a polícia.
Policiais, chegaram poucos minutos depois, cercaram o prédio, enquanto aguardavam reforços, ambulâncias, peritos, rabecão, o porteiro informou, que o prédio só tinha uma porta Com megafones os policiais avisam para que ninguém saisse de seus apartamentos nem abrissem a porta pois existiam criminosos no prédio.
Quando o reforço policial e demais apoios chegaram, cai do alto do prédio uma cabeça feminina de olhos ainda abertos, gritos e pavor são ouvidos à distância, tamanha era o surrealismo da cena. Antes que se pudesse tomar fôlego, do alto do prédio o criminoso salta de braços abertos e de costas, seu corpo destruído e esfacelado se esparrama pelo chão. Pessoas desmaiam, ela não consegue tirar da mente, a figura recortada de seu lindo marido, os fatos subsequentes pareciam não fazer sentido algum, nem sequer esboçou espanto, estava em choque.
Ela, foi levada por uma ambulância, a sedaram e ela apagou. O mistério daquele dia, continua sendo investigado, as únicas informações que a polícia tinha, era o relato dos vizinhos e os fatos, que foram passados aos gritos por ela.
A mente dela nunca se recuperou, há pelo menos dez anos, no sanatório psiquiátrico, onde foi internada pela família, ela repete todos os dias, à mesma hora em que vira aquela cena surreal, a mesma frase ...meu marido... lindo...meu marido lindo...
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 13 de junho de 2015.
Pétalas de rosas vermelhas e brancas, espalhadas pelo chão, desenhando um lindo caminho, ladeado por velas perfumadas iluminando suavemente a trilha para seu ninho de amor. Ela anda bem devagar, aproveitando o momento e adiando a surpresa ardente, que com certeza a espera. Ao se aproximar da porta do quarto, ao final do corredor, ouve o leve tilintar de taças, então ela abre a porta bem devagar...
A cena com que se depara é, por assim dizer surreal, seu lindo marido esquartejado em cima da cama de casal ensanguentada, um casal sentado na beirada da cama, nus com taças de champanhe nas mãos, os corpos salpicados de sangue, facões jogados aos pés do criado mudo.
Ela silenciou um grito de pavor no fundo da garganta, com os olhos esbugalhados. Tomada por uma força poderosa, ela tira os sapatos, corre para fora de casa levando suas chaves e as chaves do marido, e tranca a porta pelo lado de fora, desce atropeladamente, os três lances de escada de seu prédio, sai para a rua soltando gritos aterrorizantes, o que chamou a atenção dos vizinhos. Aos berros relatou o que presenciara, então, várias pessoas começaram a ligar para a polícia.
Policiais, chegaram poucos minutos depois, cercaram o prédio, enquanto aguardavam reforços, ambulâncias, peritos, rabecão, o porteiro informou, que o prédio só tinha uma porta Com megafones os policiais avisam para que ninguém saisse de seus apartamentos nem abrissem a porta pois existiam criminosos no prédio.
Quando o reforço policial e demais apoios chegaram, cai do alto do prédio uma cabeça feminina de olhos ainda abertos, gritos e pavor são ouvidos à distância, tamanha era o surrealismo da cena. Antes que se pudesse tomar fôlego, do alto do prédio o criminoso salta de braços abertos e de costas, seu corpo destruído e esfacelado se esparrama pelo chão. Pessoas desmaiam, ela não consegue tirar da mente, a figura recortada de seu lindo marido, os fatos subsequentes pareciam não fazer sentido algum, nem sequer esboçou espanto, estava em choque.
Ela, foi levada por uma ambulância, a sedaram e ela apagou. O mistério daquele dia, continua sendo investigado, as únicas informações que a polícia tinha, era o relato dos vizinhos e os fatos, que foram passados aos gritos por ela.
A mente dela nunca se recuperou, há pelo menos dez anos, no sanatório psiquiátrico, onde foi internada pela família, ela repete todos os dias, à mesma hora em que vira aquela cena surreal, a mesma frase ...meu marido... lindo...meu marido lindo...
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 13 de junho de 2015.