METÁLICO – ACORDE FINAL (micro conto)
No palco o metal soa e transborda tensos acordes, o cantor em sua performance, alucinante e loira, não percebe a sombra desfigurada que acompanha junto ao seu corpo, todos os seus movimentos. Comento isso com um carinha que estava ao meu lado, que me olha com cara de enfado e pergunta se eu já fumei todas, ele não vê nada, faço a mesma pergunta para duas outras pessoas, e nada, me acham cheirado, doidaço, mas, eu estou vendo. Dentro da lata que tenho na mão só energético, depois de um acorde mais estridente, ouço um trincar de ossos, olhando para o palco, o corpo estendido do artista, pescoço pro lado, um gran finale. Do metal restou o último acorde, desespero e um ser bestial que só eu via.
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 26 e maio de 2015.
No palco o metal soa e transborda tensos acordes, o cantor em sua performance, alucinante e loira, não percebe a sombra desfigurada que acompanha junto ao seu corpo, todos os seus movimentos. Comento isso com um carinha que estava ao meu lado, que me olha com cara de enfado e pergunta se eu já fumei todas, ele não vê nada, faço a mesma pergunta para duas outras pessoas, e nada, me acham cheirado, doidaço, mas, eu estou vendo. Dentro da lata que tenho na mão só energético, depois de um acorde mais estridente, ouço um trincar de ossos, olhando para o palco, o corpo estendido do artista, pescoço pro lado, um gran finale. Do metal restou o último acorde, desespero e um ser bestial que só eu via.
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 26 e maio de 2015.