OLHEIRAS MORENAS E FRIAS - parte final
Continuando...
Repetidas vezes entre desmaios e torpor, entre a imensidão de dor e cheiro de amônia invadindo suas narinas, Eleanor ia sendo, literalmente devorada por um homem, lindo demais de olheiras morenas e frias, impiedosamente. Ela já não sentia suas pernas, suas roupas haviam sido arrancadas raivosamente, e várias partes de pele de suas coxas, braços e costas, já haviam sido arrancadas e deglutidas vagarosamente, por Denis, um canibal dos tempos modernos, carismático, enigmágtico e absurdamente cruel.
Se ela não estivesse com seus olhos grandes esbugalhados, a pressão que ele exercia sobre ela, se tornava muito mais forte, ele tinha prazer de torturá-la olhando firme e friamente dentro de seus olhos, saboreava suas partes com muito mais gozo e júbilo sádico.
Eleanor, não conseguia mais sentir nem mesmo dor, sua esperança, escorria, tal qual seu sangue, vermelho e vívido, por suas pernas abaixo, direto para a terra, no começo morno, cálido, e enfim se juntando à ela seco e frio.
Num lance rápido e dor infinita, sentiu o punhal arrancar parte de seu ventre, carne e pele pulsantes de vida sendo comidos por seu algoz, incomensurávelmente, rápido. Nesse momento perdeu a noção de onde estava, suas parcas forças estavam por fim, se esvaíndo de seu corpo dilacerado, levou uma punhalada certeira no coração, caiu aos pés de Denis, que rindo com seu sorriso, frio, sádico, e cruel, naquele rosto espetacular de enormes olheiras, morenas e frias, foi se afastando, na direção do carro. Ele foi a caça de novas vítimas e deixou Eleanor sangrando no matagal, às margens daquela estrada, longa, vazia, no meio do nada, no Texas.
Antes de seu suspiro derradeiro, Eleanor ouviu um uivo longo, alto e insistente, no caminho seguido por Denis, então, enfim, num clamor de benção, todas as suas luzes do seu ser, como num soprar de velas, se apagaram.
Cristina Gaspar
Riode Janeiro, 18 de abril de 2015.
Continuando...
Repetidas vezes entre desmaios e torpor, entre a imensidão de dor e cheiro de amônia invadindo suas narinas, Eleanor ia sendo, literalmente devorada por um homem, lindo demais de olheiras morenas e frias, impiedosamente. Ela já não sentia suas pernas, suas roupas haviam sido arrancadas raivosamente, e várias partes de pele de suas coxas, braços e costas, já haviam sido arrancadas e deglutidas vagarosamente, por Denis, um canibal dos tempos modernos, carismático, enigmágtico e absurdamente cruel.
Se ela não estivesse com seus olhos grandes esbugalhados, a pressão que ele exercia sobre ela, se tornava muito mais forte, ele tinha prazer de torturá-la olhando firme e friamente dentro de seus olhos, saboreava suas partes com muito mais gozo e júbilo sádico.
Eleanor, não conseguia mais sentir nem mesmo dor, sua esperança, escorria, tal qual seu sangue, vermelho e vívido, por suas pernas abaixo, direto para a terra, no começo morno, cálido, e enfim se juntando à ela seco e frio.
Num lance rápido e dor infinita, sentiu o punhal arrancar parte de seu ventre, carne e pele pulsantes de vida sendo comidos por seu algoz, incomensurávelmente, rápido. Nesse momento perdeu a noção de onde estava, suas parcas forças estavam por fim, se esvaíndo de seu corpo dilacerado, levou uma punhalada certeira no coração, caiu aos pés de Denis, que rindo com seu sorriso, frio, sádico, e cruel, naquele rosto espetacular de enormes olheiras, morenas e frias, foi se afastando, na direção do carro. Ele foi a caça de novas vítimas e deixou Eleanor sangrando no matagal, às margens daquela estrada, longa, vazia, no meio do nada, no Texas.
Antes de seu suspiro derradeiro, Eleanor ouviu um uivo longo, alto e insistente, no caminho seguido por Denis, então, enfim, num clamor de benção, todas as suas luzes do seu ser, como num soprar de velas, se apagaram.
Cristina Gaspar
Riode Janeiro, 18 de abril de 2015.