Head Banger
Head Banger, um ídolo de origem desconhecida. Apareceu no cenário underground e arrastou multidões de fãs em seus shows. Ocorreram alguns mais exaltados, que se suicidaram em nome do ídolo. Costuma se apresentar com performances surreais, chegando a adentrar o palco coberto de sangue, que afirmaram ser de origem humana. Gosta de utilizar armas durante os shows, chegando mesmo a ferir membros da platéia, que sobem ao palco e pedem para serem mutilados. O som extremo tocado, age como um mantra, que faz com que a platéia siga toda aquela adrenalina. Em um solo de guitarra, um jovem teve a cabeça arrancada. Disseram que foi vítima de algum maníaco. Mas quem estava lá, afirma que foi o poder das ondas sonoras emitidas por aqueles riffs. Alguns se degolam enquanto escutam as músicas, nas próprias casas, fazendo com que pais se desesperem ao encontrar os filhos mortos. Membros de uma associação não governamental, mas que tenta contar com a ajuda do governo, pede providências em relação ao Head Banger, que chamam de “O Anticristo”.
O astro se empolga com as demonstrações de devoção dos fãs. Diz que pode mesmo ter algum pacto demoníaco e que seu poder é ilimitado. Psicanalistas dizem não passar de mais um caso de narcisismo. Orgias são promovidas nos eventos e menores de idade foram proibidos de freqüentar esse tipo de espetáculo, embora muitos consigam burlar a segurança e fazer parte dos shows proibidos. Uma bandeira negra é utilizada como símbolo da banda, onde os membros entram no palco, caracterizados de forma bizarra, segundo comentário de alguns jornais de grande circulação. Especulam sobre a vida do cantor, mas parece um mistério. A omissão do governo, faz com que algumas pessoas acreditem que as autoridades tem algum vínculo com essa carnificina que tem acontecido. Ações judiciais tramitam sem resultados favoráveis aos contestadores. As músicas são as mais vendidas no mercado, criando uma geração que idolatra essa febre que não parece ter curto prazo para terminar.
Imagens extra-oficiais, mostram cenas de corpos e cabeças fincadas em estacas nas apresentações. Alguns dizem não passar de montagem feita por pessoas que tentam denegrir o trabalho musical desse fenômeno do rock. Head Banger aparece para dar entrevistas, com sua preta e o número 666 escrito de cor vermelha nas costas dela. Os cabelos compridos encobrem os olhos e dão um ar ainda mais sombrio a esse personagem enigmático. Um jornalista, em tom de brincadeira, perguntou se os discos do astro, girados ao contrário, contêm alguma informação diabólica. O astro rebate, dizendo que suas informações diabólicas já estão bem explícitas. Na próxima apresentação, promete que irão tocar enquanto praticam suspensão, ou seja, estarão com ganchos presos em sua pele e convidam o público a participar do que denominou, “festa da dor”. Os shows estão cada vez mais lotados e um exército de roupas pretas invade a cidade. A polícia está acuada e pessoas estão sendo retiradas de suas casas e segundo relatos recentes, execuções ocorrem em praça pública. Não existe mais governo. A pilha de corpos aumenta e o altar dos sacrifícios não tem hora e nem lugar. O Cristo Redentor foi demolido. As pessoas passaram a ser identificadas com um código de barras. Não existem mais igrejas e nem penitenciárias. Desordem se tornou a nova ordem. É possível ver, no Planalto Central, uma frase escrita, de forma clara, “Hail Satan!”.