Problema Resolvido

Mais um daqueles dias, em que o calor parece fazer de uma conspiração extraterrestre para nos expulsar desse planeta. O chão ferve e a gente cozinha quando chove, já que o vapor que sobe após as nuvens descarregarem é excessivo. O carro encostado próximo a uma oficina mecânica. Uma fila de pessoas lá dentro. Começam a puxar assunto. Saco um livro e leio. Já nem me concentro, por causa da raiva da espera. Os caras passam rindo e brincando. Dizem que vai ficar caro. Você não entende o que eles falam. Dão uns nomes esquisitos nas peças para foderem com a gente. Quando vem o preço, desabamos e não sabemos se vamos ter que dar o rabo para conseguir pagar aquela porra. O sujeito passa sujo de graça de um lado para o outro. Começo a perceber que carros que chegaram depois, estão saindo antes do meu. Olho pro mecânico e ele ri de forma debochada. Saco um revólver trinta e oito, já que sou tradicional e dou um tiro na testa do infeliz. Que cai sem um esboço de sorriso. A poça de sangue e as pessoas correndo para os fundos do lugar.

Entro no carro e saio cantando pneu. Penso que logo estarei preso. Mas antes, preciso resolver ainda outra pendência. Estaciono em local proibido e vou em direção a agência bancária. Aproveito que o guarda esta tendo trabalho com um cadeirante e fingindo ajudar, passo com meu pau de fogo pelos detectores de metal. Entro confiante e vou até o gerente. Paro em frente a mesa do filho de uma puta. Está com aquela cara de cu habitual, atendendo um outro pobre coitado. Se sente incomodado por eu estar ali parado e pergunta se quero algo. Saco a arma e meto um balaço no peito dele. Que delícia ver aquela camisa branca manchada de vermelho. Engomadinho do caralho. Os seguranças se aproximam e mando que soltem as armas. Já havia pegado uma outra gerente como refém. Uma vaca que sempre ficava com aquelas pernas cheia de varizes balançando na nossa frente, com aquelas saias justas, fazendo pouco caso da nossa espera. Digo que entendo situação dos clientes e que podem ir quando desejarem. Meu lance é com o pessoal do banco.

As pessoas começam a sair e carros de polícia se aproximam da agência. Vamos para a sala do cofre. Reconheço um segurança que fez graça comigo. Não havia objeto de metal algum e ele rindo, me mandou quase tirar as cuecas. O chamei e apertei o gatilho embaixo do crânio. Massa encefálica espirrando nos peitos da varizenta. Falei que se gritasse eu ia atirar no rabo dela e cutuquei o traseiro dela com o cano fumegante. Os policiais invadiram e começaram a negociar. Disse que só desejava que aquilo logo acabasse. Que não desejava matar mais ninguém. Pediram minha irmã. Entreguei e me algemaram. Fui levado a um presídio e lá tratado como herói pelos presos que souberam da história devido à repercussão na mídia. Fiz os trabalhos necessários para reduzir a pena. Sai em condicional e voltei para casa, encontrando minha esposa e meus filhos. Continuei trabalhando com vendas e bebendo minha cachaça com cerveja nos finais de semana. O tempo que estive preso, serviu para guardar algum dinheiro e economizar um seguro que havíamos recebido. A esposa trabalhava como balconista e seguiu segurando as despesas. Perdi um pouco do crescimento dos filhos, mas nada que agora não possa recuperar. O trinta e oito foi apreendido e hoje tenho apenas uma pequena pistola, presente de um amigo detento, que saiu depois de mim e veio me visitar. Domingo assisto Silvio Santos para depois ir dormir.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 06/01/2014
Código do texto: T4638948
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.