Caça ao Tigre

Esse texto é uma continuação. Para ler a primeira parte, acesse: http://www.recantodasletras.com.br/contosdeterror/4285408

Para ler a segunda, http://www.recantodasletras.com.br/contosdeterror/4295360

Passaram-se dois meses desde a última vez que eu saí para caçar, eu já estava ficando com fome de briga. Eu daria qualquer coisa para combater bandidos, nem que fossem pequenos ladrões, nada demais. Eu já tinha perdido as esperanças, não podia sair de casa nas noites, sempre atenta, esperando pelo telefonema. Eu já havia pensado que ou Jonathan havia se esquecido de mim ou que eles trocaram o local de encontro, após a morte de um dos integrantes do grupo. Então, num sábado, eu convidei Carla para vir até minha casa, para me fazer companhia. Ela passou em uma locadora antes, pegou dois ou três filmes, e eu fiz pipoca.

Eu ouvi a campainha tocar, e de camisola mesmo, fui atender. Lá estava Carla, linda, com uma blusa um pouco decotada e cachecol. O outono havia começado há pouco tempo, e o frio já mostrava sua cara. Cumprimentamo-nos com um beijo e ela entrou. Ficou mais à vontade, tirando a blusa, ficando apenas de camisa, calça e sem sapatos. Começamos a conversar, enquanto ela punha o filme.

-Até agora, nada?

-Nada. Eu teria te avisado se algo tivesse acontecido...

-O que você acha que aconteceu?

-Eu penso que eles trocaram de lugar de encontro, sei lá. O caso parecia promissor, e pegar toda uma quadrilha de matadores profissionais, imagina! Seria evitar muito mal que aconteceria no futuro.

-Não tem a chance do velho estar armando?

-Acho pouco provável. Ele é gagá, não tem cara de perigoso, e eu acabei ficando amiga dele.

-Olhe, já vai começar.

O frio estava apertando, já era de noite e meu local tinha uma isolação térmica não tão boa e também não tinha aquecimento. Acabamos ficando abraçadas, de tanta friagem. Findando o primeiro longa, Carla se levantou para colocar o segundo, e eu fui buscar um cobertor. Foi quando, do quarto, eu ouvi o telefone tocar.

-Você ouviu isso?

-É o som do orelhão.

-Espera aqui, eu vou me vestir e já vou até lá!

Eu tirei a roupa na frente de Carla mesmo, não estava usando roupa íntima. Coloquei a calcinha e sutiã, uma camiseta, calças, chinelo e blusa e desci correndo. Ainda bem que, diferentemente dos celulares de hoje, os telefones ficavam tocando por um longo tempo. Atravessei a rua correndo e, prestes a parar de tocar, eu consegui pegar.

-Alô...

-Quem é?

-Ema... Digo, Danielle.

-Ah, olá Danielle! Escuta, eu vi um do bando do Tigre aqui, mas sozinho. Parece que ele veio apenas para beber.

-Ele ainda está aí?

-Sim, ainda está bebendo.

-Segure-o aí! Não deixe que ele vá!

-Pode deixar, querida – que senhorzinho simpático.

Voltei rapidamente ao apartamento e, desta vez, me vesti para combate. Ele tinha informações, mas também era alvo. Coloquei uma jaqueta de couro preta, e tênis. Peguei minha calibre doze serrada e duas pistolas. Guardei-as dentro da blusa. Eu só me esqueci de uma coisa: Carla.

-O que aconteceu?

-Um do grupo está lá! Eu estou indo buscá-lo.

-Deixe-me ir junto!

-Você simplesmente não pode. É perigoso demais.

-Eu não quero lutar, só quero ver!

Eu hesitei um pouco, mas não pude dizer não. Acabei permitindo. Dei uma arma para ela, para que usasse apenas se fosse ameaçada.

-Vamos, ele pode não esperar muito.

Fomos até lá de Opala, e paramos a uma certa distância.

-Você fique aqui. Se algo acontecer, aperte a buzina.

Quando eu destranquei o carro, de repente, no meu vidro apareceu João Marcos. Eu levei um susto magistral. Eu não sabia o que dizer. Eu estava vestida simplesmente como eu sou conhecida na cidade, “Morena”. Muitos crimes são atribuídos à mim, e se a polícia me pegasse, eu estaria morta. Pude apenas dizer oi.

-O que você está fazendo aqui? – disse ele, parecendo um pouco chateado.

-Eu vim pra ficar no barzinho ali, junto de Carla! Não sabia que você frequentava este bar!

Não, eu fui no clube ali do lado, mas estava muito chato, e estava andando de volta até o meu carro, quando vi o seu. Você tinha dito que de sábado não saía em casa, e agora está aqui, junto de Carla? Por quê você faz isso, Manu? Você sabe que eu sou apaixonado por você [finalmente admitiu] mas evita sair comigo? Por quê não deu simplesmente um fora, porquê ficou enrolando? Você está aí com Carla, numa boa, enquanto eu fico sofrendo...

-Ei, Manu, tem alguém saindo... – era Jonathan, portando um cavalheirismo colossal, impedindo que o alvo fosse embora. É muito provável que tenha até feito amizade com ele e tenha oferecido muitas bebidas, para ficar mais, mas vai ver ele tinha outro compromisso. Eu notei os dois e vi que um ia embora, tive a certeza que era ele. Eu tinha de ser rápida, mas João Marcos estava me atrapalhando, o maldito jornalista! Se eu fosse embora de repente, seria suspeito demais. Imagine todo o prestígio: “Repórter João Marcos Cunha descobre a identidade de Morena”.

Eu tinha de fazer algo, e rápido. O homem montou em uma moto do estilo potente, e estava ligou a ignição.

-Escute, João, depois nós conversamos.

-Não, você vai esperar, não pode fazer isso comigo, por...

Eu dei um beijo na boca dele. Ele ficou pasmo, e Carla achou estranho. Mas ele calou a boca, e disse “tudo bem”. Eu dei tchauzinho, liguei o motor e saí atrás do calhorda.

-Tchau, Manu.

Comecei a segui-lo.

-Você não disse que não ficaria com ele?

-E não vou ficar. Mas eu tinha que me livrar dele e, além disso, ele poderia suspeitar de algo; mas amanhã de manhã ele não vai lembrar de nada, só do beijo. Mas isso eu resolvo.

-Se você não fosse mais velha eu te xingaria, Manu! – demos risadas.

Algumas quadras depois, ele percebeu que estava sendo seguido. Ele tentou escapar, e começou a perseguição. Estava na hora de testar o Opala ao máximo, ele não podia me falhar. A propósito, Opala este que eu ganhei jogando com o dono dele.

Eu deveria ter cerca de 20 anos, estava na faculdade. Numa festa da minha turma, onde sempre tem muita gente de outros cursos, todos estavam bebendo e fazendo algo. Eu fiquei de canto, quando fui chamada para jogar.

-Ei Emanuelle, queremos jogar truco, mas estamos apenas em três! Quer jogar junto?

Eu até neguei, mas a vontade deles de jogar era tanta que eu fui quase obrigada. Sentei na mesa e percebi que um dos meninos tinha cara de 40 anos. Era um dos professores da Filosofia. Fomos jogando, um dois, três jogos, sempre bem acirrados, e íamos vencendo e perdendo. Afinal, eu aprendi truco com a melhor: minha irmã.

Alguém teve uma ideia:

-Que tal apostarmos para deixar isso mais interessante?

-Nem pensem que eu vou tirar a roupa.

-Vamos jogar Drink Truco então! – esse jogo funciona assim: sempre que alguém perde a rodada, bebe uma dose. É legal, pois as pessoas vão ficando tontas. Após mais dois jogos, estávamos completamente chapados. Foi quando decidimos jogar Poker.

-Vocês sabem, Poker não tem apostinha mixuruca. É apostar grana.

-Eu aposto vinte mil – já saí falando. E conforme o jogo foi rolando, as apostas iam ficando cada vez mais altas; cinquenta, cem, quinhentos , tinha gente apostando o que nem tinha. Eu ganhava e perdia - já cheguei a ter cem mil cruzados em caixa, e continuava vencendo. O tiozão já estava ficando confuso e perdendo muito dinheiro. Ao final da festa, ele e o parceiro já tinham perdido cerca de cem mil para mim e o outro da equipe. Decidimos, então, acabar com o jogo logo.

-Bem, amigos, já está tarde e eu estou voltando para minha casa. Faz um cheque pra mim que depois eu retiro o dinheiro – ele até preparou o cheque e deu na minha mão. Eu estava prestes a ir embora, quando ele me apertou o punho, falando:

-Vamos, um último jogo, com uma aposta bem alta. Você dobra.

-O que eu ganho com isso? Para que te dar uma chance e arriscar perder essa grana fácil? Você vai ter que apostar mais do que eu.

-Está bem, eu aposto meu carro! É um Opala, está praticamente zero! Venha, eu te levo vê-lo!

O carro era realmente bonito. Voltamos para dentro, e jogamos. Última rodada, estava 11x9 para eles, sem essas coisas de “escolher a mão”, essas frescuras. Era simplesmente jogar e tentar vencer. O tombo era um três e eles começavam. Eu era sempre a última a jogar. Então, ele jogou um quatro de copas.

-Ganha disso! Você me deve cem mil!

Eu saí dirigindo o Opala dele e ainda pedi para ficar com o quatro de paus de recordação. Tinha um banco de couro creme, bonito e macio, volante esportivo, quatro marchas e o motor era modificado para correr mais. Cheguei a 250 km/h no limite do carro. Acredite, nos anos 1980, isso era rápido.

Virou um esquina apertada, quase que o Opala não passa. Então, eu tirei para fora a doze, quase, alcançando-o, mas não podia atirar: se acertasse o corpo ele morreria, se acertasse a moto e ele caísse ele também morreria. Então, quando ele teve de frear para fazer uma curva, dei um só tiro no pneu traseiro – a moto se desestabilizou e ele praticamente saiu voando. Se machucou feio. Era uma rua sem saída, que dava no rio Tietê. Ele escaparia por pequeno caminho entre os prédios ali, e fugiria de vez. Foi um golpe de sorte. Eu e Carla descemos do veículo.

-Acertado por duas mulheres, rapaz? Que vergonha! Você é tão incompetente quanto seu colega!

-O que você tem conosco? Você que matou o Pedro então, sua puta!

Eu dei um chute com toda minha força no meio das pernas dele. Na faculdade, eu jogava futebol e era goleira pelo tamanho, então eu sabia dar tiro de meta. Esse foi apenas um tiro de meta em outra bola.

-Eu quero saber onde encontro o Tigre!

-Não tem jeito de encontrá-lo! Ninguém sabe dele, ele apenas dá ordens!

-Que tipo de ordens, vocês não agem por conta própria!

-Não, assassinatos particulares são bicos! Nós seguimos o que ele manda!

-E qual é a bola da vez?

-Ele nos mandou matar todos os integrantes de um motoclube que fica na zona oeste!

Matar todos os integrantes de um motoclube que fica na zona oeste. Muito bem, Jonathan. Foi realmente muito inteligente da parte dele, se fazer de tonto. Quando percebeu que eu havia matado um dos integrantes do grupo dele, ficou com medo mas viu em mim potencial. Então, para acobertar tudo, fingiu-se de amigo. Realmente, todo aquele cavalheirismo estava estranho.

-Vire-se para lá, Carla.

Com a doze, eu atirei no rosto do pobre animal.

-Isso é excitante demais! – falou a minha amiga.

-Eu também acho.

Voltamos para casa e terminamos de assistir o filme.

***

Uma semana transcorreu. Já era mais que hora de eu voltar ao Zakk 12 dar uma lição no Tigre. Assim, na outra quinta, de madrugada, eu me peguei indo para o bar, com um fuzil M-12, que consegui uma vez com um coronel aposentado do exército. Na verdade eu roubei, mas isso não vem ao caso. Ele, tinha até nome: Peacemaker. Eu coloquei uns adesivos para ficar mais chique.

Não se engane, eu não dispunha de armamento muito pesado. Todo meu arsenal incluía pistolas, revólveres, coletes que eu só usava em casos de guerra, granadas, submetralhadoras, algumas bombas e gás lacrimogêneo. Quem me dera eu ter uma metralhadora automática, daquelas que o exército americano usava no Vietnã, ou mesmo um lança-granadas de mão, fico excitada só de pensar...

A noite estava fresca. Pude colocar o colete por cima do sutiã mesmo, usando meu traje de sempre: coturno e calça de látex. Com o cabelo preso e com o fuzil para trás, eu desci do Opala, que parei a uma quadra de distância. Conforme fui chegando mais, os que estavam no bar já me olhavam torto. Sabiam que eu tinha sido a assassina do Caracol e do Cavalo, que costumavam frequentar o bar. Agora só sobrava o Tigre mesmo.

Chegando mais perto, um dos seguranças me interpelou, afirmando que o Tigre aguardava por mim, mas que precisava me revistar. Ele passou as mãos em mim, quando percebeu o fuzil preso às minhas costas. Ele pediu que eu me virasse, pois não pôde identificar o objeto. Então eu me virei, só que com a faca na mão, acertando-lhe a bochecha, que eu rasguei em direção a boca. Este caiu inconsolado no chão.

Você não se pergunta como ninguém descobre minha identidade? Eu uso maquiagem. Rímel, batom preto ou vermelho, eu fico completamente diferente do meu normal, muito mais bonita. Eu conheço as técnicas usadas no cinema: fico irreconhecível.

Após alguns malucos terem percebido o fato, vieram para cima. Tirei duas pistolas e à lá Lara Croft, atirei neles, neutralizando-os. Aí já foram três, mas eu não queria serviço na rua. Os garis não precisam limpar esse tipo de coisa, é desrespeito para com a profissão deles. Troquei os cartuchos e guardei as armas no cinto. No meu compartimento da frente, eu levava gás lacrimogêneo, já comentado. Retirei o pino e deixei cozinhar, para explodir bem no momento que eu queria. Joguei lá dentro e rapidamente o produto se dissipou no ar. Tirei o fuzil e entrei metendo bala para todos os lados, com uma máscara de gás. Alguns tiros vinham em minha direção, mas só fui acertada duas vezes: de raspão no ombro, o que doeu um pouco, e no estômago, protegido pelo colete. Descarreguei dois cartuchos, então a fumaça começou a dispersar. Os poucos sobreviventes estavam zonzos. Me abaixei próxima a uma das mesas, onde pude me proteger da provável tempestade de balas. Não vieram muitas. Quando me levantei, percebi que no lugar sobraram vivos apenas o barman e alguns motoqueiros, que eram de interesse menor. Todos ali tinham culpa no cartório, mas eu queria mesmo era o pseudofelino. Olhei para os fundos e percebi que uma porta estava entreaberta. Mas é claro que ao mínimo sinal de perigo a Galinha teria fugido. Mas eu tinha sido mais esperta. Arrastei com o carro contêineres de lixo enormes, de ferro, bloqueando a saída. Ele não teria para onde correr. Tirei a máscara e atravessei o lugar.

Com cuidado, passei pela porta. Era apenas um quartinho esburacado pelas minhas balas, sem ninguém dentro, mas com uma escada que dava em um nível superior. Mas eu não era tonta. Mirei para cima e fuzilei o teto – as balas atravessaram o andar e pegaram qualquer alma que estava acima de mim. Mas eu não contava que o bar tinha um certo comprimento, e ele poderia estar próximo à frente, no andar superior. Eu teria de subir a escada, com um risco gigante. Foi quando eu ouvi sirenes.

Eu não tinha medo de nada – de aranha, de barata, de altura, de tiros nem de ataque nuclear. Só tinha medo de sirene. Eu tive de sair correndo, e pegaria o Tigre numa outra oportunidade. Entretanto, ao sair, percebi que três carros de polícia estavam cercando-me, e diversos com armas apontadas para mim. Eu não poderia ser presa. Eu preferia morrer a perder minha liberdade. Tinha de fazer algo. Mirei em um dos policiais, quando outros atiraram, mas acertando apenas meu colete. Abri fogo contra ele, mas não o acertei, e fui na direção dos outros. Com medo, estes se abaixaram e foi minha deixa para sair correndo. A uma distância curta, atirei no pneu de dois carros, inutilizando-os, mas um ainda estava disponível. Era melhor que ter os três na minha cola.

Saí pelos becos, na tentativa de despistá-los. Com certeza eles já tinham chamado reforços, e se eu não me escafedesse dali em menos de dois minutos eu me tornaria um mártir, pois na prisão, embora feminina, alguém maior que eu iria me eliminar. O que seria da Carla sem mim?

Foi quando eu tive a genial ideia de levantar uma tampa de bueiro e entrar lá dentro; entretanto elas eram muito bem fixas. Tentei levantar uma no desespero, sem sucesso. Só que eu me lembrei que, indo para a faculdade a pé, sempre pisava em uma tampa meio bamba, e eu rezei para que ela não tivesse sido consertada. Corri até ela, levantei, entrei e a fechei, agradecendo a Deus. Ouvi, durante muito tempo lá dentro, as sirenes e carros de polícia passando. Com certeza, eles fizeram um cerco na área. Eram atribuídos a mim mais de cem assassinatos, mas eu não era autora de mais de quarenta; por isso, me pegar seria algo realmente grande. Senti na fossa e esperei com paciência, sabendo que não sairia dali tão cedo. Uma, duas, três horas e o movimento não cessava. Quando o dia começou a raiar, acabei adormecendo. Acordei por volta das 11h, com a água da enchente enchendo o bueiro.

Outra enchente na cidade de São Paulo. A água entrava violentamente, me deixando toda molhada e atrapalhada. Contudo, o canal de vazão de esgoto estava entupido, e o nível de água começou a subir. Toda a tampa estava sob água, e eu não tinha forças para erguê-la. Comecei a me afogar. Que fim trágico – uma assassina fria e calculista morrendo afogada. Aquilo não era jeito de morrer. Se bem que eu estava pronta para a morte a qualquer momento.

Quando a água chegou na cintura, eu me desarmei completamente e, com certa dificuldade, tirei o colete, ficando com o sutiã à mostra. Tentei, novamente, empurrar a tampa para cima, mas era complicado demais. A água chegava ao meu piercing no umbigo, e eu começava a me desesperar. Fiz uma força sobre-humana para levantar aquela maldita peça de concreto, mas eu não conseguia. A pressão era muito alta. Fui sentindo o frio chegar ao meu pescoço, e pensei que seria o meu fim. A saída, por onde a água entrava, tinha um fluxo muito forte de fluido. Eu não tinha força para escapar. A água finalmente chegou ao meu nariz e eu dei uma respirada para não ficar sem ar de surpresa. Já não tinha mais para onde fugir. Fechei os olhos.

Continua.

Alberto Fitzgerald
Enviado por Alberto Fitzgerald em 20/06/2013
Reeditado em 21/06/2013
Código do texto: T4350706
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