Instinto Assassino

Abre a porta de madeira, comida por cupins. Sai pelo terreno que fica escondido em um vale, de árvores frondosas e algumas espécimes selvagens, que sonorizam a madrugada. Do lado de fora, próximo a uma árvore, um jovem que fora deixado durante a noite, amarrado, a mercê dos insetos e outros seres noturnos. O braço tatuado exposto, é alisado pelo seu seqüestrador, que retira a mordaça e se empolga com os gritos da vítima indefesa. Com um ralador, começa a arrancar porções daquele braço, causando mais grito. O sangue escorre com os fragmentos de pele e carne. Aumenta a força, provocando feridas mais fundas. O jovem grita, chora. A cadeira onde está preso é deitada. Servindo-se de uma marreta, quebra os dentes e parte do maxilar do rapaz, com golpes repetidos. O sujeito engole sangue e dentes, se engasgando, morrendo sufocado com os restos de si.

Sua esposa sai da casa, trazendo o filho do casal. Alisa os cabelos do morto, deixando que a criança chute aquela cabeça ensangüentada. Entram para cear. Almoçam, assistindo o noticiário, que expõe a informação de um jovem, filho de empresário, desaparecido há alguns meses. O homem sai com sua caminhonete, indo até o comércio mais próximo. Estaciona seu veículo empoeirado. Seleciona alguns itens de culinária, colocando-os dentro do carrinho de compras. Efetua o pagamento em dinheiro junto ao caixa, expondo um sorriso com dentes amarelos e apodrecidos a atendente, uma mulher obesa e com o rosto carregado em maquiagem, que retribui o cumprimento. Encosta na caminhonete e acende um cigarro, contemplando o céu. Uma jovem pede ajuda, dizendo que seu veículo quebrou na estrada. O sujeito diz não poder ajudar e vai embora.

A mulher volta para a estrada, após pedir auxílio ao noivo pelo telefone celular. A caminhonete passa por ela. O homem desce, diz que se recordara de um amigo mecânico, que poderia levá-la até a oficina, que não ficava longe dali. A jovem mulher, desconfiada, diz que irá aguardar pelo noivo. Um golpe forte na cabeça faz com que a motorista perca os sentidos. Seu coro é ajeitado dentro da caminhonete e levado até a propriedade afastada daquele vilarejo. O noivo aparece, tentando fazer ligações para o telefone da futura esposa, após encontra o veículo abandonado e com as portas escancaradas. Pede informações no supermercado, onde é informado que ela esteve ali pedindo ajuda, mas que fora sozinha de volta para a estrada. A polícia é acionada, outros parentes chegam ao local e começa uma busca por alguém desaparecido.

Com a cabeça doendo, a passageira forçada acorda, amarrada próxima ao uma cama, em um quarto precário, que fede a mofo. Uma criança a observa da porta, se aproximando e puxando seus cabelos com força. Ela grita e se debate. A criança foge. Uma senhora abre a porta, trazendo uma bandeja com uma refeição. A prisioneira se recusa a comer, gritando e desejando explicações sobre o seu cárcere. O sujeito, que reconhecera de imediato ao se recordar do supermercado, entra de forma abrupta. Segura-lhe pelos cabelos e com uma faca arranca-lhe uma das orelhas. A seqüestrada grita e chora, com a mão sobre o ferimento que sangra. Recebe alguns chutes contra o ventre. Pedindo clemência, revelando sua gravidez. É mantida presa por meses, enquanto as buscas empreendidas por seu marido, começavam a perder força, apesar do apelo feito e da informação que a noiva estaria grávida.

O parto ocorre ali mesmo naquele casebre. A criança ao nascer é retirada da mãe, que recebe um tiro no rosto. O bebê chora, levado para um berço, sendo cuidado por aquele nova família, que acolhe um novo membro. Seus olhos azuis, são comparados ao céu de um dia claro. O irmão cuida daquele pequeno ser, que cresce, com uma beleza distinta dos membros daquela casa. Torna-se uma bela jovem, de pele clara, o coração puro, sendo mantida com todo o sigilo. As raras visitas que apareciam naquele lugar, não avistavam a pequena, que era levada para o porão, acostumando-se a viver nas trevas. Fora doutrinada na arte da frieza e do assassinato. O coração delicado, ganhava robustez. Sua primeira vítima, fora um homem que andava alucinado por aquelas matas, procurando a noiva, que havia desaparecido anos atrás. Sem saber, assassinara o próprio pai, com punhaladas, quando fora abraçada por aquele desconhecido. O homem, vendo aquele rosto familiar, sentiu a necessidade de tomar em seus braços aquela espécie de ninfa, que o fazia recordar a noiva desaparecida. As estocadas deram fim a sua busca e sofrimento e iniciaram a jovem na arte de matar.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 25/05/2013
Código do texto: T4308631
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