Sombrio

No albergue dos mutilados de sentimentos, aquela feição pálida, com olhos tenebrosos e diminutos, sem brilho. Portanto, pequenas orelhas, arredondadas, descamando a pele morta que a leve brisa faz flutuar. As mãos, com unhas negras e rachadas, dedos alongados, que portam anéis de ferro, fundidos na carne que sustenta a pele e o adorno. Talvez fosse dia, mas parecia que sempre fizera noite. Os sutis pelos se inisunando pela abertura do terno, meticulosamente cortado, sob medida. A gravata, uma lança com a ponta voltada para baixo, uma seta que indica o caminho da genitáilia enclausurada. No rosto, a barba que cresce, dando um ar escuro a tez esbranquiçada.

Adiante, com seus negros trajes soltos, que balançam com simples gestos. Coberta de flores fúnebres, que expressam uma flora sem vida, salpicando todo o corpo, feito um campo de cemitério. Um manto que lançado sobre o busto volumoso, que faz o tecido inchar, formando montes vistosos. Os cabelos castanhos, escuros, desmancham-se sobre os ombros, feito uma crina que espana constantemente, com um leve movimento de perfil. Flores brotam do braço, como se nascessem das entranhas, com raízes profundas, que chegam a alcançar o coração negro, que pulsa sangue morto, fazendo fluir aquele petróleo das veias. O leite coalha nos mamilos tesos. Tendo serpentes enroladas em seus tornozelos, feito um caduceu que é grilhão, pronto a cravar as presas naqueles angelicais pés.

No sorriso, em vez de dentes, lâminas cravadas nas gengivas. Uma dentição metálica que faz sempre sangrar, golfando consideráveis porções vermelhas, que ensopam o tecido branco, fazendo colar a malha ao peito nu, quase reto, com seios minúsculos, que parecem encolher mais a cada instante. Utilizando uma calça de vinil, com um zíper na genitália. Ao abrir é possível sentir o aroma da urin aprisionada, que chega escorrer em dado momento, empoçando os sapatos que são poços rasos que abrigam os pés. A cabeça lisa, desenhada com símbolos diversos, compondo uma espécie de calendário antigo. Nádegas achatadas, só conseguindo forma, com o aperto máximo da vestimenta, que oprime os lábios de baixo.

Na perna, o laço tatuado, que paree se fazer torniquete, deixando putrefato o membro com privação de circulação. A penugem loira que se entrelaça pelas rendas da calcinha. Com a máquina de tatuagem, risca a pele, fazendo novas figuras, transformando-se um painel vivo, com fios que escorrem e pingam, sendo cortados pela pssagem de um tecido grosso, que absorve e esfolia. O ânus, de pregas escuras, parece trabalhado em detalhes, quase imaculado, nem parece expelir fezes. Nádegas rígidas e arredondadas, que de bruços atraem a atenção, pelo volume convidativo aos animais que espreitam. Os lábios pintados com um rosa cintilante, olhos de maquiagem viva, sílios alongados, sobrancelhas finas, nariz arrebitado, como se afrontasse a realidade diante de si.

De estatura baixa, cabelos nebros compridos, um pentáculo trabalhado na panturrilha. O braço cictrizado por marcas de quelóides ressaltados, devido a cicatrizes de cortes profundos. Um pênis grosso, com bastante volume de pelos, testículos grandes, que pendem enrugados, sob o órgão de glande rosada, prepúcio que contorna com dobras de pele. Um filete de pele que se estende do períneo ao ânus. As mãos delicadas, marcadas por sulcos que absorvem ciganas, transformando em fragmento qualquer caminho que se tente traçar. Olhos vibrantes que imploram pela atenção daqueles com quem convive. Serrando a perna, na altura do joelho, separando a partir da articulação. Enquanto os outros contemplam o espetáculo. Apenas a mulher de lábios rosados, realiza também um movimento, puxando um gatilho eu lhe estoura o crânio. O cano posicionado frente aos lábios, abrira-lhe uma clareira, tornando-a uma simulação de lábios leporinos, com a parte de trás do crânio aberta por um vale, que expôs a mssa encefálica, que era amparada por taças e absorvida feito um mousse.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 28/07/2012
Reeditado em 29/07/2012
Código do texto: T3801509
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