Tailleur

Os olhos abrem com certa dificuldade. A cabeça pesada, como consequência de um desmaio. Tenta se localizar. Um cômodo pouco iluminado, fétido, tecidos envelhecidos espalhados. É possível identificar antigos modelos de máquinas de costura. Tenta se mover, percebe estar presa, a boca com mordaça, não permite gritar, apenas geme com insistência. Identifica uma outra mesa parecida com a que se encontra, um homem também acorrentado, parece estar desacordado.

Uma figura se aproxima, aparência nosferática, vestimenta negra. Aproxima-se lentamente, utiliza um vidro com algum produto que próximo a narina faz o homem acorrentado acordar tossindo. Retira do punho de seu sombrio traje, uma pequena agulha, a introduz no olho de sua vítima, que se contorce em desespero. A mulher se agita ao presenciar tamanha brutalidade, uma câmera instalada, focaliza, grava e exibe o ocorrido em uma tela central.

Abandona o sujeito, se dirige a mulher, que só com sua aproximação, sente a bexiga afrouxar, a urina começa a escorrer. O algoz, saca uma pinça, começa a arrancar-lhe os pelos das sobrancelhas, depois os cílios. Abre a blusa da vítima, com força faz saltar os botões. Arranca o sutiã, expondo seios médios, de auréola escura e pequena. Arma-se com uma tesoura que uma bandeja próxima abriga, corta um dos mamilos. Com a ponta da tesoura, corta a mordaça. Gritos e mais gritos tomam conta do ambiente.

Do outro lado, o homem tenta em vão desvencilhar-se das amarras. Tenta conter a dor incômoda do objeto que perfura-lhe a órbita. Os gritos o angustiam, tanto pela incapacidade de salvar-se quanto de poder ajudar a mulher desconhecida. Contempla na tela a imagem da tortura, impotente.

Uma agulha mais grossa perfura a língua da mulher, deixando-a exposta. Uma segunda tesoura, de tamanho menor, corta-lhe uma boa parte da língua. Com paciência amarra uma linha mais grossa, na agulha, vai costurando os lábios da mutilada sem pressa. Ao terminar, corta decepa o outro mamilo.

Retorna ao homem que se aquietara. Com uma agulha de crochê, perfura-lhe o tímpano. Segura a cabeça do sujeito, introduzindo na lateral a agulha, que faz escorrer sangue do ouvido. Com uma tesoura corta-lhe as narinas, introduzindo a ponta no orifício nasal, deixando a outra extremidade do objeto na parte superior, fazendo pressão com os dedos para causar um corte de fora a fora.

Abrindo uma gaveta de um armário, retira uma faca em formato de meia lua. Senta-se ao lado da mulher, começa a cortar um porção de sua pele da coxa, deixando exposto o músculo. Repete o processo em outras partes da perna, no abdômen. A mesa possui mecanismo para girar sua estrutura, fazendo a vítima ficar de bruços, retirando uma chapa de metal que deixa exposta as costas. Assim, pode cortar porções significativas do dorso.

Faz o mesmo ritual no homem. Com os pedaços recolhidos, começa a fazer remendos em uma máquina de costura, juntando aquelas porções cortadas com outras já dispostas numa espécie de balcão. Dá forma a uma tosco colete. Retira seu manto negro, revelando um corpo magro, com algumas cicatrizes, veste o colete de peles, se olha no espelho. Retira de um freezer uma grotesca máscara, provavelmente confeccionada da mesma maneira, colocando-a sobre a face, assumindo aparência mais temível.

Retira um pote de soda cáustica e despeja sobre os ferimentos abertos de suas vítimas. Com um golpe de uma tesoura de poda, castra o homem, prende o pênis, costurando em uma cinta, amarra em sua cintura. Aproxima-se da mulher, esfrega-lhe aquele órgão no rosto. Abre as pernas da torturada, rasgando-lhe a calça e calcinha, com a mesma agulha usada na boca, começa a costurar-lhe os grandes lábios, até deixá-los bem unidos. O corpo perde os sentidos, ele verifica a pulsação, constata o óbito. Desprende as amarras, carrega o corpo até seu quarto. Deita com cuidado o cadáver, aconchegando-se ao lado. Beija um lado da face com expressão sofrida. Usa um edredon para cobrir a ambos. Adormece.