Werewolf

Noite tenebrosa. As casas fechadas parecem temer o oculto. Comunidade camponesa, ar rural de certa calma. Animais pastam tranqüilos, até o pequeno alarde. Os cães começam a se inquietar, saindo em disparada. Um novilho tem a jugular cortada, sangue ensopando o mato alto. Um dos cães, o mais veloz, aproxima rápido. Para, vacila, coloca o rabo entre as pernas e retorna. A madrugada volta a ficar tranqüila.

Na cidade, trânsito que pernoita, ir e vir de pessoas pelas ruas nem tanto desertas. Moradores de rua disputam espaço, cada metro quadrado responde a uma propriedade dos sem propriedade. Uma fogueira improvisada esquenta um mendigo, que usa jornais velhos como tosco lençol. Um pequeno estalo, seu pescoço torcido, o corpo arrastado para o beco, desossado.

A mulher se enfeita diante do espelho, abusando de perfumes, sem maquiagem, conforme o gosto do novo namorado. Apressa em aprontar os preparativos para uma noite inesquecível de amor, só haviam conversado e trocaram suculentos beijos. Chegara o momento mais delicioso. A calcinha de tecido suave, cor negra, caíra-lhe bem, destacando a vulva quase todo depilada, apenas uma pequena penugem se destacava no meio.

A campainha anuncia a visita. Abre a porta, recepção de saborosos beijos. Saem pela noite para um jantar. Após refinada refeição em elegante restaurante. Salada saborosa de se ver e degustar, o casal resolveu provar a seção de peixes do cardápio. Comida suculenta e leve, nada que estrague com indigestão a desejada noite de prazeres. Exploram uma casa abandonada, nas margens de uma vasta propriedade agrária.

Despindo-se ligeira, revela de imediato rígidos seios. A calcinha abaixada até as canelas. O homem também de calções arriados, ofegante na penetração. Beijos e carícias. A mão da ousada mulher toca as nádegas do rapaz.

Algo acontece, a fisionomia do homem muda, a voz mais rouca, chegando ao gutural, Sua força começa a machucá-la. Tenta se desvencilhar. Os pelos crescem em abundância, mais espessos a cada segundo. O rosto se transforma, a boca se alonga com o focinho, as orelhas viram pirâmides erguidas. Começa a gritar, as unhas que já são garras apertam os braços que sangram. Rasga-se o restante da roupa feminina, enquanto a masculina se despedaçou com o corpanzil formado pela criatura.

O pênis da fera adentra a fêmea, mas cresce de forma esquisita, prendendo-se dentro da vagina, fazendo uma espécie de bulbo como dos cães em acasalamento, não deixando a mulher se desprender no ato. A força de orgasmo faz a besta, arrancar os braços da bela mulher, fazendo-a uma Vênus de Milos carnal. Cravando-lhe, em seguida, as enormes presas que perfuram o peito, rasgando de fora a fora. Lança um uivo aos céus e sai em corrida pela mata.

De manhã, nu, contempla uma gruta. O sangue é seu berço, ossos são adereços dessa horripilante moradia. Feito adornos mais bizarros, corpos em putrefação, algumas cabeças sem o resto dos indivíduos, membros espalhados, crianças divididas ao meio. Alguns cadáveres estão intactos, mortos de um só golpe, não consumidos após o ataque. Troféus mal cheirosos, um banquete de moscas e outros animais oportunistas. Os abutres estão sempre a revoar.