Dead Time
Um rapaz, deitado em seu apartamento. Naquele estado de vigília. Instantes antes de acordar, onde já se capta sons. Escuta um leve som da porta do quarto, tenta voltar aos sonhos. Algo o sufoca. Acorda amarrado na própria cama. A boca amordaçada, falta-lhe ar. Um figura sombria, caminha indiferente por seu apartamento. O rosto pálido, com ar nosferático, vestimenta preta que se camufla na penumbra do ambiente. As mãos acariciam o rosto do jovem, descendo até suas genitálias. Não lhe causam excitação, apenas nojo e medo. O corpo está fortemente preso, nada de movimentos bruscos. A figura estranha coloca seu relógio despertador, próximo a cama, na mesa de cabeceira. São 4:08 da madrugada. Normalmente acordaria às 6:00, hoje, seu futuro é incerto. O tempo passa, os ponteiros seguem seu ritmo, enquanto as mãos gélidas acariciam seu corpo inteiro. Sente repugnância, ao mesmo tempo um alívio, por ainda estar vivo. O despertador começa a vibra, são 4:30 da manhã. A criatura retira um bisturi, abrindo seu ventre. Consegue ver seus intestinos vazando, enquanto o algoz observa a cena, imóvel.
Em uma semana qualquer, certa jovem, após chegar embebedada de uma festa noturna, agradeceu pelo fato dos pais ainda não se encontrarem em casa. Ambos saíram, ela com a desculpa de uma festa singela com amigas, deixando número de telefone, antes combinado com quem atendesse. Tudo minuciosamente planejado, para sua investida em algo mais eufórico. Festa na casa de amigos, drogas lícitas e ilícitas, sexo com e sem preservativos. Só pensava em seu merecido banho, ao adentrar o box, a sensação de náusea, acabando por vomitar nas paredes. A água da ducha serviu para limpar os resquícios de vômito. Na cabeça, além do mal estar, as recordações, a noite de sexo com o rapaz que flertava há algumas semanas, tudo conforme seu desejo. Sentiu logo após uma pancada na cabeça, desmaiou. Acorda. Amarrada na cadeira em uma cadeira da cozinha. Uma figura caminha pela casa. A boca selada, não consegue gritar, muito menos mover-se. O relógio disposto na direção da geladeira, indica que são 01:50 da manhã. Os pais talvez chegassem em breve, poderiam salvá-la ou tornar-se vítimas. As lágrimas escorrem em abundância. Seu corpo nu, enquanto a criatura de olhos sombrios acaricia suas formas. Algo que já haviam feito naquela noite, mas ela teria gostado. Agora era diferente, tornara-se objeto. O sujeito se aproxima com o relógio da parede nas mãos, coloca-o em frente a face da jovem amarrada. Indica com a ponta dos dedos, o ponteiro girando. Os últimos segundos para as 2:00. Ao marcar 2:00 em ponto, o monstro retira uma haste de ferro, enrola nos longos cabelos da moça, faz movimentos de torção. A medida que torce, aumenta a dor, arranca fios em abundância. Chega a ferir o couro cabeludo. Acerta violentas tapas no rosto pálido, ainda com resquícios de shampoo nos cabelos. Acerta um primeiro soco na face da jovem, quebrando o nariz, o sangue desce. Os próximos são na direção da boca, quebrando-lhe os dentes. Engasga com o sangue e os dentes quebrados, Sufoca enquanto o maníaco soca violentamente seu abdômen, causando maior desconforto para respirar. Não satisfeito. Deita a cadeira, com o encosto para o solo, dando repetidas pisadas na cabeça da mulher. Até esfacelar o crânio. O coturno com sola de ferro, facilita romper a caixa craniana, expondo a massa encefálica.
Após uma reunião na casa de amigos. Certo casal resolve descansar. Um domingo descontraído, para uma nova semana de trabalho para ambos. Chegando em casa, a esposa entra para o banheiro, o tão sonhado banho. O marido, aguarda sua vez na sala de tv, vasculhando com o controle a programação. Ao deitar a cabeça sobre o sofá, sente uma pressão na nuca e apaga. A esposa, saindo enrolada na toalha, chega ao quarto. O choque abrupto. O marido amarrado e amordaçado na cama. Inicia um grito, mas uma mão a segura com firmeza, fazendo-a desmaiar. Abrindo os olhos, a mesma cena do marido refém. Uma criatura maldita a observa na outra extremidade do quarto. Segura o braço do marido, demonstra o relógio digital que marca 23:12. Percebe que sua boca está vedada, o corpo imóvel, presa a uma pequena poltrona. Ambos nus. O carrasco segura o braço do esposo, demonstra a ambos que são exatamente 23:20. Com uma faca, começa a fazer cortes pelo corpo do homem na cama. A mulher se desespera chorando. Abre o guarda-roupas do casal, retira os cabides. Modelos de pendurar roupas, com estrutura de madeira, gancho de metal. Desenrosca cada um deles. Segura na extremidade do gancho em forma de interrogação, posiciona na coxa da mulher, começa a girar. Deixa que penetre na carne, como um saca-rolhas, faz isso com outros ganchos, perfurando as coxas em oito ponto, quatro em cada perna. Encontra em uma gaveta de roupas, uma pistola. Conecta um silencioso, assim como um pente de munição, engatilhando a arma. Aponta para os testículos do marido. Dispara. Cola o cano no ombro direito. Dispara. O cano ainda quente é posicionado sobre a pálpebra direita. Dispara. Parte um cabide, a madeira expôs pregos tortos. Introduz entre as pernas da mulher, perfurando-lhe a vagina, com movimentos que a fazem sangrar. Segurando outro cabide partido, espanca com vários golpes o rosto maduro, os pregos causando fissuras. Aponta a arma para a nuca da viúva. Atira.
Ao sair da faculdade, aula de Artes. O receio de passar por um caminho de pouca iluminação. O rapaz recebe um golpe, caindo desfalecido. Abre os olhos, percebe um local sem iluminação, continua no escuro. Uma luz fraca é acesa. Uma criatura emerge das sombras. Percebe estar acorrentado ao solo, na posição de bruços. Chora de pavor. A criatura alisa seu traseiro, introduz o dedo em seu ânus. Na frente do seu rosto, o relógio de pulso que ganhara de presente. São 22:27. Seu sequestrador aproxima, mostra que são 22:30. Ouve latidos. Aproxima um cão pastor. O sujeito borrifa algo em seu ânus. O cão se excita, com perícia o monstro posiciona o falo do animal, fazendo com que o penetre. Ele geme sem gritar, a boca com mordaça impede um som mais alto. O cão com violência o estupra. Sente escorrer o gozo do animal, em meio a dor de ser rasgado. Com uma faca, a criatura faz vários cortes em sua pele, o sangue brota. Mais latidos de cães. Aparecem dois pit bulls. Os animais, sedentos por sangue, são soltos para devorá-lo. Mordidas violentas rasgam sua carne, as feras devoram seu corpo parte a parte.
Competira num torneio de boxe, estava ferido, apesar de terminar a luta como campeão. Em casa, dormiu sem banhar-se. Os olhos abrem com dificuldade. Está preso no chão da sala. Acorrentado próximo à poltrona. Apesar da força, não se move. A boca selada. Aparece um sujeito estranho, apontando seu relógio de cabeceira, são 5:53. Tenta imaginar o que seria aquilo tudo, já haviam recomendado seguranças a ele, mas nunca quis se privar de sua liberdade. O estranho mostra que são 6:00. Aproxima-se com um recipiente. Despeja em seu peito, pequenas gotas. O líquido é ácido sulfúrico A dor é alucinante. O vidro é derramado no rosto, tórax, pernas, corroendo até as correntes, que agora perdiam o sentido de prender o já não mais vivo.
Uma garota de programa tem seus serviços contratados. Entra num quarto de motel com um cliente. O relógio do seu pulso marca 19:32. Aceitara o convite, um ex-cliente indicara alguém, disse se tratar de pessoa discreta. Havia nervosismo na voz, mas como era casado, provavelmente estava com a companhia da esposa. Todas as despesas pagas adiantadas, inclusive o táxi que a conduziu ao local. Já se posicionara na cama, nua. O cliente estava atrasado, marcara 19:20. Pelo visto, dinheiro não era problema para ele. Deduziu que seria algum político excêntrico. As luzes se apagam, um sujeito se move entre as sombras. A mulher pergunta o que deseja fazer. Ele se aproxima, corpo nu, consegue identificar quelóides na tez do indivíduo. Suas mãos são presas com força, algemadas. Logo após, os tornozelos. Imagina que seja algo sádico. Não aprecia, mas acredita que a soma em dinheiro compensará. O cliente torce o pulso, mostra que se relógio marca 19:50. Acende uma luz discreta, mostra sua face hedionda. O olhar a assusta, ele a amordaça. Sem gritar, apenas contempla a cena com olhos de pânico. Aquela criatura, possui ares não humanos. Estão na área da sauna. Aumenta a temperatura do ambiente ao máximo, tranca a porta. Passa 24 horas no motel, assistindo canais e estudando seu álbum de fotografias. Percebe que já passam das 19:50 do dia anterior. Já havia deixado tudo pago na recepção, sai sem despertar suspeitas. Deixara pago ainda mais 24 horas, somente entrariam naquele quarto às 19:50 do outro dia. Andando pela noite, de relance percebe em uma bomba de um posto de gasolina que já passam das 23:16.