APARTAMENTO 902
Passava da meia-noite, e o silêncio tinha agora som de ruídos proveniente do corredor do penúltimo andar do luxuoso prédio, nada que viesse tirar a paz dos moradores, em especial, o Sr. Amorim, um homem de 55 anos, pele branca, rosada do sol, olhos castanhos, profundos, fala mansa, cabelos loiros, com leve sotaque sulista .
O prédio havia sido construído na década de cinquenta, do Século XX; um prédio moderno que dava origem a contemporaneidade, pois, a transição era sempre um desfilar de certezas dos que já moraram, passaram, e os que moram nas suas idas e vindas.
Durante um ano o Sr. Amorim havia morado no 404, um apartamento com sérios problemas, mas que eram contornados, e sempre ele conversava com um conhecido, Dr. Murilo Caldas, que era proprietário do apartamento 111, onde residia uma senhora, Madame Bicudo, como realmente conhecida a velha senhora.
- Deixe o prédio. - Disse o amigo.
- Como deixar o prédio? – Pensativo, perguntou.
- eu não posso voltar para casa porque tu bens sabes dos problemas que tenho com a família. – Explicou.
- Eu só estou a pedir que deixes o prédio, há muitos problemas nele, péssima administração, infiltrações...
Interrompeu o Sr. Amorim, logo, questionando:
- Se há tantos problemas que bem o sei, por que ainda tens um apartamento aqui, pois,pelo que me consta quem muito reclama deveria ser o primeiro a questionar os administradores, não é?
- Calma. – Desligou o telefone.
O Sr. Amorim, antes de vir morar no suntuoso prédio, tinha algumas desconfianças com o amigo, um homem hermético e cheios de mistérios, com sentimentos aparente, pois, mostrava-se um bom velhinho, capaz de dar sem receber, porém, com o passar dos anos a máscara ia caindo por causa de acontecimentos misteriosos. E, o amigo Paulo Ramos, que conhecia-o muito bem o Dr. Murilo, já havia alertado o Sr. Amorim, pois este estava ciente que o velho amigo não passava do amigo da onça, um lobo em pele de cordeiro.
Naquela noite tudo parecia tranquilo.
Que nem o efêmero sol surgia nas primeiras horas do dia, as sirenes da polícia tocavam, Sr. Amorim, cambaleando, dirigiu-se a janela, olhou a paisagem, os carros da policia dirigia-se para as Boninas, um antigo bairro central que havia de ser bairro há décadas, mas, muitas pessoas costumavam tratar carinhosamente com efeito histórico.
Paulo Ramos, resolveu fazer uma vizita para o senhor Amorim, Célio Amorim, e muito bem recebido no apartamento 902, contou-lhe quem na verdade era o Dr. Marilo Caldas.
Agradecido, o Sr. Amorim, despediu-se porque todas as suspeitas haviam enfim sido esclarecidas, e suas certeza eram agora objeto de perscrutação.
Passaram-se alguns dias...
O Sr. Amorim estava tranquilo no apartamento, ouvindo música clássica, quando o som da campainha tocou duas vezes. Ele olhou pelo olho mágico, abriu a porta.
- Boa tarde.
- Boa. Eu sou oficial de justiça. – Explicou o homem de cabelos grisalhos, olhos castanho claro, estatura mediana, sorridente.
- Pois não.
- eu pedi permissão a sindica do prédio, eu vim até seu apartamento porque o proprietário está sendo processado por esse homem... – Disse o nome, prosseguiu: - E, o juiz deseja saber as condições do apartamento 902; e todos os outros do nono andar.
- Suas credencias por favor. – Sr. Amorim era muito observador, e em alguns instantes percebeu que havia algo errado, duvidou, fez o que o homem pediu e agradeceu.
Resolveu ligar para um amigo, Túlio, e explicou a situação, o amigo disse que nenhum juiz perderia para expor a situação de um proprietário de apartamento e disse que alguém estava brincando de oficial de justiça, talvez um advogado frustrado, ou até mesmo a sindica do prédio que havia mando desligar as luzes do apartamento uma vez por sentir-se contrariada e o problema da infiltração em um domingo que deixou o Sr. Amorim preocupado. Mas, todos estavam sendo investigados mesmo com a justiça a ser morosa para alguns, advogados do gentil homem já estava sobre cautela .
Na terça-feira de carnaval Paulo ligou, e o Sr Amorim e ele põe o bate-papo em dia. Depois, de trinta minutos de conversa, Paulo Diz: “Amorim, afaste-se do Murilo, ele é um psicopata, capaz de fazer coisas absurdas, até fama de pedófilo ele possui na sua carteirinha de atrocidades, ela é um disputa,mentiras são seu melhor parceiro, e é ele que joga sua família contra você, e se o se telefone estiver bloqueado, foi ideia dele, ele é um monstro em pele de cordeiro, guarda até as roupas da mãe, cuide-se, o amigo da onça existe, ele não aparenta ser, vamos conversar pessoalmente.”
Sr. Amorim já sabia de muitas coisas correlacionada ao “amigo” e resolveu afastar-se para preservar sua imagem. Pois, ele não queria seu nome associado a pessoa, e nem mais contacto com o Paulo também.
No domingo, Sr. Amorim resolveu ir ao parque para caminhar, precisava fazer atividade físicas para melhoria da saúde. No parque encontrou-se com uma moradora do prédio e pararam numa barraquinha para tomar uma água de coco.
- Faz quanto tempo que você mora no prédio?
- eu morei um ano no 404; e atualmente no nono andar.
- ah, legal! – riu
- moro há três anos mais ou menos.
- agora você respondeu minha pergunta.
- essa semana eu vi você com o Paulo, se conhecem a muito tempo?