VISITA DOS ENTES QUERIDOS À MEIA-NOITE
Em uma cidade pequena afastada de todas as outras, com poucos recursos para os moradores, mas a alegria daquele povo era contagiante, pois não existia brigas e nem discórdias, eram todos muito próximos.
Em meio a mais ou menos 500 pessoas, vivia uma família, que apesar de todas as dificuldades, estava sempre disposta a ajudar. A família vivia em uma casa pequena e acinzentada, parcialmente destruída pelas chuvas, raios solares, vento. A avó, o pai e o filho pequeno.
Luzia, a avó, trabalhava em uma fazenda como empregada doméstica onde passava grande parte do dia, principalmente nos fins de semana quando chegavam visitas. Marcelo, o pai, era caminhoneiro e quase nunca estava em casa, e Miguel, a criança, ficava o dia todo em casa aguardando que a avó chegasse.
O tempo passava e Luzia já estava cansada da rotina diária e também sentia o peso dos anos nos ombros.
Em um dia chuvoso, veio a triste notícia sobre o pai. Marcelo havia se acidentado em uma de suas viagens noturnas e acabou perdendo a vida. Miguel, nesta época, já era maduro o suficiente para entender as dificuldades da vida. Mas, o impacto da má notícia foi grande e o choro era a única coisa que acontecia durante as conversas da família que estava diminuindo.
Miguel precisava ajudar nas necessidades da casa e já tinha uma idade razoável para trabalhar. Passou a trabalhar de ajudante de caminhão. O tempo não parou, continuou sua marcha constante e mais um problema estava por surgir. Luzia estava adoecendo, o pobre corpo decaindo enquanto Miguel resplandecia a cada dia, ficando fraca, a idade já estava atrapalhando, mas o que realmente estava lhe destruindo era uma doença grave. Como a cidade era pequena, só havia hospital na cidade mais próxima que era bem longe, onde ela foi em busca de algum tratamento. O neto já estava trabalhando como caminhoneiro e não pôde acompanhá-la.
A senhora estava preocupada, pois já sabia que não estava bem. Na verdade, ela estava muito mal e o médico a havia diagnosticado com uma doença terminal. Restava-lhe apenas poucos dias de vida. Luzia não queria dar mais notícia ruim ao neto e optou por esperar o seu dia final em uma casa de repouso.
Alguns dias se passaram e a pobre senhora veio a falecer. De algum jeito Miguel deveria saber e foi através de uma estação de radio local que anunciou-se o falecimento de Luzia. A sensação de tristeza se repetiu, a cidade toda se comoveu.
Miguel estava completamente desolado, não conseguira se despedir de seus parentes, primeiro o pai e depois a avó. De volta à sua cidade, ele andava pelas ruas à noite chamando pelo pai e gritando o nome da avó.
Certo vez, barulhos vararam a noite, vinham de uma velha capela. Vozes chamavam pelo rapaz. Entes que estavam mortos o chamavam para conversar. Desde então, o rapaz se encontrava com a família à meia-noite para dialogar sobre o mundo dos mortos e sobre o mundo dos vivos.
Os moradores da cidade escutavam as histórias de Miguel e ficavam sem entender. Alguns diziam que ele tinha enlouquecido, outros diziam que ele estava apenas em busca da atenção da família que perdera.
Mas, sempre à meia-noite, Miguel vestia uma capa longa e escura e saía de casa. Era possível ouvi-lo murmurar entre dentes: “Já vou meu pai... já vou minha avó.”
RUAN PABLO ALVES – 2º C - 2019
Em uma cidade pequena afastada de todas as outras, com poucos recursos para os moradores, mas a alegria daquele povo era contagiante, pois não existia brigas e nem discórdias, eram todos muito próximos.
Em meio a mais ou menos 500 pessoas, vivia uma família, que apesar de todas as dificuldades, estava sempre disposta a ajudar. A família vivia em uma casa pequena e acinzentada, parcialmente destruída pelas chuvas, raios solares, vento. A avó, o pai e o filho pequeno.
Luzia, a avó, trabalhava em uma fazenda como empregada doméstica onde passava grande parte do dia, principalmente nos fins de semana quando chegavam visitas. Marcelo, o pai, era caminhoneiro e quase nunca estava em casa, e Miguel, a criança, ficava o dia todo em casa aguardando que a avó chegasse.
O tempo passava e Luzia já estava cansada da rotina diária e também sentia o peso dos anos nos ombros.
Em um dia chuvoso, veio a triste notícia sobre o pai. Marcelo havia se acidentado em uma de suas viagens noturnas e acabou perdendo a vida. Miguel, nesta época, já era maduro o suficiente para entender as dificuldades da vida. Mas, o impacto da má notícia foi grande e o choro era a única coisa que acontecia durante as conversas da família que estava diminuindo.
Miguel precisava ajudar nas necessidades da casa e já tinha uma idade razoável para trabalhar. Passou a trabalhar de ajudante de caminhão. O tempo não parou, continuou sua marcha constante e mais um problema estava por surgir. Luzia estava adoecendo, o pobre corpo decaindo enquanto Miguel resplandecia a cada dia, ficando fraca, a idade já estava atrapalhando, mas o que realmente estava lhe destruindo era uma doença grave. Como a cidade era pequena, só havia hospital na cidade mais próxima que era bem longe, onde ela foi em busca de algum tratamento. O neto já estava trabalhando como caminhoneiro e não pôde acompanhá-la.
A senhora estava preocupada, pois já sabia que não estava bem. Na verdade, ela estava muito mal e o médico a havia diagnosticado com uma doença terminal. Restava-lhe apenas poucos dias de vida. Luzia não queria dar mais notícia ruim ao neto e optou por esperar o seu dia final em uma casa de repouso.
Alguns dias se passaram e a pobre senhora veio a falecer. De algum jeito Miguel deveria saber e foi através de uma estação de radio local que anunciou-se o falecimento de Luzia. A sensação de tristeza se repetiu, a cidade toda se comoveu.
Miguel estava completamente desolado, não conseguira se despedir de seus parentes, primeiro o pai e depois a avó. De volta à sua cidade, ele andava pelas ruas à noite chamando pelo pai e gritando o nome da avó.
Certo vez, barulhos vararam a noite, vinham de uma velha capela. Vozes chamavam pelo rapaz. Entes que estavam mortos o chamavam para conversar. Desde então, o rapaz se encontrava com a família à meia-noite para dialogar sobre o mundo dos mortos e sobre o mundo dos vivos.
Os moradores da cidade escutavam as histórias de Miguel e ficavam sem entender. Alguns diziam que ele tinha enlouquecido, outros diziam que ele estava apenas em busca da atenção da família que perdera.
Mas, sempre à meia-noite, Miguel vestia uma capa longa e escura e saía de casa. Era possível ouvi-lo murmurar entre dentes: “Já vou meu pai... já vou minha avó.”
RUAN PABLO ALVES – 2º C - 2019