O Pastor
Missionário Eu?
Bastante coisa se passou dês do dia que tive que disciplinar minha filha, sua disciplina esta quase acabando, irei enviar uma carta retificando isto na igreja onde ela congrega. Mas sabe quando algo acontece para mexer com coisas que precisavam serem expostas?
E é bem isto que ocorreu na Igreja onde eu pastoreio. Primeiro, minha filha, errou não eu. Os mais conservadores ( e não são poucos) logo aproveitaram para demonstrar que eu falhei na educação cristã da minha filha, fiquei sabendo que enviaram até uma carta com vários membros assinando para a retirada minha e da minha família da igreja onde eu pastoreio por quinze anos.
Agora estou dirigindo o carro pastoral, até o pastor presidente da nossa cidade, ele quer falar comigo. Sei que não deve ser coisa boa, pois por dois motivos ele convida para ter digamos uma conversa mais de perto, ou uma promoção ou algo não tão bom assim, já vi vários casos, e agora era eu o caso.
— Calma amor, o que for estarei sempre contigo falava minha amada Neide, — Você de todos os modos agiu corretamente, e Deus vê sinceridade no seu coração como eu sempre vejo também. Que bom ter uma mulher sabia ao meu lado, senão fosse por ela, já haveria sucumbido. E segundo o pastor conselheiro:
Flash back:
— Pastor, fico feliz por você estar concorrendo para a presidência das nossas igrejas sempre ajudei o senhor em tudo no que foi necessário. Sempre fui desta igreja, já a quarenta anos de ministério, sou seu co-pastor e o ancião mais velho da igreja. Olhei para ele e sorri e disse:
— Sim, você é um servo de valor, sempre me ajudou em tudo nesta igreja.
— Então pastor tenho algo para lhe contar estou um pouco envergonhado mas quero te contar.
— Conte irmão, conte, você é o co-pastor, mas também é uma ovelhinha, se eu puder te ajudar ajudarei.
— Mas isto envolve o Senhor. Olhei para aquele ancião, sentia algo estranho nos seus olhares no seu agir, mas nunca pensei que ouviria aquilo.
— Pastor, já estou a quarenta anos nesta igreja, e o meu sonho sempre foi pastorear ela, se o senhor for o pastor presidente liberará ela, peço humildemente que me indique, pois é questão de honra para mim pastorear esta igreja. Te suplico que me indique.
Olhei para ele, realmente tinha desarmado ele, mas o meu co-pastor nunca que imaginava que assinei não naquele formulário, nunca ele imaginava que continuaria naquela congregação, e nunca imaginaria que hoje iria ter que disciplinar a minha filha na santa ceia.
Flash back:
— Qual será o assunto amor que eles querem tratar contigo. Claro que eu sabia que coisa boa não era, e também sentia que muitas conversas ocultas estavam tendo nas minhas costas, mas nunca colocava estas preocupações nas costas da minha querida Neide.
— Amor, sempre fui um servo. e sempre serei, com igreja sem igreja sempre serei um servo de valor. Meus atos, sempre foram verdadeiros, e Deus conhece o meu coração. Ela pegou bem forte na minha mão, virava uma e dua esquinas e enfim na igreja sede. Entrei, esperamos numa sala, conversei com o tesoureiro geral que elogiou nossa administração. E o secretário convidou-me a entrar para conversar com o Pastor presidente.
— Entre, Pastor...
Ele começou a conversar comigo amistosamente, parecia nem saber o que estava ocorrendo na minha congregação se sabia disfarçava muito bem, contava coisas nostálgicas e contava que foi um missionário, não entendia bem o rumo da conversa, mas não via maldade nem digamos jogar verde para que eu falasse algo sobre o que eu desconfiava estar ocorrendo na minha igreja.
— Pastor, investimos muito no Senhor, gostaríamos de ver você como o Pastor presidente, e hoje de manhã recebo uma ligação bombástica.
— Como?
— A convenção na atribuição do seu secretário ligou-me dizendo que ao fazer a conferência dos formulários algo até então inédito ocorreu. Você se negou a participar. Você poderia me explicar a sua decisão?
Contei-lhe toda a história da minha filha dela ter se envolvido com um namorado rapidamente, e este iludido ela e ela se deitado com ele ocasionando o ato pecaminoso de fornicação.
— Mas amigo, isto poderia ser um assunto interno, a sua candidatura estava em jogo. Por mais errado que seja não era você o pecador. Esbocei um choro, contive-me com todas as minhas forças, sentia que o rumo da conversa já estava traçado e não seria bom.
— Segui a minha consciência.
— Mas irmão, era realmente necessário você como candidato, estaríamos levantando uma comissão para ajudar a sua vitória, pois é importante para nós você como representante.
Olhei no fundo dos olhos daquele pastor, sentia muita sabedoria em seu modo de agir, entendia que realmente era importante um representante; isto é fato.
— Chegou algum comentário ao Senhor sobre como anda a minha congregação?
— Chegou sim, todavia confio na sua desenvoltura, você poderá contornar o pequeno deslize da sua filha e retomar a credibilidade a sua família.
Olhei novamente a ele, precisava ser sincero e isto iria me custar muita coisa...
Pastor presidente dos distritos desta capital, onde eu pastoreio um distrito. Sabe realmente o que houve? Outra vez contei-lhe tudo, sobre a minha filha ter engravidado, sobre ela ter que mudar de cidade para o interior onde estava sendo cuidada por minha irmã. E principalmente sobre a conversa, e o modo de agir do co-pastor. Ele escutou tudo atentamente, e me disse assim:
— Pastor, espere uns quinze minutos na sala de espera, vou consultar outro pastor, e resolveremos o seu caso. Muito obrigado pela sinceridade. Já te convido a estar aqui conversando novamente.
Quinze minutos se passavam eram eternos, deixei a Neide (minha esposa) a recepção, ela não poderia entrar nos corredores por normas pastorais somente diáconos presbíteros passeavam por aqueles corredores. E demorava... E demorava, sentia formigão nas minhas pernas. O que fazer? poderia omitir várias coisas, no entanto meu Deus me vê como fogo abrasador, não poderia viver omitindo nada, precisava ser sincero, mesmo que para isto meu ministério estivesse em jogo.
— Entre novamente Pastor, disse o secretário que recebera uma ligação, do ramal da sala do Pastor presidente do distrito.
— Pastor, agradeço a sinceridade, o seu co-pastor realmente falou sobre a sua filha sobre a fornicação que ocorreu e também disse que ela mudou de cidade. Entendo que preservou sua filha e agradeço por ser sincero conosco. Agora tinha outro Pastor ao seu lado. Digo-te que foi uma decepção tudo o que ocorreu, pois seu nome era certo para assumir a presidência. Mas entendo, como certamente você entende também que era um plano de Deus para a sua vida tudo o que ocorreu.
Eu lhe disse: — Eu entendo assim.
— Por outro lado, o seu co-pastor é um ancião, cuida bem da sua igreja não é? Isto era real não poderia ser hipócrita em falar mal do co-pastor. É verdade. Mas você Pastor é um homem pleno, íntegro, o co-pastor, tem muitas qualidades a melhorar. Gostaríamos de oferecer uma oportunidade de Missão a você. Não gostaria de deixar prazos é Aceita ou não aceita. E sobre o co-pastor, se você aceitar, gostaria de deixar ao seu critério indicar-lo ou não.
Abaixei minha cabeça orei baixinho, escutava o Espirito Santo dizer-me: — Aceita.
Olhei para o Pastor e disse: — Aceito, não me interessava nem saber para onde era, aceitei, nem consultei a Neide, aceitei, nem pensei muito aceitei. simplesmente aceitei. Chorei, agora não aguentei, aceito sim, vou ser servo onde Deus me enviar.
— E sobre o outro Pastor o seu substituto?
— Como você disse Pastor presidente distrital, ele tem muito a que melhorar mas ele tem um amor incondicional pela congregação.
— Sabe por que eu pedi quinze minutos pra consultar ele? E olhava ao outro Pastor sem entender direito o porquê dele estar ali.
— Pedimos sua ficha cadastral para consultar melhor as suas qualificações e este Pastor estava a tempos procurando alguém com o seu perfil. Ele veio de longe.
— Pena que ele se comunica muito mal na minha língua portuguesa, mas com você ele não terá dificuldades não é mesmo? E o tal Pastor começou a conversar comigo, contava que precisava de um Pastor para pastorear uma igreja distrital com 400 membros, muitos latinos, e a conversa fluía, estava meio enferrujado, todavia era como andar de bicicleta.
E o Pastor presidente novamente falava.
Então aceita mesmo mudar para Nova York assumir a igreja que este Pastor deve de ter apresentado.
Era muita benção para o mesmo dia, disse novamente: – Of course!
– Mas peço para despedir-se da sua igreja, contar o que realmente ocorre com sua filha e semana que vem voar para as Américas...
Não quero ir para os Estados Unidos.
Quando terminei a reunião saí tal qual o Salmos 126 onde os cativos viviam em escravidão e do nada ganharam a retomada para a sua casa, o que me fez sentir-me dentro daquele Salmos foi essa parte: "Estávamos como os que sonham" Realmente eu estava sonhando anestesiado sem compreender bem o que seria de hoje em diante O Pastor que veio me buscar para morar nos Estados Unidos, disse que sentiu que era o meu chamado quando me viu... Eu nunca que imaginava receber aquela notícia, agora saindo desta sala vou encontrar minha esposa.
— Como foi amor? Perguntou Neide curiosa... e ansiosa...
— Vamos no carro amor, dei-lhe um beijo na testa. Conversaremos melhor quando estivermos voltando dirigindo.
Entrei no carro, ela só me olhava estava nervosa, afinal era a nossa vida em jogo.
— Eles fizeram-me um convite e eu aceitei.
— Um convite?
— Sim amor, era um sonho que eu nutria no meu coração, todas as madrugadas eu regava ele. Falando assim foi fácil para a Neide já desconfiar do que se tratava, todos os dias de madrugada, orava em inglês era uma conversa quase que íntima, tendo em vista que a minha esposa tinha dificuldade com a língua. De certo um sonho que eu nutria de modo íntimo, não comentava com ninguém era uma conversa íntima só minha com Deus. E estava ali a resposta para minhas orações.
— Não vai dizer que...
— Que eles me convidaram e eu aceitei de ir morar nos Estados Unidos, pastorear uma igreja lá...
Neide ficou calada, conhecia ela como me conhecia, sabia que ela ficou apreensiva e não gostou da notícia.
— Não quero ir para os Estados Unidos. Parei o carro em um estacionamento para conversar com calma.
— Não quer? Ela ficou calada, ela não era disso: de dificultar as coisas...
— Amor, você não pensou que a Lara esta grávida, precisará de toda a ajuda do mundo. E por outro lado, sinto um vazio enorme toda a vez que passo no quarto dela e esta vazio. Já são três meses sem minha criança. Me sinto uma péssima mãe, sem poder acompanhar minha filha nas consultas, sem estar com ela. E simplesmente mudar de país e deixar a minha filha assim a Deus dará.
— Não posso.
Realmente estava sendo egoísta, era uma ótima oportunidade de se ver livre dos problemas que acarretaram-se la na igreja, porém a Neide tinha razão, independentemente de qualquer coisa, de qualquer doutrina ou situação a Lara era a nossa filha e ela estava precisando de cuidados, nem digerira a informação que seria avô de um meninão.
E Neide chorava: — Outra coisa, nossa criança vai ser mãe solteira, quem vai registrar o meu neto? Você disse que cuidaria dele como um filho, esta sua atitude é fugir desta responsabilidade.
— Que situação! nem sabia o que dizer, só sabia que ela como sempre estava completa e cheia de razão.
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Conto Drama realismo contemporâneo
Autor; Waldryano
Observação: Parte do meu livro em formato conto, Narrativa explora a vivência de um Pastor contemporâneo.