QUEM PEGOU A MENINA?
TINHA RESOLVIDO ESCREVER SOBRE A IMPORTÂNCIA DO FACEBOOK E SUA IMPORTÂNCIA. NO ENTANTO, A MEMÓRIA, DE REPENTE, ABRIU UMA GAVETA LINDA. CLARO, EU FUI VER OS GUARDADOS QUE LÁ ESTAVAM.
DE IMEDIATO, RETIREI UMA ANOTAÇÃO – FEITA MUITOS ANOS DEPOIS DO OCORRIDO: “ A FÉ DISSIPA A DÚVIDA, A HESITAÇÃO, LIBERTA-NOS DO SOFRIMENTO E NOS CONDUZ À TERRA DA PAZ E DA FELICIDADE. ESSAS PALAVRAS DE DALAI –LAMA FORAM COLHIDAS NO FUNDO DO POÇO EM UM MOMENTO QUE MERGULHEI TÃO FUNDO QUE, ATÉ HOJE, TENHO AS FERIDAS DE TENTAR – ANOS E ANOS – SUBIR PELAS PEDRAS DAS PAREDES ONDE TINHA CAÍDO.
E, ESTRANHAMENTE, EU SÓ O FIZ COM A AJUDA DE DEUS. OS AMIGOS, PODERIA CONTÁ-LOS NOS DEDOS. PESSOAS DA FAMÍLIA TAMBÉM NÃO. O ECO DO ABISMO SÓ OUVIDO POR QUEM LÁ ESTÁ.
EM UM DIA DE INVERNO, HÁ MUITAS DÉCADAS, POIS A NARRADORA AINDA IRIA COMPLETAR SEIS ANOS, ELA RESOLVEU FAZER O MESMO QUE MUITAS OUTRAS VEZES (QUANDO SOZINHA), NAQUELA CASA DE PEDRA, EM UMA ALDEIA ESCONDIDA NO MAPA, FIZERA. O QUE ERA? SUBIR AO TELHADO. SIM,A MORADIA COM DOIS ANDARES PERMITIA QUE UMA PARTE DO TELHADO ENCOSTASSE EM UM ESPAÇO ONDE SE EXISTIAM LINDAS MACIEIRAS , CEREJEIRAS E OUTRAS BELAS ÁRVORES.
PERGUNTARÃO: POR QUE DEIXAM UMA CRIANÇA SOZINHA COM TÃO TENRA IDADE? NÃO ERA BEM ISSO, MINHA MÃE ME LEVAVA COM ELA. PORÉM, NAQUELE DIA REMOTO SAÍRA BEM CEDO, PARA CUIDAR DE DOCUMENTOS EM OUTRA CIDADE, VISTO QUE, EM BREVE, UM NAVIO ATRAVESSARIA O ATLÂNTICO CONOSCO E APORTARIA NA BELA RIO DE JANEIRO. ELA TINHA ENCARREGADO UMA VIZINHA DE FICAR COMIGO. CONTUDO, EU ESCAPAVA FACILMENTE.
BEM... A NEVE CAÍA... LINDA! TECIA O MAIS BELO TAPETE BRANCO QUE SE PODE IMAGINAR E, AINDA HOJE, O VEJO. AS ÁRVORES, MARAVILHOSAS, PARECIAM SORRIR DE FELICIDADE.
SEM TER NINGUÉM A VER O QUE EU FAZIA, OLHEI O TELHADO E RESOLVI IR PARA LÁ, COM ROUPA DE FRIO E O QUE EU CHAMAVA DE BRINQUEDOS. NA VERDADE, NUNCA OS TIVE. BRINQUEI... BRINQUEI... ENQUANTO A TARDE CAÍA. CANSADA, ADORMECI SOBRE O BEIRAL DO TELHADO.
DE LONGE, MINHA POBRE MÃE ME AVISTOU E FICOU PARALISADA DE MEDO. ELA SABIA QUE SE GRITASSE, EU ME MEXERIA, UMA VEZ QUE, ALÉM DE TUDO, AO DORMIR, ERA MUITO INQUIETA E, POR QUALQUER COISA, ACORDAVA.
ELA COMEÇOU A CORRER E PEDINDO AJUDA. MAS, ENQUANTO FAZIA ISSO ORAVA. PEDIA AO ANJO DA GUARDA - EU NÃO DISCUTO RELIGIÕES – POIS A FÉ É TUDO QUE ME PROTEGESSE
UM VOZERIO LOGO ME ACORDOU. COMO NÃO PODIA DEIXAR DE SER, EU ROLEI DO TELHADO E CAÍ SOBRE AS PEDRAS QUE CONSTITUIAM A ESCADARIA DA CASA NO PRIMEIRO ANDAR. QUASE CHEGANDO, MINHA MÃE DEU UM GRITO. NO ENTANTO, EM VEZ DE CONTINUAR A CORRER COLOCOU-SE DE JOELHOS E PEDIU:
- MEU DEUS, ENVIAI SEUS ANJOS PARA AQUELA MENINA. NÃO A DEIXEM MACHUCAR-SE. TODOS A CRITICARAM, POIS DEVERIA TER CORRIDO AINDA MAIS.
OCORRE QUE – NÃO FORAM POUCAS AS PESSOAS – NA HORA DA QUEDA VIU-SE APENAS UMA LUZ QUE NÃO DÁ DESCREVER E, EM UM MOMENTO, EU ESTAVA SÃ E SALVA NA CHAMADA SOLEIRA DA PORTA, SEM SABER O QUE ACONTECERA. APENAS REPETIA:
- MÃE, QUEM ME PEGOU NO COLO?
- NÃO FUI QUE DESCI?
- UM JOVEM MUITO BONITO – TODO DE AZUL E BRANCO – VEIO COMIGO LÁ DE CIMA. QUEM FOI?
CLARO QUE ELA NUNCA PODERIA DIZER AO CERTO. ENTRETANTO, A ÚNICA RESPOSTA QUE EU DARIA, TAMBÉM FOI A QUE ELA DEU E, PELA VIDA A FORA, CONTAVA:
- MINHA CRIANÇA, VOCÊ VEIO COM O ANJO DA GUARDA. NÃO ESTÁ FERIDA. ESTÁ PERFEITA COMO O AMOR DE DEUS É.
CERTAMENTE, NUNCA ESQUECI ESSE INSTANTE ÚNICO DE FÉ E AGRADEÇO A DEUS E À MINHA MÃE QUE, DE HÁ MUITO, DEVE SABER A VERDADE NA DIMENSÃO EM QUE ESTÁ, O MILAGRE DE ESTAR SALVA, SEM QUALQUER TRAUMATISMO OU FERIMENTO.
TINHA RESOLVIDO ESCREVER SOBRE A IMPORTÂNCIA DO FACEBOOK E SUA IMPORTÂNCIA. NO ENTANTO, A MEMÓRIA, DE REPENTE, ABRIU UMA GAVETA LINDA. CLARO, EU FUI VER OS GUARDADOS QUE LÁ ESTAVAM.
DE IMEDIATO, RETIREI UMA ANOTAÇÃO – FEITA MUITOS ANOS DEPOIS DO OCORRIDO: “ A FÉ DISSIPA A DÚVIDA, A HESITAÇÃO, LIBERTA-NOS DO SOFRIMENTO E NOS CONDUZ À TERRA DA PAZ E DA FELICIDADE. ESSAS PALAVRAS DE DALAI –LAMA FORAM COLHIDAS NO FUNDO DO POÇO EM UM MOMENTO QUE MERGULHEI TÃO FUNDO QUE, ATÉ HOJE, TENHO AS FERIDAS DE TENTAR – ANOS E ANOS – SUBIR PELAS PEDRAS DAS PAREDES ONDE TINHA CAÍDO.
E, ESTRANHAMENTE, EU SÓ O FIZ COM A AJUDA DE DEUS. OS AMIGOS, PODERIA CONTÁ-LOS NOS DEDOS. PESSOAS DA FAMÍLIA TAMBÉM NÃO. O ECO DO ABISMO SÓ OUVIDO POR QUEM LÁ ESTÁ.
EM UM DIA DE INVERNO, HÁ MUITAS DÉCADAS, POIS A NARRADORA AINDA IRIA COMPLETAR SEIS ANOS, ELA RESOLVEU FAZER O MESMO QUE MUITAS OUTRAS VEZES (QUANDO SOZINHA), NAQUELA CASA DE PEDRA, EM UMA ALDEIA ESCONDIDA NO MAPA, FIZERA. O QUE ERA? SUBIR AO TELHADO. SIM,A MORADIA COM DOIS ANDARES PERMITIA QUE UMA PARTE DO TELHADO ENCOSTASSE EM UM ESPAÇO ONDE SE EXISTIAM LINDAS MACIEIRAS , CEREJEIRAS E OUTRAS BELAS ÁRVORES.
PERGUNTARÃO: POR QUE DEIXAM UMA CRIANÇA SOZINHA COM TÃO TENRA IDADE? NÃO ERA BEM ISSO, MINHA MÃE ME LEVAVA COM ELA. PORÉM, NAQUELE DIA REMOTO SAÍRA BEM CEDO, PARA CUIDAR DE DOCUMENTOS EM OUTRA CIDADE, VISTO QUE, EM BREVE, UM NAVIO ATRAVESSARIA O ATLÂNTICO CONOSCO E APORTARIA NA BELA RIO DE JANEIRO. ELA TINHA ENCARREGADO UMA VIZINHA DE FICAR COMIGO. CONTUDO, EU ESCAPAVA FACILMENTE.
BEM... A NEVE CAÍA... LINDA! TECIA O MAIS BELO TAPETE BRANCO QUE SE PODE IMAGINAR E, AINDA HOJE, O VEJO. AS ÁRVORES, MARAVILHOSAS, PARECIAM SORRIR DE FELICIDADE.
SEM TER NINGUÉM A VER O QUE EU FAZIA, OLHEI O TELHADO E RESOLVI IR PARA LÁ, COM ROUPA DE FRIO E O QUE EU CHAMAVA DE BRINQUEDOS. NA VERDADE, NUNCA OS TIVE. BRINQUEI... BRINQUEI... ENQUANTO A TARDE CAÍA. CANSADA, ADORMECI SOBRE O BEIRAL DO TELHADO.
DE LONGE, MINHA POBRE MÃE ME AVISTOU E FICOU PARALISADA DE MEDO. ELA SABIA QUE SE GRITASSE, EU ME MEXERIA, UMA VEZ QUE, ALÉM DE TUDO, AO DORMIR, ERA MUITO INQUIETA E, POR QUALQUER COISA, ACORDAVA.
ELA COMEÇOU A CORRER E PEDINDO AJUDA. MAS, ENQUANTO FAZIA ISSO ORAVA. PEDIA AO ANJO DA GUARDA - EU NÃO DISCUTO RELIGIÕES – POIS A FÉ É TUDO QUE ME PROTEGESSE
UM VOZERIO LOGO ME ACORDOU. COMO NÃO PODIA DEIXAR DE SER, EU ROLEI DO TELHADO E CAÍ SOBRE AS PEDRAS QUE CONSTITUIAM A ESCADARIA DA CASA NO PRIMEIRO ANDAR. QUASE CHEGANDO, MINHA MÃE DEU UM GRITO. NO ENTANTO, EM VEZ DE CONTINUAR A CORRER COLOCOU-SE DE JOELHOS E PEDIU:
- MEU DEUS, ENVIAI SEUS ANJOS PARA AQUELA MENINA. NÃO A DEIXEM MACHUCAR-SE. TODOS A CRITICARAM, POIS DEVERIA TER CORRIDO AINDA MAIS.
OCORRE QUE – NÃO FORAM POUCAS AS PESSOAS – NA HORA DA QUEDA VIU-SE APENAS UMA LUZ QUE NÃO DÁ DESCREVER E, EM UM MOMENTO, EU ESTAVA SÃ E SALVA NA CHAMADA SOLEIRA DA PORTA, SEM SABER O QUE ACONTECERA. APENAS REPETIA:
- MÃE, QUEM ME PEGOU NO COLO?
- NÃO FUI QUE DESCI?
- UM JOVEM MUITO BONITO – TODO DE AZUL E BRANCO – VEIO COMIGO LÁ DE CIMA. QUEM FOI?
CLARO QUE ELA NUNCA PODERIA DIZER AO CERTO. ENTRETANTO, A ÚNICA RESPOSTA QUE EU DARIA, TAMBÉM FOI A QUE ELA DEU E, PELA VIDA A FORA, CONTAVA:
- MINHA CRIANÇA, VOCÊ VEIO COM O ANJO DA GUARDA. NÃO ESTÁ FERIDA. ESTÁ PERFEITA COMO O AMOR DE DEUS É.
CERTAMENTE, NUNCA ESQUECI ESSE INSTANTE ÚNICO DE FÉ E AGRADEÇO A DEUS E À MINHA MÃE QUE, DE HÁ MUITO, DEVE SABER A VERDADE NA DIMENSÃO EM QUE ESTÁ, O MILAGRE DE ESTAR SALVA, SEM QUALQUER TRAUMATISMO OU FERIMENTO.