Pensamento
Estou nos anos de 1920, sou um viajante do Tempo.
Como tudo isso se originou?
Talvez nem eu saiba ao certo, pois estou começando agora a escrever.
Vão me perguntar também, porque escolhi a década de vinte?
Foram pelos ternos cinzas.
O fato se deu numa charmosa cidade a qual darei um nome fictício, pois devo preservar minha identidade.
Vivo em Nova Colúmbia que está a uns trinta minutos de carro da Capital, e como sabem os carros desta época não ultrapassam os 40 km/h, então não fica distante, caso fossem automóveis dos anos 50 provavelmente levariam uns 10 minutos. Vocês não imaginam a variedade de veículos que conheço, já que sou um viajante do Tempo. Procuro ser discreto e ético. Claro que sei sobre a quebra da bolsa de Nova York de 1929. Poderia ganhar muito dinheiro sabendo com antecipação, o comportamento do mercado financeiro, se atuasse como consultor, mas as coisas não são tão simples assim, e nem como a maioria pensa.
O meu dom é o pensamento, e com ele viajo no passado e futuro para qualquer parte do planeta. Falo vários idiomas e sempre me apresento com a roupa da época.
Você pergunta como isso é possível? De certo existe uma explicação científica para este fenômeno, mas devo não interferir muito no Tempo ao qual eu não deveria estar. O que posso dizer é: pense numa estrada, que de repente se bifurca. A escolha a qual caminho seguir é sua, mas os dois existem, e não é porque prosseguiu num deles, o outro deixou de conhecer, ou até fazer parte de seu futuro caminho.
Tudo começo numa tarde chuvosa de sexta-feira. Sai do meu apartamento por volta das 15 h. Tenho por hábito ir duas vezes por semana no Café Leopoldo. Peço como de costume uma água gaseificada e um café expresso uma das tortas no balcão que pareça com que saiu a pouco do forno. Meti a mão no bolso do paletó, e percebi que havia apenas uns míseros trocados, e mais uma vez pediria ao garçom para pendurar minha conta. Neste caso nem precisaria ser um viajante do Tempo para saber da maneira com olharia para mim, mas até este momento eu era uma pessoa normal. Foi quando entrou um senhor de terno cinza e se sentou frente a mim, puxou um bloco e começou a fazer anotações, ficou assim por uns minutos, e voltando ao bolso seu caderninho, olhou para mim..... continua