ATENTADO, MANHÃ CINZENTA...
 
        Na noite de ontem tinha ido dormir mais cedo que o normal, sempre durmo após meu filho chegar da faculdade, por volta da meia-noite. Quando vou dormir mais cedo o sono e bem melhor que outros dias, então logo pela manhã me lembro com detalhes dos meus sonhos e isto ocorreu ontem enquanto fazia café às cinco e meia da manhã.
        Não sei o que estimulou este sonho por que na noite anterior tinha assistido apenas ao jogo entre fluminense e cruzeiro, mas agora vamos ao sonho que tentarei conta-lo em detalhes.
        Em um voo breve cheguei à cobertura de um grande prédio, do alto deste edifício dava para ver tudo em volta. A metrópole era grande, os edifícios delimitados por ruas longas e vários monumentos turísticos mostrava sua grandeza.
        Senti que tinha alguém comigo, mas não via nem sabia quem poderia ser. Havia um diálogo entre nós, mas só minha voz era audível. No horizonte a luz tímida do sol começava a revelar a manhã que se aproximava bem devagar, mas uma grande neblina envolvia a grande metrópole e tudo parecia cinzento.
         Meu acompanhante tocou meu ombro e falando algo para chamar minha atenção apontou o dedo indicador para um edifício próximo.
          Vi nitidamente quando um jovem todo vestido de preto que parecia fazer uma oração como àqueles senhores sauditas que fazem em direção a Meca começa a levantar-se bem devagar, quando totalmente em pé abre seus braços em forma de cruz e pula do edifício. Um grande susto me envolve e o coração começa a bater forte querendo sair pela boca.
        Numa visão panorâmica começo a vê que em vários edifícios ocorre à mesma coisa, vários jovens se jogando dos grandes prédios, a cena me provoca um medo imenso, sem saber o que fazer fico aguardando a queda.
        Neste momento uma grande quantidade de sirenes é acionada, carros de bombeiros, polícias, ambulâncias e outra que se diferencia parecendo com aquela que vemos em filmes de guerra quando acontece um ataque do inimigo.
         Do edifício que estou vejo as ruas sendo tomadas por todas as viaturas e pessoas que iam para o trabalho correrem sem rumo de um lado para outro. A cena é incrível, mas não vi ainda nada parecido em qualquer filme de ficção ou guerra.
         A mistura de luzes de várias cores delineia o céu cinzento da manhã quase sem sol. O primeiro jovem chega ao chão provocando uma explosão. Um grande cogumelo se eleva espalhando uma nuvem cinzenta de um pó de cheiro e aspecto desconhecido.
         Nos outros pontos da grande metrópole ocorrem as mesmas explosões formando vários cogumelos. A população desorientada começa a correr para todos os lados sem rumo, as viaturas começam a circular procurando vítimas provocando um grande tumulto.
         A grande metrópole e o céu agora parecem se tornar um só com tanta nuvem cinzenta envolvendo tudo. De onde estou tudo vira um caos, mas provocado pela própria população que atormentada corre para um lado e para outro sem controle.
         Após algum tempo começa a surgir ainda dos grandes edifícios jovens em grandes asas deltas que começam a infestar o céu cinzento da manhã. Um grande barulho de helicópteros agora ensurdece a grande metrópole, eles surgem de todos os lugares indo atrás das asas deltas que sobrevoam a cidade.
         Por todos os lados a grande nuvem cinzenta predomina nada fica livre. O caos parece não ter fim quando os tripulantes dos helicópteros começam a atirar sem parar com suas metralhadoras giratórias. As asas deltas começam a cair e provocar mais explosões fazendo a manhã ficar mais cinzenta.
        Quando todas as asas deltas são abatidas pelos helicópteros a grande metrópole começa a se acomodar, tudo parece voltar ao normal com exceção da grande nuvem cinzenta que envolve toda cidade.
         A população e as autoridades policiais começam a olhar para o céu e todos os cantos como se estivessem assustados com alguma coisa que não imaginavam o que era. A grande nuvem cinzenta começou a baixar com o pó se acomodando nas pessoas e em tudo que encontrava.
         O grande atentado parecia que não tinha causado efeito, apenas os jovens tinham morrido naquela grande confusão. As pessoas começaram a andar pelas ruas mais tranquilas enquanto as viaturas voltavam a fazer seu trajeto até a suas localidades.
         Uma grande questão estava causando questionamento entre as autoridades, como tantos jovens cometeram suicídio coletivo apenas para provocar tumulto em toda cidade. O pó que caia pelas ruas era levemente levado por todos os lados pelo vento entrando em todos os ambientes das casas, lojas e apartamentos da cidade.
         Como em uma reação coletiva muitas pessoas começaram a se coçar, espirrar sangue pelo nariz e boca e correr de um lado para o outro como se estivessem malucos e agressivos. Em seguida caia no chão morto, esta reação em cadeia infestou toda metrópole que em minutos parecia deserta com todos mortos, homens e animais. O sol não apareceu e o dia ficou cinza, calado e sem vida.
        Neste instante estava sendo reconduzido de volta do meu sonho ao sono profundo e neste voo observei toda destruição silenciosa que aquela fumaça cinza tinha causado na grande metrópole.
         Quem me conduziu no sonho foi embora me deixando apenas com as lembranças que agora narro aqui exatamente como vi um verdadeiro inferno de um ataque cruel por armas químicas.
Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 16/08/2012
Reeditado em 14/09/2015
Código do texto: T3834164
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.