Suspense
Com o corpo à espreita
Sob a noite gelada
Ele vem pela direita
Na beira da calçada.
Tem a forma de um homem
Com a alma de animal.
A mente de outros come
Jogando-lhes o sal.
Carrega consigo sua arma
De extrema importância.
Sua missão é como um carma:
Não pára. Só avança.
*
O executor se aproxima do alvo
Com suas longas pernas;
Cobrindo seu crânio calvo
Ele sai das sombras ermas.
Sorrateiro chega ao castelo
Onde se esconde a presa
Que treme com o cabelo
Iluminado co’a vela acesa.
Os guardas já dormem
Está livre o executor
Para matar os que se escondem
Debaixo do cobertor.
Cruel homem já chega ao local
Mostrando seu vil encarte.
Ele crava sua faca do mal
No peito da bela arte.
*
O vinho escorre sob o tapete vermelho
Deixando o rastro de má sorte.
Ela olha para o próprio espelho
Que presencia a sua morte.
Impune ao seu pecado
A vilania foge com o vento.
A vítima no chão abobadado
É deixada ao soar do relento.
A encomenda já está feita,
O sino anuncia com seu embate:
O homem que veio à espreita
Matou a moça chamada arte.