O PRIMEIRO CONTATO

         Já de camiseta e short sai correndo de casa ainda no escuro na direção do barulho do trator. Vai pensando enquanto corre “hoje Juarez não vai chegar primeiro no cruzamento do angico oco onde as gangarras fazem ninho”. A manhã quente do sertão fazia com que Carlos corresse de camisa e peito aberto na caatinga, os espinhos de xique-xique e mandacaru já não fazia efeito em seus pés descalços e calejados das carreiras dadas nas terras secas do sertão.
     - Hoje você ganhou amigo, vamos ver amanhã! – Disse Juarez apostando que no dia seguinte ganhava a corrida até o cruzamento do angico oco.
– Disse Carlos esboçando um sorriso meio debochado para implicar com o amigo.
     - Olá meninos! Chegaram cedo hoje, ainda está muito escuro. – Disse José do Açude olhando para a caatinga fechada.
. – Disse Carlos em voz alta por causa do barulho do trator.
         Após algum tempo, a luz do sol começava a surgir timidamente por trás da serra, a umidade do riacho deixou o tempo meio frio, mas a frente os grandes pés de angicos faziam uma grande sombra tornando o lugar mais escuro. Quando o trator começou a sair da sombra dos angicos sua velocidade que já era pouca começou a diminuir.
          O trator foi parando bem devagar. Juarez e Carlos pressentiram o movimento e começaram a andar atrás também bem devagar. José do Açude parou o trator e em um movimento bem devagar ficou de pé olhando para o horizonte perplexo com alguma coisa. Carlos olhou para Juarez e os dois sem nada entender ficaram por um instante parados atrás do trator.
         A intensa e grande luz começou a girar e ganhar cores ofuscando cada vez mais suas visões. José do Açude chamou Carlos e Juarez para subirem no trator na intensão de protegê-los e tentar descobrir o que era aquela luz intensa que não os deixavam prosseguir. Quando Carlos e Juarez estavam juntos com o José do Açude a luz foi perdendo intensidade e o colorido das luzes ficou mais nítido revelando um grande objeto.
         Agora o que fazer admirar o objeto, tentar fugir, reagir, nada vinha em sua mente, era como se estivesse encantado com tamanho objeto e suas luzes coloridas. Carlos apontou para o grande objeto voador e falou:
     - É mesmo, como pode caber uma bacia grande em uma menor. Olha as luzes saem das bordas das bacias e fazem um volta toda. – Disse Juarez fazendo observação no grande objeto.
– Disse José do Açude tentando conter a euforia de Carlos e Juarez.
         Um grande barulho fez os três amigos despertarem de seu sonho ou pesadelo, um grande motor foi ligado e acelerado aos poucos fazendo um ruído ensurdecedor. O grande objeto voador começou girar. Suas luzes coloridas e intensas foram acesas de uma vez só, ofuscando a todos, os deixando sem ver nada. Foi percebida uma grande aceleração final que até as grandes árvores balançaram seus galhos como se fosse cair, o tempo aqueceu de repente, do chão levantou a poeira das terras seca do sertão, tudo em volta foi afetado pelo grande objeto voador ficando um aspecto de queimando sem fogo, o vento ficou mais forte e o objeto reluzente riscou o céu sumindo no espaço sem deixar pista ou vestígio. O que restou foi apenas os olhares perplexos dos três amigos que não sabiam o que dizer daquele acontecimento e como contar a história para os outros.


Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 19/07/2011
Reeditado em 26/09/2011
Código do texto: T3105666
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