O cadáver do jardim

As nossas noites serão mais quentes, mais iluminadas, cheias de amor e prazer, envelheceremos juntos, teremos muitos filhos que nos darão netinhos. Dizia sempre Ranulf a Lisa, seguido sempre de um romantismo fora do comum, talvez pelo fato de ter motivos de sobra. Lisa era linda, sexy, charmosa, qual homem não desejaria ficar ao seu lado? Talvez fosse isso.

Enquanto dizia acariciava o queixo fino de Lisa, por vezes tirava os cabelos dos olhos, dividindo a franja, que insistia em retornar para os olhos, outras vezes acariciava as bochechas claras dela. Lisa esposa perfeita, mulher carinhosa, linda, rica, de família distinta, bem educada, o amor que todo homem desejaria para o resto da sua vida. Além de mostrar dotes domésticos - como hobby é claro, sabia como cuidar do filho, único, que era o centro das atenções da família Antechs. Continuou Ranulf, dessa vez caminhando com os dedos como se fosse pernas dando passos por sobre o corpo quente de Lisa, descia e subia da altura da virilha até ao centro dos seus seios nus, os seus olhos acompanhavam a caminhada dos dedos, admirando toda aquela perfeição de mulher coisa que a deixava arrepiada, excitada. Definitivamente Ranulf era o homem perfeito, carinhoso, elegante, foi bom pai, inteligente, os dois realmente formavam um belo casal. Como Lisa, teve bons professores, estudou em excelentes universidades e para completar era de família da alta sociedade. Nos seus 35 anos era decidido, sabia o que queria, já tinha traçado a meta para a sua vida. Tinha uma carreira próspera, a sua empresa já tinha ultrapassado as fronteiras rumo ao mundo. Ninguém o seguraria mais, pensava constantemente nisso, tinha essa idéia como alvo, acumularia riquezas se tornariam um dos homens mais ricos do mundo, se não o mais rico, não era exagero pensar assim o clima era propício e quem olhasse de perto poderia achar a mesma coisa.

Fizeram amor mais uma vez, disseram coisas belas, se juraram a eternidade, já no jardim daquela da imensa casa de campo deitado em meios àquela exuberância de plantas ornamentais, falaram sobre o ar, terra, mar, galáxia, Homero, Kleist, tentaram entender Kafka, filosofia, psicologia e como sempre falaram dos seus planos. Os elementos ali pareciam fundir-se. Aquele fim de semana estava magnífico, desde sexta-feira curtiam sem interrupções deliciosos momentos. Poderia alguém ser mais feliz do que aqueles dois seres apaixonados?

Domingo à tardezinha, já estavam preparados para a volta para o mundo real, com indignação visível preparavam para partida. E o casal apaixonado entra no seu carro rumo à metrópole, dali a cidade gastariam pouco mais que duas horas, contando as pequenas paradas. Segunda começaria tudo outra vez. “Mas tudo bem meu amor, o tempo, o mundo, as pessoas, tudo conspira contra os nossos momentos”. Brincou Ranulf rindo depois, acompanhado por Lisa.

Logo pela primeira horas da manhã Ranulf já estava próximo do trabalho, liga Lisa:

- Amor da minha vida, te amo muito, te desejo um excelente dia. Coisa que Ranulf também imitou em seguida desligando.

Logo em seguida pararam em frente ao edifício, enquanto o motorista dava a volta para abrir a porta para Ranulf, contemplava aquele império materializando-o no grande edifício sede da Matichs Corporation, sempre fazia isso. Atravessou a calçada, ajeitando a bolsa a tiracolo e ao mesmo tempo procurando algo no celular, foi repentinamente barrado por um sujeito que estava parado como estátua a sua frente, não por acaso, o alvo era Ranulf. Como quem quisesse impedir sua passagem à entrada no edifico, ficou ali estatelado, com um cartaz com bordas disformes, à frente do peito, um pedaço de papelão, onde estava escrito uma mensagem, feita à mão, que parecia escrito com carvão, a qual dizia coisas cabulosas.

Os seu trajes eram maltrapilhos, sujos e fedorentos de cor escura, podia sentir, pareciam grossos e sem acabamento. O elemento era de pele escura, negro, cabelos duro, longos já em parte embranquecidos onde contrastava com os pretos tons acinzentados, cobria-lhe até a altura do peito, o seu rosto tinha expressão de sofrimento, enrugado, transformado pela ação devastadora do tempo, os traços fisionômicos eram fortes e delineados contornados pela longa barba da mesma cor do cabelo, no seu peito tinha amuletos de todas as espécies, onde, juntamente com a longa cabeleira, trazia um ar sombrio. A sua boca não abriu em nenhum momento imitado por Ranulf, olhava penetrante em seus olhos com se quisesse enxergar a sua alma. Definitivamente, durante aquelas frações de segundo que para o grande homem Ranulf pareceu horas, não tinha gostado do individuo, claro, mesmo por que as suas diferenças eram gritantes, havia um abismo entre eles. A sua classe social, a cor da pele, tudo era polarizado, não podia deixar esses encontros acontecerem, pensou Ranulf.

A mensagem dizia: “Não há salvação - o cavaleiro das trevas se aproxima”. Rapidamente os seguranças do arranha-céu o tiraram de diante dele, e o elemento sem oferecer resistência foi conduzido pelos seguranças. Ranulf o acompanhou com os olhos até sumir na esquina, da mesma forma o individuo não tirou os olhos dele, sempre com o pescoço virado, olhando de lado, em sua direção. Aquela perfeição de homem estava arrepiado, talvez pelo conteúdo da mensagem, que, diga-se de passagem, era forte. Coração acelerado, ofegante, seguiu o individuo por alguns passos, com o intuito de reler a mensagem no pedaço de papelão que havia deixado cair propositadamente. Dobrou o corpo para apanhá-lo utilizando o lenço como luva, repentinamente uma rachada de vento impeliu o pedaço de papelão à larga avenida movimentada onde parou à frente no pára-brisa de um automóvel que ali transitava, atrapalhando a visão do motorista que perdeu o controle do veículo avançando para contra-mão provocando um grave acidente entre vários carros. O tom cinza da vasta geografia de concreto entre outras cores neutras, ganhou o vermelho do sangue que jorrava de algumas pessoas que se envolvera no acidente. Carros fumegavam outros já em chamas, outros aos pedaços, sirene de resgate, bombeiros e polícia se misturavam as buzinas e gritos de dor e desespero.

O queria dizer aquela mensagem? Ruminou Ranulf. Como pessoa dotada de controle emocional, não poderia deixar que aquele incidente dominasse o seu dia, com certeza era mais um louco, que o invejava como se fosse culpado de ter construído tudo aquilo, pensou Ranulf. Já incomodo as pessoas, sou visível, isso vai me servir de escada, concluiu o homem.

Já no prédio em frente ao elevador esperando a interminável contagem regressiva de andar em andar, estava Lisa, logo em seguida aproxima Ranulf. Lisa a esposa perfeita segurava a mão do seu marido enquanto aguardava o elevador, chegou Ranulf.

- Bom dia Antechs. Bom dia sra. Antechs. Saudou Ranulf

Seguido por Lisa e Antechs.

- Como vai Ranulf? Interrogou Lisa.

- Você foi avisado a tempo da reunião com acionistas que teremos hoje a tarde? Esse final de semana liguei várias vezes para você sempre dava caixa postal. Falou Antechs.

Ranulf: Estive ocupado em casa em meio a uma pilha de relatórios, desliguei até o celular.

- Sinto pelo ocorrido com sua família, como tem passado? Disse Lisa.

Já Dentro do elevador em direção ao andar da suprema presidência.

- Às vezes me controlo, mas a saudade é grande. Respondeu Ranulf contristado.

Antechs: Vemo-nos a tarde então Ranulf.

Apenas com balançar de cabeça confirma Ranulf, já saindo do elevador seguido por Lisa e Antechs sempre de mãos dadas.

Antechs, 45 anos, presidente e co-fundador do grupo Matichs juntamente com Ranulf que o vice-presidente. Há 15 anos faziam da sua empresa um grande negócio, os tempos eram de prosperidade, tinha uma esposa perfeita, linda, ainda jovem, 33 anos de pura beleza.

Por mais que Ranulf lutasse sempre sentia um friozinho na espinha ao lembrar-se do incidente de há pouco, o que queria dizer aquela mensagem sombria? Tudo bem! Não importa, tentava filtrar, o importante é que está correndo maravilhosamente bem, pensou, já entrando na sua sala enorme com uma linda vista panorâmica, conferiu alguma coisa, logo após sentou-se na sua cadeira de vice-presidente, com algumas ações executou algumas rotinas. Recostou a cabeça ao trono super confortável, o pensamento voava, corria trecho, enquanto rodava lentamente com a cadeira.

Já tinha passado algumas horas. A porta se abre sem cerimônias, entra lisa, tranca-a, com um olhar de determinação, aproxima-se de Ranulf, e fala:

- Como vê as persianas estão fechadas, não tem perigo.

Em seguida sentando no colo do vice-presidente beija-o ardentemente.

- Te quero muito, muito, mais que tudo nessa vida. Foi imitada por Ranulf.

- Amor, quantas vezes já te falei, é perigoso termos contato aqui, o seu marido é esperto e está próximo, qualquer vacilo, podemos colocar tudo a perder.

- Eu sei, mas que é o amo, quero estar colado em você o tempo inteiro, falando nisso: O nosso fim de semana foi maravilhoso, simplesmente fantástico, obrigado por me proporcionar tanta felicidade. Concluiu Lisa.

- Somos assim, amantes perfeitos, para sempre. Falou Ranulf em meios a pensamentos.

Como quem não quisesse tocar no assunto, para não aparentar que dava muita importância, escolheu palavras e sutilmente começou:

- Tenho fé que logo ficaremos juntos para sempre, sinto isso, depois que tudo terminar lembraremos desse momento com risos. Depois que terminou abraçou-a.

- Falando nisso, como vai o nosso plano? Perguntou Ranulf.

- O nosso seguro de vida é um dos itens que não devemos preocupar, esses dias em casa vi a apólice e ele fez como sugeri, são 10 milhões o prêmio, sendo eu a única beneficiária. Comentou Lisa.

- Quanto a encomenda está tudo pronto, contatei as pessoas certas para fazer o serviço, no dia me apresentei com nome falso e também disfarçado de pessoa comum, pobre, mostrei o ódio que sentia por Antechs como se ele tivesse me feito um grande mau. Os caras pareceram acreditar.

- Lembre-se Lisa, quero tudo sem pressa, temos o tempo ao nosso favor, não quero estragar os nossos planos por pressa. Aliás, você está convicta disso? É isso mesmo que você quer? Eu te quero muito, acho que não é a melhor idéia.

Dito isso não conseguiu disfarçar o cinismo, pois não era o que ele pensava.

- Sim, tenho certeza, quero assim, quero tudo para nós,

- Vamos programar para o final do mês, vamos para nossa casa de campo passar esse final de semana, lá será o local perfeito, acertaremos tudo lá. Concluiu Lisa.

- Tudo certo então, final do mês, mas exatamente a última sexta-feira do mês. Antechs tem uma viagem para o exterior na quarta próxima, vamos nos encontrar, e acertar os últimos detalhes então.

Não tinha como esquecer o fantasma daquele homem da mensagem, que mensagem seria aquela, o que ele quis dizer? Não deve ser nada, é só para me assustar, relutou Ranulf.

Como haviam combinado encontraram na quarta-feira daquela semana, depois de amar, acertaram os últimos detalhes, tinha que sair como combinado, não podia dar errado, o plano era perfeito. Adormeceram. Naquela noite Ranulf sonhou que estava diante de um lindo mar cor de anil, ele e Lisa passeavam felizes, pela praia, Ranulf avistou uma volumosa onda, rapidamente combinaram de pulá-la assim que estive sob seus pés. Aguardou ansiosos como dois adolescentes e quando a onda ia atingi-los pularam, caíram nas profundezas do mar, que agora era de sangue, ainda seguro as mãos já sem fôlego, começaram ingerir o líquido vermelho com gosto de morte, era horrível. Ranulf acordou gritando, socorrido por Lisa que o acalmou. Nesse momento a presença do cara da mensagem era forte, era como se tivesse deixando um aviso para ele, coisa que conseguiu superar rapidamente.

Tudo transcorreu bem nos últimos dias, as pessoas que estavam envolvidas já estavam a par de todos os detalhes. Encontraram-se mais algumas vezes, sempre mudando de esconderijo e aproveitando a oportunidade da ausência do marido. Nos últimos dias o assunto principal era a última sexta-feira do mês.

Tudo arrumado, o carro já esperava a família Antechs à frente da mansão da família, ele mesmo, Antechs conduziria o veículo até ao rancho, que ficava uma hora e meia da cidade mais ao sudeste, o pequeno Luke não iria, ficava aos cuidados da criadagem, como eles mesmos costumavam chamar os funcionários da casa. Poucas palavras trocaram no trajeto, em parte pela tensão de Lisa, e por parte Antechs porque não gostava de conversar era muito introspecto, preferia aproveitar momentos como aquele para resolver algum assunto da empresa ou pensar numa nova possibilidade de ganhos, coisa que sempre dava certo, já era muito rico e gabava-se disso, apregoava aos ventos como conseguiram conquistar tudo aquilo. O carro estava a uma velocidade moderada, agora que iria ter que passar por aquele vale, era forçado a diminuir mais ainda, já estava escuro podia haver animais silvestres na pista, que já não era tão larga, onde a floresta era densa e a estrada cheia de curvas. Percebeu que o celular não estava mais no costumeiro porta objetos, perguntou a Lisa onde o colocara, “não sei” disse ela, apreensiva não quis prosseguir com a conversa.

Freou o carro bruscamente, não conseguiu parar sem o choque com uma árvore caída numa curva fechada, era comum aquela cena, ainda mais naquela estação do ano. Saiu do carro praguejando, o carro tinha amassado a frente em parte, quebrado um dos faróis, retorcido as rodas dianteiras, impossibilitado de prosseguir com a viagem, coisa que teria que ser feito a pé, já estava próximo do rancho. Lisa ainda tentava se livrar do Air bag, assustada, tensa. Antechs com as mãos cintura olhava a cena quando de dentro do mato sai três homens encapuzados, fortemente armados rendendo-os, sem necessidade de palavras, foi tudo rápido e automático, era uma emboscada, murmurou Antechs. Lisa desceu do veículo agitada, nervosa, xingando os bandidos, as falas se misturavam com as do chefe do bando, que pedia para ela parar sob ameaça de tomar um tiro, ela, valente não obedecia, Antechs com as mãos na cabeça berrava para ela se controlar, sem resultado. Aproximou-se a um dos meliantes mesmo com a arma apontada para ela conseguiu chutar os testículos do malfeitor, o que espontaneamente atirou, o projétil passou distante do alvo, acertando o veículo. Nesse momento Antechs quase teve uma parada cardíaca.

- Não, por favor, não a machuque, está desequilibrada, por favor. Gritava Antechs

- Fala com essa vadia para se controlar, fala com essa vadia para se controlar. O chefe berrava para Antechs.

- Lisa pelo o amor de Deus pare, eles vão nos matar, eles vão nos matar.

Um dos bandidos atingiu Lisa com um forte tapa, levando-a ao chão, em seguida pulando em cima dela, gritando:

- Faz alguma coisa agora sua vadia, que delícia, que delícia vem minha vaquinha.

Lisa relutava com bravura, o homem começou a rasgar as roupas dela, estirada no chão, nisso Antechs quando percebeu o pior implorava aos céus e aos bandidos que não a fizesse mau. Nem terminou de proferir estas palavras, tomou uma coronhada na cabeça, caindo no chão desacordado. O bandido mesmo com lisa aparentemente revoltada concluiu o serviço, estuprando-a no banco traseiro do veículo. Coisa que ocorreu em menos de três minutos, sempre do lado oposto de onde estava o restante da quadrilha. Terminou o serviço quando o chefe do bando gritou:

- Seu vagabundo, miserável, não podemos perder tempo, vamos sair logo daqui.

Puxando o compassa ainda com as parte para fora, empurrando-o com força ao chão. Enquanto que o outro bandido que dera a coronhada em Antechs foi buscar o seus carro que estava numa clareira próxima. Deu tempo de o chefe fazer um corte no antebraço de Lisa, deixando as peças intimas de Lisa sujas de sangue e outros líquidos, no banco traseiro do veículo. Arrancaram a mulher com força, dizendo alguns palavrões e esbofeteando-a. O chefe e o outro foram fazer os primeiros contatos com a família: “Estamos com Antechs e a mulher queremos 10 milhões em espécie, amanha às 2:00 h da madrugada, caso não aconteça como determinado serão mortos”. Depois de determinar o local desligaram o telefone em seguida para não ser localizados, destruíram ali mesmo completamente o aparelho. A criadagem da mansão em seguida ligou para a polícia, tomando a devidas providências, tinham menos de 24 horas para arrumar a quantia. Colocaram a duas vítimas no seus carros, no porta-malas e apressadamente partiram, fazendo o caminho de volta até a entrada da rodovia, onde não seguiram para a cidade, pegaram a estrada em sentido contrário, percorreram um longo trecho, chegando ao destino na madrugada, as vítimas estavam amordaçadas e fortemente amarradas, se amontoavam no bagageiro.

Era uma casa pequena, com uma diminuta varanda, descarregaram a “mercadoria” tendo os devidos cuidados para não serem reconhecidos, jogaram a mercadoria no porão – o motorista ficou de guarda à porta do porão escuro. Ranulf, após a verificar as armas, afastou-se um pouco da cabana, a fim de reconhecer o terreno, após uma centena de metros, já livre do alcance da fraca iluminação por combustível, começou ouvir relinchos de cavalos bem próximo, eram muitos, podia perceber pelo barulho que as patas dos animais faziam. Preocupou-se muito, antes tinha ele mesmo verificado todo terreno em volta, não havia moradores ou fazenda ali nas redondezas, tornava-se mais suspeito ainda o fato de ser uma densa mata de onde vinham os cavalos, o tempo de repente fechou densas nuvens negras cobriam a lua e as estrelas, justamente para as bandas da cavalaria. Estavam próximo, bem próximo os animais, correu para uma árvore grande próxima, onde se escondeu. Poucos segundos depois estava cercado por uma quantidade enorme de cavaleiros, em vestes negras, encapuzados, só via os olhos, pois eram da cor do fogo. Ranulf estava cercado, não tinha escapatória, o medo era profundo, aumentou quando os cavaleiros em um só coro começaram a proferir palavras estranhas, em seguida deram risadas sinistras. Lançaram duas flechas flamejantes que caiu a seu lado, não podia se conter em pé, caiu de joelhos diante tanto terror, clamou aos céus, implorou, os cavaleiros impiedosamente cercaram Ranulf, com ele de joelhos, pedindo misericórdia ao mesmo tempo que não entendia como era possível aquilo. Enfim caiu desacordado.

Acordou com os primeiros raios de sol, estava inteiro, nada lhes aconteceu, estava ficando louco, com certeza, ou será que sonhava? Pensou . Como poderia existir aquilo? Limpou as roupas, rumou em direção à cabana. Nada entrada da cabana estava um dos comparsas, o que estuprara Lisa, sentado de sentinela, perguntou Ranulf:

- Você relinchos de cavalos esta noite? Ouviu voz e risadas?

- Como poderia ter cavalos aqui, estamos distante de tudo. Respondeu o meliante.

Ranulf nada lhes falou mais, abaixou a cabeça e entrou para a cabana. Deitou-se numa pequena cama, adormeceu, teve pesadelo, estava perambulando pelo deserto perseguido por assassinos sanguinários, tinha conseguido um esconderijo que achava que era bom, era uma caverna, depois de verificar tudo a sua volta, acomodou-se num pequeno espaço entre as pedras, quando ouviu um barulho terrível, chocalhos de cascavel, se preparou para o pior, não era uma cascavel eram milhares delas, sedentas de sangue, ele encurralado tentou inutilmente agarrar-se ao teto da caverna, foi atacado, caiu, em meio a milhares de picadas umas arrancavam os seus olhos, ele estava vivo, não podia morrer, em meio a gritos de horror, uma das serpentes entrou em sua boca percorrendo a garganta. Ranulf acordou gritando, assustando os seus comparsas, acordou suado, ofegante, estava ficando louco pensou.

O dia transcorreu normalmente, fora as crises de susto de Ranulf, estava sensível e muito nervoso ultimamente. Durante aquele dia lembrou-se do acidente ocorrido a quase um ano atrás, do velho com o cartaz à frente do seu prédio justamente algum tempo após a sua esposa se envolver fatalmente num acidente automobilístico duvidoso. O que queria dizer aquela mensagem? Tinha alguma relação com a morte de Sarah? Vivia temeroso, até angustiado pois no acidente morrera também o seu único filho, coisa que lhes desagrava muito, ele não poderia estar naquele carro, era só para ela! Sarah tinha descoberto tudo: O caso amoroso de Ranulf com Lisa, os planos sórdidos do casal infernal, ameaçava-o constantemente com chantagens, algumas vezes promoveu até encontros entre os dois casais a fim de contar tudo a Antechs. Definitivamente ela não poderia viver. Como o pequeno Jr. foi parar naquele carro? Não estava previsto, era só para ela! Relutava em meio a um turbilhão de pensamentos. Talvez fosse por isso o motivo de tanta tensão. Tudo vai ficar bem! Ranulf encerrava sempre com essa frase.

Madrugada do dia seguinte liga um dos bandidos para a casa dos Antechs:

- Não recebemos o dinheiro, vocês são os responsáveis pela morte do casal.

- Espere, não é fácil arrumar tanto dinheiro em tão pouco tempo, precisamos de mais algumas horas.

- Espere, podemos negociar um tempo maior, já estamos quase conseguindo.

Concluiu o delegado de polícia responsável pelo caso, tentando a tudo custo prolongar a conversa a fim de localizar o grupo pelo sinal do celular.

- Seu tempo acabou. Fez-se silêncio após estas palavras e a ligação foi encerrada.

Do porão escuro foi arrastado Antechs e a esposa, trazido a varanda da casa. Antechs ajoelhado pedia misericórdia, Lisa toda roxa e maltrapilha chorava, talvez de arrependimento. A poderosa arma foi apontada para a cabeça de Antechs e disparada sumariamente, o justiceiro, terminava ali a brilhante carreira de Adolf Antechs, os seus milhões não pôde livrá-lo da morte. Lisa sentido ser sua vez e não entendo as cenas, berrava:

- Ranulf seu desgraçado traidor, por que fez isso comigo, cadê você miserável filho de um cão, não foi assim que havíamos combinado, eu não precisava ser estuprada, filho de uma cadela. Olhava para os três bandidos tentando descobrir qual deles era Ranulf.

Em seguida Ranulf atira em Lisa, que cai ensangüentada. Ele, com toda frieza mira a cabeça dos bandidos e com dois tiros certeiros acabam com a vida dos infelizes. Depois de certificar que o três homens estavam mortos, aproxima-se de Lisa, sem tirar o capuz como fez desde o primeiro momento, e diz:

- Lisa meu amor sou eu, desculpe, mas tinha que ser assim, para dá mais realidade a cena do crime, poderíamos ser descobertos caso não fosse bem real.

Lisa caída, sangrando, concorda. Verifica o ferimento, e consola-a:

- Foi de raspão, um pouco acima da cintura, está bem raso, você não corre perigo de morte, logo o sangue vai coagular, vire o ferimento para cima e tente colocar panos sobre ele. As próximas cenas agora serão por sua conta, está vendo aquele miserável caído na terra. Aponta Ranulf. Tente dormir, quando o dia clarear arraste-se até lá – no bolso direito tem um celular, e liga para sua casa, o delegado está lá em pouco tempo uma equipe de resgate virá te buscar. Não tente desamarrar as mãos.

- Lembre-se do combinado, é com você, agora, te amo muito. Te espero! Hoje mesmo estarei te visitando no hospital.

Lisa, já conformada, responde ao amado:

- Também te amo muito. Não me deixe. Naquele momento ela sentiu-se no conto de Romeu e Julieta, amor eterno.

Ranulf, já disfarçado arrancou com o carro apressadamente e em pouco tempo estava na larga rodovia onde se misturou aos poucos carros de volta à cidade. Já era quase 5:00h, quando saiu da pista e tomou uma estrada secundária, onde corria um caudaloso rio. Tirou um novo disfarce da mochila, trocou-se rapidamente, apontou o carro para o rio, destravou, saiu do veiculo deixando-o desgovernado. Ficou observando para certificar-se que realmente afundara. Estava indo tudo perfeitamente bem. Voltou para pista, começou a viagem de volta a sua ainda distante cidade. A partir dali contaria com a sorte, esperava uma carona providencial. Coisa que aconteceu alguns minutos depois. Entrou Ranulf no caminhão a partir dali, era um simples camponês, até na fala conseguia imitar o homem da terra. Por volta das 10:00h entrou na zona urbana e em pouco tempo estava em casa. Antes teve o cuidado de trocar, se vestido adequadamente num banheiro público. Perfeito.

Lisa acordou, próximo das 09:00, atordoada, olhou o ferimento e procedeu conforme tinha combinado com Ranulf.

As equipes de TV, rádios, jornais, tablóides e outras tantas revistas sensacionalistas bombardeava a população com notícias sobre os últimos acontecimentos, que culminou na morte de Adolf Antechs, um crime bárbaro. A notícia era divulgada em cadeia nacional. “Assinado o grande empresário co-fundador do grupo Matichs Corporation deixando esposa gravemente ferida”. Na porta do hospital, na sede da Matichs, na casa do casal, no local dos assassinatos, no lugar do seqüestro, a imprensa tumultuava, estava em todos os lugares.

Lisa ainda hospitalizada, no dia seguinte à tragédia, foi surpreendida por Ranulf com um belo e gigante buquê de flores o qual perdurava o cartão e o sorriso radioso de felicidade estampado na face, mal podia acreditar que estava recebendo aquela visita. Por instante quase colocava tudo a perder, mas intimidade pelos cuidados extremos de Ranulf foi detida.

- Como vai Lisa?

- Sinto muitíssimo pela sua perda, que também é minha, o mundo perdeu um dos mais célebres e brilhantes homens. Dizendo isso se contristou grandemente, depois de verificar os presentes no recinto.

- Deus sabe o que faz. Continuo Ranulf. Ele mesmo vos dará forças para passar esses momentos de angústia.

Lisa chorou.

Os presentes comoveram-se com a cena a ponto de cair alguma lágrima. A cena durou alguns segundos, interrompida pelo médico, que alertava o quanto ao repouso de Lisa.

Terça-feira no império Matichs o que mais se falava ela a sucessão presidencial, nesse ponto as opiniões se dividiam entre Ranulf e Lisa agora detentora de quarenta por cento das ações, somado naturalmente com as ações do falecido marido. Ranulf contava com trinta por cento, sai na frente evidentemente por ser um dos fundadores do grupo e pela brilhante administração que sempre teve e claro, pela vasta experiência. Ranulf interinamente ocupava o cargo de presidente, até a volta da viúva, onde se realizaria negociatas, reuniões, e mais reuniões, acordos até chegarem uma decisão. Ele se sentia o Rei do mundo naquela cadeira, na enorme sala, com vários quadros de artistas de renome e desconhecidos. O prédio era um dos maiores nas proximidades, estava no coração do centro financeiro da cidade, olhando de fora e a distância parecia um diamante, não no formato, sim no brilho e nos desenhos geométricos que formavam as janelas todas igualmente de cor azul que às vezes se misturava com o céu. Esse era seu habitat natural, ali era a sua glória, o seu mundo. Pronto uma parte do plano estava concluída com sucesso total, graças a sua nobre inteligência e objetividade, ruminou isso olhando pela vidraça gigantesca, sentado à cadeira de presidente, onde rodopiava às vezes para um lado outras para o outro, a cadeira girava no mesmo sentido de seus pensamentos agora bons, que tomavam sua mente.

Algumas semanas após no esconderijo preferido, na cama, nus, depois de amar, riam como adolescentes. Carícias juras de amor, lembranças de um passado recente falado agora com nostalgia, o deus do amor imperava naquele momento, onde o mar e a terra se encontravam, a lua e o mar se beijavam, o recanto dos guerreiros, assim se achavam, românticos poéticos, inteligentes, trocavam versos, e como sempre falavam sobre tudo. Lisa estava inteira, linda como sempre, ou mais linda ainda, não ficou cicatriz nem mesmo na mente, tudo perfeito, como não amar um homem assim? As reuniões decisórias aconteciam ali, nesse clima agradável, as tomadas de decisões que poderiam afetar o grupo eram feitas ali, as reuniões na empresa eram apenas para formalizar, colocar em ata. Lisa deitada em cima de Ranulf fita os olhos nos dele e diz:

- Estou saindo com uma pessoa. Estamos amando.

- Como? Interroga Ranulf

- Sim, tenho um amante.

- Estou dormindo com o presidente do grupo Matichs Corporation. Completa a mulher.

Ranulf fica extasiado, os olhos brilham, era tudo que queria ouvir.

- Amor não é certo, você é capacitada, o cargo cabe a você. Diz Ranulf.

- Não depende de sua decisão. Você é o novo presidente e assunto encerrado. Completa Lisa.

- E tem mais! Quer casar comigo?

O sonho de Ranulf pareceu se completar naquele momento, e sentiu-se um homem em parte realizado.

- Sim, sim, sim.

Os dois se enrolaram em beijos, afagos, e os corpos se tornaram um só, fundiram-se, Lisa parecia flutuar diante daquele “sim, sim, sim”, de repente o gravidade desapareceu, as luzes do cenário de mundo de sonhos se acederam. Ela, Lisa a mulher mais feliz do mundo, capaz de tudo por aquele homem.

Alguns meses o casal apaixonado casou-se, a cerimônia foi realizado numa ilha paradisíaca do oceano índico, em meio a nativos, paisagens fantásticas e poucos convidados. Estavam completos, agora a sra. Antechs finalmente se livrara do sobrenome, Ranulf estava feliz.

A bolada do prêmio do sinistro saiu pouco depois dos acontecimentos, depois de passar pela conta bancária de Lisa, foi parar em um paraíso fiscal em algum canto do mundo onde se somou a outros tantos milhões que acumulara ilegalmente durante a sociedade com Antechs. As investigações policiais foram encerradas alguns meses depois, por não se encontrar pistas do terceiro bandido, coisa que deixou Ranulf muito feliz. “Ninguém me segura mais”, gostava de proferir essas palavras que era corrigido por Lisa, que concertava a frase, com um pequeno “nós não é!” remendado por Ranulf “isso minha senhora”.

O que dizer da felicidade? Quem no mundo pode afirmar que não é ou está feliz quando tudo termina bem? Tudo bem quando termina bem. As barbas do tempo crescem lentamente, o seu crescimento é diminuto, incompreensível, invisível, ninguém pode parar os poderosos ponteiros eternos, nenhuma força material ou invisível.

Passaram lentamente nove anos o pequeno Luke Antechs agora com 19 anos, crescia forte e inteligente, ingressara recentemente na melhor faculdade do país, falava fluentemente quatro línguas, estudava administração, constantemente era elogiado pela faculdade como um dos melhores alunos, coisa que não agradara nem um pouco a Ranulf. Logo ele que já tinha problemas demais, agora mais um desde os acontecimentos nunca pararam de ter aquelas visões perturbadores, havia procurado uma centena de médicos, sem resultado eficaz, não entendia as sua visões, os seus pesadelos eram aterrorizantes conviver com aquelas criaturas infernais. Era verdade que alguns médicos afirmam que eram sintomas de loucura, coisa contestada por ele veementemente, não aceitava a idéia de estar louco. Ultimamente era agravado ou ao menos aliviado pelo uso continuo da bebida, aliviava ao mesmo tempo parecia provocar mais perturbações. A empresa agigantou-se, havia filiais no mundo inteiro, não tinha do que reclamar. A não ser das crises neuróticas de Lisa, que desconfiava que ele tivesse uma amante, coisa que fazia da vida dele um inferno. “Impossível um homem como eu ter só uma mulher, sou Ranulf”. Tinha um novo jargão. Era verdade o todo-poderoso Ranulf não tinha só Lisa, poderia contar ao menos três fixas excluindo os casos sem vínculos afetivos.

Lisa que havia afastado da empresa para se dedicar exclusivamente ao marido e em parte ao filho, agora perdera o controle de tudo, as ações, os milhões, era tudo dominado por Ranulf, coisa que de quebra poupou a vida de Lisa e livrou Ranulf de mais um crime nas costas, não foi necessário acionar a segunda parte do plano sórdido. Ela, Lisa, agora só conseguia ter paz e dormir com o uso continuo de remédios, às vezes mesmo usando as drogas perdia o controle e se afundava na bebida, de fato a mulher de classe, bem educada, tinha desaparecido dando lugar uma mulher medíocre. Lembrava-se do falecido algumas vezes com saudades, podia até ouvir o suspiro dela “bons tempos aqueles” no mesmo instante se punha a chorar, agora com certeza de arrependimento, para aliviar a dor - mais bebida.

Ranulf não sabia mais o que fazer, as visões eram cada vez mais freqüentes, a noite passada num dos pesadelos sentiu que a sua cura estava em um lugar, “só poderia ser aquele lugar para me libertar”, pensou Ranulf, algo o incitava fortemente que a fonte da sua salvação estaria na cabana onde aconteceu as atrocidades cometidas por ele há nove anos. Levantou-se lentamente para não acordar Lisa, trocou-se, e rumou para a sua salvação. Por volta das 10:00h estava na cabana, nada mudara, a não ser por uma placa torta quase caindo pregada numa árvore morta com as inscrições: “Bem-vindo ao inferno”, ficou temeroso, mas filtrou a mensagem, “deve sido da época algum engraçadinho colocou ai, para assustar as pessoas” murmurou o homem.

A pequena cabana agora parecia ter um morador, coisa que descobriu quando deu a volta ao fundo da casa, era um velho que estava sentado num tronco de costas para a casa que parecia fumar um cigarro. Aproximou-se Ranulf do idoso, frente a frente com o velho quase que parou o seu coração, o susto foi enorme, era o homem da entrada do prédio com as inscrições no pedaço de papelão, e as suas roupas fediam mais. Como poderia aquilo, quem era aquele homem? Tentou interrogar o individuo:

- Quem é você? O que quer de mim? Por que você está aqui? Interrogou Ranulf gaguejando e suando frio.

O idoso nesse momento havia tirado uma moeda prateada do bolso, brincava com ela, impulsionada pelo polegar jogando-a para cima e aparando com a mesma mão.

- É tudo que tenho. Disse o velho indicando a moeda.

- Não me faz falta. Ao mesmo tempo em que atirando o pedaço de metal para longe onde caiu no matagal.

Levantou-se lentamente e direcionando para a porta da velha casa, Ranulf o seguiu, aproximou-se do porão que antes aprisionara Antechs e Lisa, abriu-o e fez sinal para ele entrar, Ranulf obedeceu, no término da escada ele ainda esperou o velho, que fechou a porta do calabouço, o ranger das dobradiças misturou-se com os gritos de horror de Ranulf, agora presenciando o cadáver e o sangue ainda fresco de Antechs ao chão iluminado por uma tocha que estava no fim, a visão era aterradora, não podia ficar naquele lugar horrendo, procurou as escadas, não havia mais, gritava feito um louco, os gritos agora misturava aos sons das ratazanas que o cercava, lentamente sem pressa os animais o dominavam, estavam famintos, aqueles minutos viraram dias para Ranulf. Em meio a gritos de terror o sangue de Ranulf vertia no chão se misturando ao de Antechs, e assim o grande e brilhante Ranulf, rei do mundo, senhor dos senhores pereceu, as suas últimas palavras foram: “Tem misericórdia meu Deus”.

Depois de muita procura, dois dias após o acontecido, Lisa recebeu a funesta notícia, estava morto o grande Ranulf. Ela descontrolada, gritou, berrou, dizendo não aceitar a morte de Ranulf, finalmente foi sedada e levada para o hospital.

O quadro depressivo dela agravara gradativamente com o tempo, constantemente era sedada, falava coisas desconexas, viam os seus falecidos maridos, conversa com Antechs, pedia perdão, chorava, dizia arrepender-se grandemente, maldizia Ranulf, acusava-o de ter iludida-a.

- Ranulf seu maldito, como pode me enganar esse tempo todo.

- Você não mereceu meu amor, te entreguei de corpo e alma e me enganou maldito seja. Vivia feliz com Antechs até você me seduzir, você foi o culpado da nossa desgraça, não precisávamos matá-lo, era um bom homem. Dizia isso rasgando as roupas, o ódio era aparente, chorava, pedia perdão novamente.

Da mesma forma de Ranulf, Lisa começara ver seres estranhos, criaturas sombrias, as visões eram perturbadoras. Os enfermeiros não entenderam a declaração, contataram a polícia que ligou Ranulf ao terceiro elemento desaparecido e Lisa como cúmplice e co-mentora do assassinato do empresário. Foi reaberto o processo do caso Antechs. Após alta médica Lisa foi intimada a prestar depoimento, onde num momento de loucura confessou tudo. Foi presa, julgada, condenada a prisão perpétua. Por algumas vezes tentou suicídio, mas não teve sucesso. A beleza de outrora deu lugar as rugas, o corpo perfeito era agora esquelético, quem a via não reconhecia, a depressão aumentou depois de alguns anos a ponto de a justiça ser obrigada a transferi-la para uma prisão para loucos.

E assim termina a história da grande mulher, perfeita e bela Lisa.

Luke Antechs, alguns dias após esses acontecimentos, sentado no vasto gramado da mansão dos Antechs, admira a beleza e singeleza da flor, que pela manha é vivaz e ao meio dia seca, caiu ao chão, é pisada pelos pés dos homens e vira pó.

Fim.

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